Fiquei muito tempo sem ler, e nem percebi. Eu percebia os livros se acumulando no canto da mesa, percebia que alguns já estavam até empoeirados. Mas eu não sentia falta. Como? Como isso foi possível? Eu tenho uma explicação razoável! Depois de seis anos, enfim, eu sou uma pessoa formada! Li muito nesses dias, li teoria, li e reli minhas próprias palavras até que elas se esvaziaram de sentido, e tudo aquilo que eu achava interessante era só algo que deveria ficar pronto. Está pronto, não está perfeito, mas está acabado. Que venham as férias e as leituras.
Na verdade esse livro deveria ter sido lido antes do final do semestre, e deveria ter sido usado para fazer um trabalho de uma matéria de literatura fantástica contemporânea, no lugar de O terror, cujo final havia tanto me desgostado. No entanto, esse livro era maior, muito mais complexo e outro já tinha sido lido, já estava todo cheio de marcadores... e no final o fim do livro depois de uma análise bem feita, me pareceu muito melhor, cheio de significados. E Spider ficou em cima da mesa esperando a sua vez.
Spider é o diário de um homem perturbado. Que segundo ele tinha acabado de voltar para Londres depois de ter passado 20 anos no Canadá (isso ficou meio confuso, quando ele voltou de ônibus... veja bem. Mas não é muito possível confiar nele depois de um tempo...), e se instalara em uma pensão, em um quarto no último andar, que ficava abaixo do sótão, onde criaturas faziam barulhos incessantes durante à noite. No seu retorno ele decide escrever o diário onde contaria a história de sua vida, em especial os acontecimentos envolvendo sua mãe e seu pai, quando ele tinha 13 anos.
Na parte inicial do livro Dennis Cleg, cuja mãe o apelidara de Spider, conta sobre sua infância, a relação íntima que tinha com sua mãe, e a distância de um pai inferior intelectualmente, que passava as noites no pub local. Em uma de suas idas ao pub o pai de Dennis conhece a prostituta Hilda Wilkinson, e quando eles vão se encontrar em uma noite, Dennis vê sua mãe saindo de casa para procurá-lo, mas segundo Spider é por ele morta e enterrada. E quando o pai volta para casa traz com ele Hilda que assume o lugar de sua mãe. A partir disso Dennis torna-se mau, ele encontra uma forma de se esconder em seu próprio cérebro da realidade e ainda conviver com a mãe, enquanto planeja uma forma de se livrar do pai, a quem ele acusa de ter matado sua mãe.
Então Spider interrompe a narração de sua infância para narrar os 20 anos que ele passou em uma clínica psiquiátrica, onde ele melhorou seu método de escape, e foi considerado um paciente dócil, até que ele foi mandado de volta para a realidade, e para Londres. Nesse ponto o passado e o presente começam cada vez mais se confundirem, Spider já é um ele, enquanto quem narra é Dennis, que começa a ver todas as pessoas, inclusive ele mesmo, como alguém já morto. Ele tem, por exemplo, a certeza que sua anatomia interna já mudou, que perdeu um pulmão, e que no outro mora um verme, que ele é um ninho de aranhas, e aos poucos ele é colocado de frente com a realidade até que não a suporta mais.
Não dá pra dizer mais sem estragar o livro, que por sinal é muito bom! Recomendo a leitura.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
O castelo animado - Diana Wynne Jones
O dia em que eu descobri que esse livro existia fui tomada por uma alegria inexplicável. Meu pai assinara um mês de scribd, o que foi perfeito para mim que tenho uma lista de livros enorme de livros para ler antes de morrer. Fiz download só na primeira semana de mais de 10000 páginas só de romances clássicos em português, ou em versões bilíngues. Cheguei a ficar preocupada com a possibilidade de meu pai ser processado. Finalmente me livrei do inútil vício em Candy Crush, para me viciar em Scribd, eu começava a estudar e então um livro me vinha na memória, e lá ia eu perder mais de uma hora enchendo meu computador de livros que só serão lidos daqui um bom tempo, procurava livros para amigos... o importante era estar logado! No entanto, só no último dia de assinatura eu me lembrei de procurar livros que não fossem clássicos, fui procurar um pouco de Nicolas Sparks para minha irmã, foi quando eu decidi olhar a minha estante de livros e ver que outros autores eu tinha me esquecido. Foi quando eu cheguei na Diana.
Para explicar o que eu sinto por ela, eu teria que retomar toda a minha história com a literatura. Dos tempos em que meu pai lia para mim e para minha irmã contos orientais, quando eu comecei a me apaixonar por mitologia e fábulas... Diana Wynne Jones para mim é uma precursora da J.K. Rowling, que apesar de uma escrita mais voltada para crianças do que adolescentes, ela criou um mundo muito mais interessante do que Harry Potter onde o mundo dos bruxos faz parte do nosso, mas faz questão de permanecer escondido. Diana criou mundos paralelos, no conjunto de livros denominado Os mundos de Crestomanci, minha primeira paixão literária. Eu ganhei três livros dessa coleção quando era pequena, e por algum motivo meus pais não terminaram de me dar todos, e eu nem soube que haviam outros tantos. Descobri isso só recentemente, cheguei a procurar em livrarias virtuais, achei apenas um, mas não comprei.
Imagina então quando eu fui pesquisar no scribd, e não só achei alguns dessa coleção, como também encontrei O castelo animado, que para mim era apenas uma animação japonesa que só fica atrás de A viagem de Chihiro. Eu não sabia se eu logo aceitava que realmente existia o livro, ou se era só uma questão de nomes iguais. Era o mesmo! E então eu consegui por um mês não lê-lo. Mas não deu, sexta feira passada eu estava morrendo de sono, sem chances de fazer a minha monografia, e então ao invés de dormir na biblioteca eu resolvi começar a ler, terminei no mesmo dia. Ontem assisti a animação. E hoje sou uma pessoa atrasada mas extremamente feliz!
Para explicar o que eu sinto por ela, eu teria que retomar toda a minha história com a literatura. Dos tempos em que meu pai lia para mim e para minha irmã contos orientais, quando eu comecei a me apaixonar por mitologia e fábulas... Diana Wynne Jones para mim é uma precursora da J.K. Rowling, que apesar de uma escrita mais voltada para crianças do que adolescentes, ela criou um mundo muito mais interessante do que Harry Potter onde o mundo dos bruxos faz parte do nosso, mas faz questão de permanecer escondido. Diana criou mundos paralelos, no conjunto de livros denominado Os mundos de Crestomanci, minha primeira paixão literária. Eu ganhei três livros dessa coleção quando era pequena, e por algum motivo meus pais não terminaram de me dar todos, e eu nem soube que haviam outros tantos. Descobri isso só recentemente, cheguei a procurar em livrarias virtuais, achei apenas um, mas não comprei.
Imagina então quando eu fui pesquisar no scribd, e não só achei alguns dessa coleção, como também encontrei O castelo animado, que para mim era apenas uma animação japonesa que só fica atrás de A viagem de Chihiro. Eu não sabia se eu logo aceitava que realmente existia o livro, ou se era só uma questão de nomes iguais. Era o mesmo! E então eu consegui por um mês não lê-lo. Mas não deu, sexta feira passada eu estava morrendo de sono, sem chances de fazer a minha monografia, e então ao invés de dormir na biblioteca eu resolvi começar a ler, terminei no mesmo dia. Ontem assisti a animação. E hoje sou uma pessoa atrasada mas extremamente feliz!
O livro conta a história de Sophie Hatter a mais velha de três irmãs, que vivia num mundo em que a magia era comum, e que quando as pessoas saiam para encontrar o seu destino, elas encontravam. E por ser a mais velha Sophie estava destinada a ser a pior de todas, e por isso conformou-se a essa situação. E quando seu pai morreu, ela aceitou ficar na chapelaria que ela herdaria com a morte da madrasta como aprendiz, já que ela tinha jeito para a costura, enquanto Lettie a irmã do meio e muito bonita foi mandada para um café, onde ela encontraria um marido e seria feliz, e Martha a mais nova foi estudar magia com uma amiga de sua mãe, pois sendo a mais nova era a que deveria brilhar.
Sophie trabalha arduamente, não sai de casa, e passa a conversar com os seus chapéus, enquanto a vida lá fora corria, e ela ficava cada vez mais amedrontada. Quando chegou o primeiro de maio, e a cidade estava em festa ela decidiu visitar Lettie, de cinza, toda encolhida, ela atravessa a multidão apavorada, quando é abordada por um belo jovem que é muito agradável. Mas ela logo chega ao café, e descobre que Martha e Lettie trocaram de lugares, através de magia Martha mantinha a aparência de Lettie e tinha vários admiradores, mas estava apaixonada por um rapaz, e queria ter dez filhos. Nesse dia Martha instiga Sophie a sair de casa, pois acreditava que sua mãe a estava explorando, e que ela não era tão boa assim.
Sophie volta para casa, e tenta descobrir se isso era verdade. Desconfia, mas ainda assim nada faz. No entanto, um dia chega na loja uma bela dama, muito mais rica do que suas clientes, e quando Sophie se irrita com ela, descobre que essa era a Bruxa das terras desoladas, e está joga um feitiço em Sophie, a transformando em uma senhora de 90 anos que não poderia contar a ninguém sobre o feitiço. Quando Sophie pergunta por que ela fez isso ela diz que é por causa de Howl, um bruxo que tem fama de comer o coração das jovens bonitas, e que vivia no castelo animado que rondava os arredores da cidade em que Sophie morava. A jovem que agora era uma senhora não consegue entender a ligação entre ela e Howl. E com medo da reação de sua família decide fugir, sem saber exatamente para onde ela estava indo.
Anda e anda, até que percebe que está velha e precisa de uma bengala, ela então encontra um galho em meio a arbustos e tenta puxá-lo, e descobre que ele era o pé de um espantalho, com o qual ela conversa. Depois procura de novo, e encontra um outro que estava junto a um cachorro quase enforcado, ajuda o cachorro e ganha uma bengala. Continua a andar até que está muito cansada, e vê o castelo animado de Howl, e o cansaço ganha do medo e ela consegue entrar no castelo.
Lá ela conhece Michael o ajudante de Howl, que muito a contragosto deixa ela ficar durante a noite, e também Calcifer o demônio do fogo, que fez um pacto com Howl, e por isso era obrigado a ficar no castelo e movimentá-lo. Calcifer logo vê que Sophie está sob um feitiço e faz um acordo com ela, ele irá quebrar o feitiço dela, se ela quebrar o acordo entre ele e Howl, e para isso ela teria que ficar no castelo, o qual Sophie aceita.
No dia seguinte de manhã Sophie conhece Howl, e vê que ele era o jovem com que conversara no primeiro de maio, e lhe informa que é a nova faxineira. Ela não diz que sim nem que não, uma de suas principais características é que ele sempre se esquiva das perguntas, o que faz com que Sophie só descubra as coisas a partir das informações de Michael e Calcifer. Os dois de início parecem não gostar muito de Sophie, mas com o tempo eles vão se aproximando e ganhando uma rotina, da qual Sophie faz parte.
Sophie descobre que Howl não come o coração de jovens bonitas, mas que na verdade ele se apaixona muito fácil, e faz com que as jovens se apaixonem por ele, e quando a conquista está completa ele perde todo o interesse e desaparece, quebrando muitos corações. Bem nessa época Howl está apaixonado por uma jovem que não lhe corresponde, o que o deixa muito inconformado. Um dia ele revela que a jovem é Lettie Hatter. O que não desespera só Sophie mas também Michael que está apaixonado por Lettie, só que a Lettie de Michael na verdade é Martha, enquanto que Howl realmente visita a verdadeira Lettie, que um dia parece corresponder. E que Howl deixa de visitar com tanta frequência pois devido a um incidente causado por Sophie, o mago descobre qual é a maldição que a bruxa das terras desoladas jogara nele, depois que ele a abandonara, para isso ele tem que ir para Gales, sua terra natal, do nosso mundo, que não conhece magia.
Em meio a tudo isso no mundo de Sophie existe uma grande confusão, o mago real desaparecera, assim como o irmão do rei que fora buscar pelo seu amigo, e o rei queria que Howl mais poderoso bruxo saísse a procura do príncipe. Howl é covarde e não quer ir, pois teria que entrar nas terras desoladas. Para não ir decide enviar Sophie ao castelo do rei como sua mãe para denegrir sua imagem e conseguir se safar. Mas antes leva Sophie para conhecer sua antiga professora, uma senhora muito velha que informa Sophie de que também ela é uma bruxa. Depois ele vão ao castelo onde tudo sai diferente do planejado quando Sophie não consegue encontrar defeitos em Howl pois gostava dele, e além de tudo Sophie se perde, encontrando a Bruxa das terras desoladas no caminho de volta, logo depois de ela assassinar a antiga professora de Howl, e dizer que ela vai encontrá-lo. E de fato encontra quando Howl decide ir ao enterro da professora disfarçado, mas é descoberto.
Então eles travam uma batalha, e quando Howl volta muito cansado diz que eles precisam se mudar, levando muito em consideração a opinião de Sophie mostrando que ele também gostava dela. A vida segue, até que a profecia da Bruxa das terras desoladas está para se completar, e Sophie achando que tudo era culpa dela tenta ir resolver tudo, mas acaba por isso por terminar a profecia. Mas Howl vai salvá-la, destrói a bruxa, resgata o mago real, o irmão do rei, e quase morre. Sophie é que o salva, pois enfim consegue quebrar o contrato entre Calcifer e Howl, devolvendo a liberdade de um, e o coração do outro. Então ela retorna a sua idade real, e eles se declaram, e todos vivem felizes para sempre.
domingo, 27 de outubro de 2013
O morro dos ventos uivantes - Emily Brontë
Mais uma releitura e mais um da matéria da paixão na literatura. Na verdade o último! E para ser sincera nada melhor do que enfim chegar no final. O semestre está acabando, eu não estou nem perto de fazer tudo que eu tenho que fazer para me formar, mas é bom saber que as grandes leituras acabaram... Quanto a releitura, é como se fosse a primeira leitura. Eu me lembrava apenas que era uma história dentro de uma história, e de que Heathcliff para mim era um louco, e que aquilo não era um amor mais forte do que a vida e sim uma obsessão sem sentido. Conclui no final da leitura, provavelmente em 2010, de que eu não entendia porque esse era um clássico da literatura, e como as pessoas podiam gostar dele. Guardei na estante e lá ficou sem despertar nenhum interesse, sem ser recomendado, emprestado ou sequer lembrado.
E é por isso que eu adoro releituras! Aqui estou eu com um ótimo livro nas mãos. Com belíssimas descrições da paisagem do interior da Inglaterra, e a descrição dos relacionamentos de duas famílias ao longo dos anos, que por mais conturbadas que fossem, atingiram um final feliz que deixa aquele gostinho de esperança.
O livro é sim uma história narrada dentro da história. Quem começa narrando o livro é o sr. Lockwood, o locatário da Granja dos Tordos, cujo dono é Heathcliff, homem soturno que ele vai visitar quando chega nessa região extremamente isolada da Inglaterra, e na sua casa além de todo o descaso, o sr. Lockwood depara-se com um enigma, a história de Heathcliff e os jovens que moram com eleno Morro dos Ventos Uivantes.
Quando volta para a Granja, doente, ele pede para que a sua governanta a senhora Ellen Dean conte o que sabe sobre os seus vizinhos. Não havia ninguém melhor para narrar (e é a Nelly que vai narrar quase o livro inteiro com algumas intervenções do presente do sr. Lockwood), pois ela fora criada junto com Heathcliff e os antigos moradores do Morro, além de ter criado os dois jovens.
A história resumida era que ninguém sabia a origem de Heathcliff, ele fora trazido para morar junto com a família Earnshaw, proprietária do Morro dos Ventos Uivantes, e que de início fora protegido e predileto do dono da casa, mas que com a sua morte, e a volta do filho dele, Hindley, Heathcliff fora expulso do convívio familiar, humilhado e obrigado a ser um criado. O ódio entre os dois surgira na infância, e Heathcliff prometera se vingar dele.
Hindley tinha uma irmã, Catherine, que era muita afeiçoada a Heathcliff, era rebelde e tinha um péssimo gênio. E também isso o irmão quis mudar. E quando Hindley perdeu a mulher, e ficou na casa com um filho recém-nascido, Hareton, a situação na casa ficou ainda pior, pois ele ficou violento e alcoólatra. Essa situação só envergonhava Catherine, que se tornara amiga dos filhos do proprietário da Granja dos Tordos, o senhor Linton, crianças que eram mais refinadas e débeis. Mas, apesar de seu mau gênio, e de sua família Edgar Linton não deixa de se apaixonar por ela e pedi-la em casamento. O que ela aceita, principalmente pela conveniência disso, do fato de ele amá-la, ser rico... Mas confessa para Nelly que ela realmente amava o Heathcliff, que ele era como uma parte dela, mas que eles não poderiam ficar juntos, por causa da situação dele. Nesse dia Heathliff sumiu do Morro, o que causou uma crise em Catherine, ela tornara-se mentalmente fraca, o médico recomendou que não a contrariassem, nem a e expusessem mais a grandes emoções pois ela não resistiria mais. O tempo passou, o pai de Edgar morreu, depois de um tempo ele se casou com Cathy, e ela foi morar com ele e a irmã na Granja, onde ela era paparicada, e a Nelly foi com ela.
Uma noite Heathcliff volta, todo mudado, ele agora era um homem aparentemente rico e instruído. Na visita que faz a Granja, informa que está hospedado no Morro, e que lá pretende ficar, e Catherine faz de tudo para que Edgar aceite que Heathcliff frequente sua casa, é a contragosto que aceita. Ainda mais quando fica sabendo como se vive na casa de Hindley, dos jogos, apostas e bebidas. Mas a vontade de Catherine é feita, até que Isabella, a irmã de Edgar se apaixona por Heathcliff, mesmo que seja por todos informada do seu péssimo caráter. E ele quando descobre isso, resolve usá-la para sua vingança. Ele já conseguira com as dividas de Hindley tornar-se dono do Morro, e se se casasse com Isabella e Edgar nunca tivesse um filho homem, também possuiria a Granja.
Ele consegue fazer com que Isabella fuja com ele, e ainda no mesmo dia se arrependa. Edgar corta toda e qualquer ligação com o Morro e a irmã. Heathcliff depois da lua de mel volta para o Morro com a esposa e passa a destratá-la, até que essa consegue um dia fugir. Nesse meio tempo Heathcliff força Nelly a conseguir um encontro entre ele e Catherine, encontro esse que irá acabar por fim com Catherine, que antes da fuga dele com Isabella entrara em um estado de alucinação.
Foge e tem um filho, Linton, que Heathcliff fica sabendo mas não se importa por hora. Hindley morre, e Edgar não pode trazer o sobrinho para perto de si, pois se ele fizer isso Heathcliff tira o filho de sua irmã. Catherine morre e deixa uma filha que é batizada com o seu nome. Essas crianças crescem Hareton é por Heathcliff tratado como um animal sem nenhum tipo de educação, Catherine é mimada e cresce muito amorosa em seu lar sem a mãe, e Linton é muito débil, e vê-se forçado a voltar para a região de sua família quando a mãe morre. A intenção de Edgar é criar o sobrinho, mas Heathcliff com seu plano de vingança obriga a criança a viver no morro, mesmo odiando-a.
Mais alguns anos se passam, e as famílias não tem nenhum contato, até que os jovens já são adolescentes, e Cathy descobre que seu primo Linton que ela vira apenas uma vez morava muito próximo dela, e ela quer manter contato, o que é sempre proibido mas ela dá um jeito, e como uma criança tola ela se apaixona por ele. E o Heathcliff vê seu plano melhorado, com a possibilidade de casar seu filho com Cathy para desespero de Edgar e ainda ficar com sua fortuna, pois era óbvio que o filho morreria logo. Mas também Edgar estava muito doente, e acaba por desejar o casamento da filho com Linton, pois não sabia de seu caráter, pois apesar de não se parecer fisicamente com o pai, era ele também muito egoísta e insensível. Cathy descobre isso, e poderia muito bem não se casar, se Heathcliff não tivesse tramado para que Cathy e Nelly entrassem no Morro e lá fossem aprisionadas até que Cathy estivesse casada com Linton.
Heathcliff consegue seu intento. Edgar morre. Cathy é obriga a viver no Morro, separada de Nelly, desprezando tudo e todos que lá viviam. Linton morre depois de muito pouco tempo. E a situação fica como Lockwood encontrou, Cathy apesar de sua beleza torna-se arrogante e sem educação, Hareton admira a prima mas só vê em sua atitude descaso e ódio, Heathcliff não a suporta e tem prazer em destratá-la.
Lockwood enttão decide abandonar a casa, pois o isolamento não lhe fizera bem. Vai informar isso a Heathcliff, levando consigo uma carta de Nelly para Cathy. Nessa visita ele vê um outro lado da menina, e de Hareton, é como se ao ouvir a história de suas vidas ele já fosse amigo deles. Defendeu Hareton por tentar se instruir para agradar a prima, que só sabia rir dele. Falou com Heathcliff e foi embora. E voltou no verão só por acaso. E encontrou tudo mudado. Heathcliff morrera, e os dois jovens estão noivos.
Nelly conta o que ocorreu depois que Lockwood partiu. Heathcliff ficou muito estranho, não tinha mais prazer em atormentar Cathy, apenas banira-a do seu convivio, trazendo Nelly para o Morro para lhe fazer companhia. Os primos deram trégua as suas brigas e tornaram-se amigos. Heathcliff parou de comer, parou de brigar e parecia ver alguma coisa que ninguém mais via, e isso o deixava feliz. Morreu e deixou todos livres para serem felizes.
Resumo confuso, por ser uma história complexa e cheia de personagens...
E é por isso que eu adoro releituras! Aqui estou eu com um ótimo livro nas mãos. Com belíssimas descrições da paisagem do interior da Inglaterra, e a descrição dos relacionamentos de duas famílias ao longo dos anos, que por mais conturbadas que fossem, atingiram um final feliz que deixa aquele gostinho de esperança.
O livro é sim uma história narrada dentro da história. Quem começa narrando o livro é o sr. Lockwood, o locatário da Granja dos Tordos, cujo dono é Heathcliff, homem soturno que ele vai visitar quando chega nessa região extremamente isolada da Inglaterra, e na sua casa além de todo o descaso, o sr. Lockwood depara-se com um enigma, a história de Heathcliff e os jovens que moram com eleno Morro dos Ventos Uivantes.
Quando volta para a Granja, doente, ele pede para que a sua governanta a senhora Ellen Dean conte o que sabe sobre os seus vizinhos. Não havia ninguém melhor para narrar (e é a Nelly que vai narrar quase o livro inteiro com algumas intervenções do presente do sr. Lockwood), pois ela fora criada junto com Heathcliff e os antigos moradores do Morro, além de ter criado os dois jovens.
A história resumida era que ninguém sabia a origem de Heathcliff, ele fora trazido para morar junto com a família Earnshaw, proprietária do Morro dos Ventos Uivantes, e que de início fora protegido e predileto do dono da casa, mas que com a sua morte, e a volta do filho dele, Hindley, Heathcliff fora expulso do convívio familiar, humilhado e obrigado a ser um criado. O ódio entre os dois surgira na infância, e Heathcliff prometera se vingar dele.
Hindley tinha uma irmã, Catherine, que era muita afeiçoada a Heathcliff, era rebelde e tinha um péssimo gênio. E também isso o irmão quis mudar. E quando Hindley perdeu a mulher, e ficou na casa com um filho recém-nascido, Hareton, a situação na casa ficou ainda pior, pois ele ficou violento e alcoólatra. Essa situação só envergonhava Catherine, que se tornara amiga dos filhos do proprietário da Granja dos Tordos, o senhor Linton, crianças que eram mais refinadas e débeis. Mas, apesar de seu mau gênio, e de sua família Edgar Linton não deixa de se apaixonar por ela e pedi-la em casamento. O que ela aceita, principalmente pela conveniência disso, do fato de ele amá-la, ser rico... Mas confessa para Nelly que ela realmente amava o Heathcliff, que ele era como uma parte dela, mas que eles não poderiam ficar juntos, por causa da situação dele. Nesse dia Heathliff sumiu do Morro, o que causou uma crise em Catherine, ela tornara-se mentalmente fraca, o médico recomendou que não a contrariassem, nem a e expusessem mais a grandes emoções pois ela não resistiria mais. O tempo passou, o pai de Edgar morreu, depois de um tempo ele se casou com Cathy, e ela foi morar com ele e a irmã na Granja, onde ela era paparicada, e a Nelly foi com ela.
Uma noite Heathcliff volta, todo mudado, ele agora era um homem aparentemente rico e instruído. Na visita que faz a Granja, informa que está hospedado no Morro, e que lá pretende ficar, e Catherine faz de tudo para que Edgar aceite que Heathcliff frequente sua casa, é a contragosto que aceita. Ainda mais quando fica sabendo como se vive na casa de Hindley, dos jogos, apostas e bebidas. Mas a vontade de Catherine é feita, até que Isabella, a irmã de Edgar se apaixona por Heathcliff, mesmo que seja por todos informada do seu péssimo caráter. E ele quando descobre isso, resolve usá-la para sua vingança. Ele já conseguira com as dividas de Hindley tornar-se dono do Morro, e se se casasse com Isabella e Edgar nunca tivesse um filho homem, também possuiria a Granja.
Ele consegue fazer com que Isabella fuja com ele, e ainda no mesmo dia se arrependa. Edgar corta toda e qualquer ligação com o Morro e a irmã. Heathcliff depois da lua de mel volta para o Morro com a esposa e passa a destratá-la, até que essa consegue um dia fugir. Nesse meio tempo Heathcliff força Nelly a conseguir um encontro entre ele e Catherine, encontro esse que irá acabar por fim com Catherine, que antes da fuga dele com Isabella entrara em um estado de alucinação.
Foge e tem um filho, Linton, que Heathcliff fica sabendo mas não se importa por hora. Hindley morre, e Edgar não pode trazer o sobrinho para perto de si, pois se ele fizer isso Heathcliff tira o filho de sua irmã. Catherine morre e deixa uma filha que é batizada com o seu nome. Essas crianças crescem Hareton é por Heathcliff tratado como um animal sem nenhum tipo de educação, Catherine é mimada e cresce muito amorosa em seu lar sem a mãe, e Linton é muito débil, e vê-se forçado a voltar para a região de sua família quando a mãe morre. A intenção de Edgar é criar o sobrinho, mas Heathcliff com seu plano de vingança obriga a criança a viver no morro, mesmo odiando-a.
Mais alguns anos se passam, e as famílias não tem nenhum contato, até que os jovens já são adolescentes, e Cathy descobre que seu primo Linton que ela vira apenas uma vez morava muito próximo dela, e ela quer manter contato, o que é sempre proibido mas ela dá um jeito, e como uma criança tola ela se apaixona por ele. E o Heathcliff vê seu plano melhorado, com a possibilidade de casar seu filho com Cathy para desespero de Edgar e ainda ficar com sua fortuna, pois era óbvio que o filho morreria logo. Mas também Edgar estava muito doente, e acaba por desejar o casamento da filho com Linton, pois não sabia de seu caráter, pois apesar de não se parecer fisicamente com o pai, era ele também muito egoísta e insensível. Cathy descobre isso, e poderia muito bem não se casar, se Heathcliff não tivesse tramado para que Cathy e Nelly entrassem no Morro e lá fossem aprisionadas até que Cathy estivesse casada com Linton.
Heathcliff consegue seu intento. Edgar morre. Cathy é obriga a viver no Morro, separada de Nelly, desprezando tudo e todos que lá viviam. Linton morre depois de muito pouco tempo. E a situação fica como Lockwood encontrou, Cathy apesar de sua beleza torna-se arrogante e sem educação, Hareton admira a prima mas só vê em sua atitude descaso e ódio, Heathcliff não a suporta e tem prazer em destratá-la.
Lockwood enttão decide abandonar a casa, pois o isolamento não lhe fizera bem. Vai informar isso a Heathcliff, levando consigo uma carta de Nelly para Cathy. Nessa visita ele vê um outro lado da menina, e de Hareton, é como se ao ouvir a história de suas vidas ele já fosse amigo deles. Defendeu Hareton por tentar se instruir para agradar a prima, que só sabia rir dele. Falou com Heathcliff e foi embora. E voltou no verão só por acaso. E encontrou tudo mudado. Heathcliff morrera, e os dois jovens estão noivos.
Nelly conta o que ocorreu depois que Lockwood partiu. Heathcliff ficou muito estranho, não tinha mais prazer em atormentar Cathy, apenas banira-a do seu convivio, trazendo Nelly para o Morro para lhe fazer companhia. Os primos deram trégua as suas brigas e tornaram-se amigos. Heathcliff parou de comer, parou de brigar e parecia ver alguma coisa que ninguém mais via, e isso o deixava feliz. Morreu e deixou todos livres para serem felizes.
Resumo confuso, por ser uma história complexa e cheia de personagens...
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
O livro é o único romance de Oscar Wilde, e uma obra prima da literatura mundial (é isso ai vou ficar lambendo o livro mesmo!). Mais um da lista de livros para ler antes de morrer. E esse de fato o é. Todo mundo já ouviu a história de Dorian Gray! É quase como um Dom Quixote! Como Dom Quixote é leitura obrigatória! Fazia muito tempo que eu não me apaixonava por um livro como aconteceu com esse. Sério, sem palavras! Não conseguia parar de ler, e quando parava era para pensar sobre ele, e se dessem uma brecha falar sobre ele! LEIAM! LEIAM! RELEIAM!
O livro conta a história do jovem Dorian Gray que tinha tudo que alguém poderia querer, a juventude unida a um carisma e a uma riqueza espantosos. Dorian torna-se rapidamente amigo de um pintor da moda Hallward Basil, que desenvolve por ele uma idolatria, Dorian o influencia com tal intensidade que mesmo quando Dorian não está sendo retratado ele está presente em suas obras. Basil decide pintar um retrato em tamanho real de Dorian, que será a sua obra prima. No dia em que a obra é finalizada, está presente no estúdio lord Henry Wotton, antigo amigo de Basil, homem singular cujas frases são aforismas, e possui opiniões polêmicas sobre tudo.
Basil de início não quer que Henry conheça Dorian, pois conhecia o caráter de seu velho amigo e sabia que a pureza de Dorian seria por ele corrompida. Mas, nesse dia não consegue evitar e o encontro. E de fato Henry desperta algo em Dorian logo na primeira conversa, em uma defesa da beleza e da juventude que são os maiores bens do homem. Assim, quando Dorian é chamado para ver seu retrato o jovem se desespera ao saber que o quadro jamais envelheceria, que este se manteria sempre belo, enquanto ele definharia com a passagem do tempo. Em seus desespero ele pede, em uma espécie de oração, para que o quadro tenha os efeitos do tempo em seu lugar, e ele possa ser sempre assim.
Dorian e Henry ficam cada vez mais amigos, Henry sempre colocando seu ceticismo na cabeça de Dorian. Esse no entanto se apaixona por uma atriz de um teatro de quinta, Sibyl Vane, linda e também muito jovem. Ele vai diariamente assisti-la, o que o encanta é a sua forma de atuar, o fato de cada dia ser uma pessoa diferente. Informa seus dois amigos de sua paixão, e os convida para conhecê-la. Mas, no dia anterior a isso eles tornam-se noivos, velados, sequer diz seu nome completo para ela, que apenas o chama de Príncipe Encantado. Por mais que ambos os amigos sejam contra o casamento (o principal motivo é a diferença social entre eles), eles vão ao teatro. Contudo, nesse dia a atuação de Sibyl é deplorável. Henry e Basil saem antes do final da peça. Dorian aguenta todo o sofrimento até o final. Depois vai encontrar a noiva no camarim, e lá ela toda apaixonada e feliz, sabendo da sua péssima atuação, diz que não será mais capaz de atuar pois só conseguia fingir a paixão de outros antes de sentir a verdadeira. Isso é o fim para Dorian, que a destrata, diz que não mais a ama, e que ele nunca mais a verá.
Chegando em casa Dorian repara que seu quadro, por mais incrível que fosse, tinha mudado, a expressão nos lábios já não era a mesma, havia algo de mal nela. De início não acredita, depois de um olhar cuidadoso vê que é a realidade, esconde o quadro. E associando isso à maldade que cometera com Sibyl, ele decide escrever-lhe uma carta pedindo desculpas e reatando com ela. No dia seguinte, depois de mandar transferir o quadro para um quarto que só ele teria acesso, ele recebe a visita de Henry, que vem lhe informar da morte de Sibyl, que se suicidara.
Dorian passa um tempo pensando sobre tudo isso, o efeito no quadro, que reproduzia sua alma. Até que lorde Henry lhe envia um livro que tudo muda. Dorian vê que sua alma já não tem jeito, que ele foi presenteado com uma beleza e juventude eterna e que o melhor que ele tem a fazer é aproveitar. Torna-se um devasso libertino. Todos que dele se aproximavam eram por ele corrompido (não sei se o livro corrompeu Dorian, Henry ou o quadro de Basil), apesar de seu carisma as pessoas direitas começam a evitá-lo. Os anos se passaram, Dorian deveria ter quase 40 anos, mas ainda aparenta ter recém-saído da adolescência (e ninguém acha isso estranho!) e seu quadro está horrível. Até que um dia Basil vai visitá-lo pois ouvira coisas horríveis sobre seu amigo, de quem se distanciara, e queria saber se era verdade, pois não acreditava que uma alma horrível pudesse ter uma aparência exterior tão bela. De início Dorian nega, mas então ele é tomado de tal raiva que decide por mostrar o quadro para Basil, revelando assim a verdade. Quando ele vê sua obra tão degradada, sabendo que isso refletia o caráter de Dorian, Basil chora. Mas Dorian está irado e decide matar Basil.
O assassinato é encoberto muito bem por Dorian, que através de uma chantagem consegue fazer com que um antigo amigo incinere o corpo dentro da sala. Ele mesmo destrói os pertences que ficaram na casa. Ninguém sabia que ele lá estivera, e ainda estava de partida para Paris, assim até notarem seu sumiço demoraria. Contudo, a consciência de Dorian pesa. E isso o vai consumindo aos poucos. A saída que ele encontra é o ópio. Mas nem isso dá muito certo pois lá, ele é reconhecido pelo irmão de Sibyl que prometera matá-lo. Consegue convencê-lo de que não pode ser o Príncipe Encantado pois ele era novo de mais para isso. E depois refugia-se na sua casa de campo. Mas James Vane descobre que é aquele mesmo, que sua aparência não muda nunca, e o segue. Dorian começa a ficar paranoico, achando que ele será punido pelo seu crime. James no entanto é morto por acidente, o que alivia Dorian.
Depois desse episódio Dorian decide que irá mudar, que será uma pessoa melhor. Ao informar Henry esse ri, acredita que a primeira atitude que Dorian teve como um homem melhor era apenas um ato de vaidade. Dorian fica confuso, e decide matar a curiosidade olhando seu antigo quadro, para saber se nele houvera alguma melhora. Ao olhá-lo depara-se com algo horrível, cheio de manchas de sangue. Em seu desespero decide por destruir o quadro, assim como destruíra seu pintor. Para ele a obra era a culpa de tudo.
Ouviu-se na rua um grito horrível. Depois dos muitos esforços para entrar no quarto, quando o conseguiram lá encontraram o quadro do belo Dorian Gray, e no chão, morto, um homem arruinado, que só pode ser reconhecido pelos seus anéis.
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
A confissão de um filho do século - Alfred de Musset
Quando eu estava no meu primeiro ano da graduação comecei a fazer uma lista dos livros que eu queria ler antes de morrer. Eu já havia lido muito, mas os clássicos começaram a serem citados em profusão e eu percebia que eu não havia lido tanto assim. Talvez mais que a média nacional. Mas ainda me faltava muito. Listei-os, estão sempre a minha vista para eu sempre me lembrar de que eu ainda tenho que ler as obras completas de Dostoiévski, ler Joyce, Balzac, Manzoni, Proust, Dickens ....
Aprendi, também no primeiro ano da faculdade, que os clássicos são clássicos por algum motivo. Se alguém escreveu um livro séculos atrás e as pessoas continuam lendo, com certeza existe um motivo. Cada vez mais eu descubro as suas belezas.
Talvez A confissão de um filho do século não seja assim tão clássico. Mas foi o primeiro livro que entrou para a minha lista. Algum professor, ou algum texto, fazia uma citação do seu segundo capítulo, um explicação do mal do século XIX, dos jovens que depois do fim das guerras napoleônicas se viram jogados em uma indiferença. Eu me apaixonei ai, foi quase um elogio à morte, mas ainda assim:
"Era o ar desse céu sem mancha, onde brilhava tanta glória e resplandecia tanto aço, que a juventude da época respirava. Os jovens sabiam que tinham nascido para hecatombes, mas julgavam Murat invulnerável: o imperador fora visto passar numa ponte onde sibilavam tantas balas que não se sabia se iria morrer. Mas, se devesse morrer, que importava? A própria morte era, então, tão bela e tão grandiosa, tão magnífica com a sua púrpura fumegante! Parecia-se tanto com a esperança, ceifava espigas tão verdes que parecia tornar-se mais moça, e não se acreditava mais na velhice. Todos os berços de França eram escudos, e todos os túmulos também. Não havia velhos. Só havia cadáveres ou semideuses."
Aprendi, também no primeiro ano da faculdade, que os clássicos são clássicos por algum motivo. Se alguém escreveu um livro séculos atrás e as pessoas continuam lendo, com certeza existe um motivo. Cada vez mais eu descubro as suas belezas.
Talvez A confissão de um filho do século não seja assim tão clássico. Mas foi o primeiro livro que entrou para a minha lista. Algum professor, ou algum texto, fazia uma citação do seu segundo capítulo, um explicação do mal do século XIX, dos jovens que depois do fim das guerras napoleônicas se viram jogados em uma indiferença. Eu me apaixonei ai, foi quase um elogio à morte, mas ainda assim:
"Era o ar desse céu sem mancha, onde brilhava tanta glória e resplandecia tanto aço, que a juventude da época respirava. Os jovens sabiam que tinham nascido para hecatombes, mas julgavam Murat invulnerável: o imperador fora visto passar numa ponte onde sibilavam tantas balas que não se sabia se iria morrer. Mas, se devesse morrer, que importava? A própria morte era, então, tão bela e tão grandiosa, tão magnífica com a sua púrpura fumegante! Parecia-se tanto com a esperança, ceifava espigas tão verdes que parecia tornar-se mais moça, e não se acreditava mais na velhice. Todos os berços de França eram escudos, e todos os túmulos também. Não havia velhos. Só havia cadáveres ou semideuses."
O romance é narrado em primeira pessoa pelo jovem Otávio que desde muito cedo tem grande liberdade, que lhe é cedida pelo pai e pelo dinheiro. Otávio tinha uma amante, uma viúva, que era tudo para ele, e apesar de ser jovem ele parecia capaz de um amor muito sincero. Um dia, num jantar, ele descobre carícias entre sua amante e um amigo de infância. Otávio teria sido incapaz de duvidar, mas tendo as provas, conseguindo a confissão de sua amante. Desafio seu amigo para um duelo, do qual Otávio sai com um tiro no braço, nada mortal, ele fica de cama. Sua pior doença são seus sentimentos. Ele acha que vai morrer, não pode amar outra pessoa, mas aquela que ele ama não merece isso.
Ele beira a depressão (por mais que essa não seja a palavra usada). Ele só sai dessa situação com a ajuda (se é que podemos chamar assim) de seu amigo Desgenais, um libertino, que cético, não acredita no amor, mas sim no prazer. Para ele Otávio deve sair e ter quantas amantes quiser sem se importar que ela ame outro no dia seguinte, conquanto que ela o ame naquele exato instante. De início Otávio reluta, mas quando ele sabe que sua antiga amante não só traíra o outro amante, como também zombara dele, ele decide tomar uma atitude: cair na vida libertina, na qual ele já dera os primeiros passos.
Otávio narra sua vida de devassidão muito superficialmente, parece que em meio as orgias, aos jantares, era outra coisa que o interessava. Ele afirma que ele não conseguia distinguir amor de prazer. Conta apenas sobre duas mulheres que possuiu.
Mas isso é interrompido com a morte de seu pai. Então ele se retira no campo onde sofre imensamente, pois não conseguira se despedir de seu pai, e sabe que ele queria muito lhe falar, e que seria para pedir que ele tivesse uma vida direita. Otávio se tranca em casa, e só aos poucos começa a passear pelos campos, ajudar os pobres, parece estar muito mais direito. Até que conhece a senhora Pierson, outra viúva, que morava ali perto com a tia. Ele com ela trava amizade e passa a frequentar a sua casa, e então está perdidamente apaixonado, mas sabe que não pode se declarar.
Resiste ao máximo, até que ela descobre e manda ele embora, e ela mesma vai viajar. Ele não desiste, não tem nada a perder. Tanto faz que descobre que também ela está apaixonada por ele, mas que por causa da sua história de vida não queria se envolver. Mas já não era mais capaz de resistir. No começo eles vivem um belo amor. Até que Otávio não consegue simplesmente amar, com seu amor une-se uma desconfiança, um desejo de a ver sofrer para que não seja ela a fazê-lo de tolo. E apesar de toda a sua maldade ela continua o amando.
E vão vivendo, a vila começa a denegrir a imagem dela. Eles resolvem fugir e viver juntos em paz. Antes de decidirem o rumo param em Paris e lá ficam por um tempo, chegam cartas de seus últimos parentes vivos, e Brigida (a senhora Pierson, já somos íntimos) adoece, fica triste, e recebe a visita de um jovem que ela conhecia desde criança. Otávio quer sofrer e por isso quer ver entre eles um relacionamento, tenta de todas as maneiras. Até que no derradeiro movimento ele a força a dizer o que sente. Ela diz que sua tristeza é por aquilo que ele causa a ela e não por outro amor, que ela o ama e que quer ficar com ele, mas ele a afasta sempre, e que se ele vê outras coisas ela não tem como se defender (aqui eu vi claramente uma relação com Bentinho e Capitu).
Depois dessa confissão Otávio pensa em abandoná-la, em se matar, em matá-la. Há um outro elogio à morte. No momento em que ele vai apunhalá-la ele encontra um crucifixo que ela herdara da tia em seu peito, e passa a acreditar em Deus, na religião. Cristo havia salvado ela. Atordoado e cansado ele vai dormir. Mas não sem antes encontrar uma carta de Brigida para esse antigo amigo, no qual ela lhe declarava o seu amor. Sendo não culpada, pois mantera-se fiel, e estava disposta a morrer por Otávio, mas amava outro.
O último capítulo é narrado em terceira pessoa. Um casal feliz compra alianças, entram em um café, lá na intimidade já não parecem tão felizes. Otávio está se separando de Brigida, deixava ela ser feliz com Smith, viajava ele. No começo ele mandaria cartas para que não fosse um rompimento brusco, mas aos poucos ele pararia. Ele nunca mais a veria. O amor que ele sentia não suportaria isso. Mas ele vai embora feliz, pois das três pessoas que sofreram com aquele louco amor, só uma ficaria triste.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
O Terror - Arthur Machen
Esse é um livro bem curtinho, mesmo com um posfacio de mais de 30 páginas, uma coleção de contos (se é que podemos chamá-los de contos, para mim são textos sugestivos cuja sugestão em muito casos eu não fui capaz de capitar, e por isso permaneceu por segundos apenas uma sensação) unidos com o nome de Ornamentos em Jade, todo o volume não chega a 200 páginas. O romance que dá título ao texto não tem 100 páginas...
O livro é muito bem contextualizado, se passa durante a 1° Guerra Mundial, momento em que na Inglaterra segundo o narrador, havia uma grande falta de comunicação, os jornais estavam proibidos de publicar qualquer informação que não passasse pela censura, assim os casos estranhos que ocorriam, tornavam-se logo rumores, e o povo que habituara-se a acreditar apenas naquilo que lia, ficou completamente alienado. As pessoas tinham uma suspeita do que acontecia perto de casa, mas aquilo que ficava longe não lhes chegava ao conhecimento, e as próprias pessoas não gostavam de falar sobres estranhos rumores de então.
O narrador é um jornalista que foi destacado para investigar casos estranhos que ocorriam em uma região rural, de mortes inexplicáveis. Porém, antes de conversar com médico local, o dr. Lewis, ele conta o primeiro caso estranho de que ele tomara conhecimento, naquela época conturbada, um antigo conhecido seu, era piloto de guerra, e morrera perto de sua base ao ser "atacado" por um bando de pombos que derrubou o avião.
Nessa região rural o caso que atraiu o narrador foi o de uma família que foi encontrada morta com os rosto destruídos, e não havia nenhum rastro que pudesse indicar o assassino. Cogitou-se um serial killer, alguém da própria região com distúrbio de personalidade... até que mortes tão estranhas quanto se multiplicaram, corpos que caíram de precipícios, se afogaram no pântano, sufocaram sem nenhuma marca, ferimentos sem explicação (todos durante a noite). O médico não conseguia explicar, mas um dos moradores da aldeia tinha uma teoria interessante do Raio Z, que seria algo criado pelos alemãs para gerar uma violência em seres vivos que depois que sua influência passavam voltava ao normal, uma técnica do inimigo para espalhar o terror. A teoria de que isso era obra dos alemãs torna-se quase certa, mesmo que para isso eles tivessem que ter construído cidades subterrâneas... Depois aparecem umas luzes, como se fosse parte de uma nuvem, ou de uma árvore... o mistério se intensifica, isso se você não tomar aquela sua primeira ideia absurda como solução do problema, ou concordar com a teoria dos alemães.
Até que se atinge a última história do terror naquela região, em que um fazendeira é morto com uma ferida do lado de fora de casa, e sua família (a mulher e dois filhos) mais um hóspede são encontrados mortos pela casa muito provavelmente por falta de água, pois tudo indicava que eles estavam sitiados. O dr. Lewis encontra uma carta do hóspede, que era um conhecido seu, em que conta tudo o que ocorrera, ou que ele achava que ocorrera, pois não sabia mais se ainda não estava louco, se estava acordado ou dormindo. E com isso acaba essa época do terror.
No último capítulo o narrador conversa com o médico, e eles chegam a uma conclusão do que gerara aquele terror. O fim sinceramente para mim podia ser outro. No geral não entraria na lista de livros que eu indicaria, mas com esse fim, está entre os livros que eu diria boa sorte, lê ai... interessante, mas decepcionante! Lê ai!
sábado, 5 de outubro de 2013
Orgulho e Preconceito - Jane Austen
Lembro ainda da primeira vez que ouvi falar desse livro. E para ser sincera é ainda uma das minhas referências favoritas a ele. Foi no filme Mensagem para Você, e com certeza a Meg Ryan e o Tom Hanks ficam em segundo lugar como o meu casal favorito do cinema (tudo bem é só uma releitura... mas ainda assim muito melhor que a Keira Knightley). Perdem só para o Collin Firth e a Jennifer Ehle, da minissérie da BBC, que foi o que me levou a ler o livro.
A minissérie passou na TV como filme, e eu só consegui pegar a segunda parte, o que além de me fazer entender tudo errado, me estimulou a curiosidade. Comprei o livro em 2006, e sem nenhuma vergonha, ou sentimento de que apliquei mal o meu tempo, o li uma vez por ano desde então, com essa somam-se 8 vezes. É claro que eu já sei o que vai acontecer, e a ordem, e os sentimentos, as expressões e em muitos casos as palavras...
Recentemente eu obtive uma explicação muito plausível para esse sentimento que me impossibilita de ficar uma ano sem ler Orgulho e Preconceito, e que também me faz reler inúmeras vezes muitos outros livros. A explicação veio de uma conversa entreouvida na cantina do ifch, por um casal que mal se conhecia, e que realmente achavam incrível que os dois gostavam de reler livros, por favor! atravessem a rua e conversem com o povo do iel! Mas de qualquer forma, um dos dois, acredito que o moço, disse que ao reler o livro era como se ele estivesse revisitando seus amigos, que ele sentia saudades dos personagens. E é exatamente isso, eu me identifico com os personagens, quero ouvir suas histórias de novo, assim como nós contamos aos nossos amigos os nossos infortúnios, e muitas vezes escutamos histórias repetidas... sinto uma grande saudade da família Bennet, que eu costumo reencontrar todas férias de inverno. Esse ano por causa da monografia, isso teve que ser atrasado um pouco, mas o prazer foi o mesmo. E para minha eterna surpresa eu consegui encontrar algo de novo, como acontece todo ano.
A minissérie passou na TV como filme, e eu só consegui pegar a segunda parte, o que além de me fazer entender tudo errado, me estimulou a curiosidade. Comprei o livro em 2006, e sem nenhuma vergonha, ou sentimento de que apliquei mal o meu tempo, o li uma vez por ano desde então, com essa somam-se 8 vezes. É claro que eu já sei o que vai acontecer, e a ordem, e os sentimentos, as expressões e em muitos casos as palavras...
Recentemente eu obtive uma explicação muito plausível para esse sentimento que me impossibilita de ficar uma ano sem ler Orgulho e Preconceito, e que também me faz reler inúmeras vezes muitos outros livros. A explicação veio de uma conversa entreouvida na cantina do ifch, por um casal que mal se conhecia, e que realmente achavam incrível que os dois gostavam de reler livros, por favor! atravessem a rua e conversem com o povo do iel! Mas de qualquer forma, um dos dois, acredito que o moço, disse que ao reler o livro era como se ele estivesse revisitando seus amigos, que ele sentia saudades dos personagens. E é exatamente isso, eu me identifico com os personagens, quero ouvir suas histórias de novo, assim como nós contamos aos nossos amigos os nossos infortúnios, e muitas vezes escutamos histórias repetidas... sinto uma grande saudade da família Bennet, que eu costumo reencontrar todas férias de inverno. Esse ano por causa da monografia, isso teve que ser atrasado um pouco, mas o prazer foi o mesmo. E para minha eterna surpresa eu consegui encontrar algo de novo, como acontece todo ano.
Não querendo estragar o prazer da leitura a qualquer que um dia leia isso daqui, não me atreverei a tentar resumir esse livro. Não sei se é o meu livro favorito, talvez, com certeza está no topo da lista. Jane Austen o escreveu com apenas 21 anos (em 1797), e eu nos meus 24 não poderia contar a mesma história. Ela se dedica ao detalhe da vida cotidiana do campo na Inglaterra do final do século XVIII, vida que é completamente agitada com a chegada de um jovem rico, que segundo o conhecimento geral deveria estar a procura de uma esposa, e seus parentes e amigos. Esse jovem, Mr. Bingley se apaixona pela mais velha das jovens Bennets, que por causa do comportamento bizarro de sua família, além de sua baixa posição social, apesar de retribuir o amor do jovem, é obrigada a ver ele abandonar a região e voltar para Londres, tudo por causa da ação de seu melhor amigo, que vê o casamento dos dois com maus olhos, e por isso o persuade de que ela não está apaixonada, e depois esconde a presença dela em Londres, quando esta visita os seus tios. O amigo em questão é Mr. Darcy um jovem ainda mais rico e bonito, mas que por causa de seu orgulho (digamos justificável) consegue com que toda a localidade o deteste, em especial Elizabeth Bennet, quem ele de início desdenha, depois reconhece alguma beleza e por fim se apaixona. Ele consegue afastar seu amigo, mas o seu sentimento é mais forte, e ele vai atrás dela. Mas ao declarar o seu afeto (ele ardentemente a ama) vê tudo recusado por ela sem nenhum tipo de gentileza, afinal ele nunca demonstrara nenhuma admiração, ele declarara seu amor em termos a mostrar o quanto isso era negativo, e além de tudo ela ficara sabendo pelo primo dele que fora Mr. Darcy quem causara a infelicidade de sua irmã, e também tinha o caso de Mr. Wickham (um jovem oficial muito bonito e cativante, que Elizabeth simpatizara, e depois lhe contara as coisas horríveis que Mr. Darcy havia feito).
Mr. Darcy resolve se explicar em uma carta, mostras os motivos da separação de Bingley com a sua irmã (que eu ainda acho fajuta, mas dá para entender a lógica com que Lizzy os aceita), e conta a verdadeira história de Mr. Wickham que na verdade é um interesseiro sem escrúpulos. A partir dai os sentimentos de Elizabeth começam a mudar. Um tempo passa, e ela vai viajar com seus tios pela região em que sua tia morara por um tempo, e que vinha a ser exatamente a que Mr. Darcy residia. Lá eles se encontram e as maneiras do cavalheiro mudaram muito e para melhor, o que, além da vista da casa dele, cooperou muito para a mudança de sentimentos de Lizzy. Mas a visita tão cordial é interrompida bruscamente, com a fuga da irmã mais novo de Elizabeth com Mr. Wickham, um escândalo que colocaria toda a família em uma situação ainda pior se eles não se casassem, que era o que as pessoas suspeitavam (é aqui que reside a minha descoberta desse ano, a do ano passado está em uma parte que eu omiti desse ordinário resumo, junto com os personagens da família Lucas e Mr. Collins). Tudo se resolve da melhor maneira possível, e tudo graças a Mr. Darcy, e quando Elizabeth tem a chance de agradecê-lo, pois por mais que isso fosse um segredo como todos os demais daquela sociedade sempre chegava aos ouvidos de alguém, os dois se declaram e vivem felizes para sempre. Assim como Jane e Mr. Bingley que recebera a declaração do amigo sobre seus atos passados, e resolvera renovar seus afetos.
Contando assim não é grande coisa. Mas se você consegue entender o quão ardente é o amor de Mr. Darcy por Elizabeth então, pronto, nenhum homem jamais amara o suficiente. Pode ser de todo o coração, pode ser eterno, mas acima de tudo tem que ser ardente.
Já estou quase ansiosa para que o ano que vem chegue logo e eu os reencontre.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Atalá ou os amores de dois selvagens no deserto - Chateuabriand
Esse romance é meio estranho. Não esperava ler o que li quando fiquei sabendo que teria que ler esse livro. Ele se passa na América do Norte, no que o autor chama de deserto, mas com a leitura imaginamos as florestas tropicais tão descritas pelos Românticos brasileiros. Na verdade não tem como ler sem pensar em Iracema, se você já leu Iracema é claro.
O romance tem um prólogo que longamente descreve a paisagem, dá nomes indígenas aos rios americanos, e então fala de um velho indígena que tivera uma longa vida cheia de histórias e um europeu que chegando na América quer fazer parte de uma tribo, viver como eles e aprender seus costumes, ele é aceito, e lá conhece esse velho cego que se chama Chactás, a quem pede que lhe conte a sua história.
O romance começa então com a narrativa de Chactás, sobre as suas aventuras. Que estando a sua tribo em guerra ele foi capturado, e que por muito pouco não fora enviado ao México onde seria escravo, ele fora salvo por Lopes um espanhol que queria civilizá-lo. Mas Chactás por mais que fosse agradecido e amasse esse homem não podia ficar lá preso, precisava voltar para sua terra. Porém, logo que partiu ele foi capturado por uma tribo rival, que o aprisionou e decidiu queimá-lo em um lugar específico para onde se dirigiam. O caminho é longo, e nas noites ele ficava preso em volta de uma fogueira com um guarda, até que um dia surgiu uma jovem branca que ele tomou pela Virgem dos católicos, e por ela se enamorou. Ela era Atalá a filha do chefe guerreiro, que também se apaixonou por ele.
Um dado dia ela convenceu o guarda a deixá-la tomando conta do jovem Chactás, e no primeiro momento o soltou e o mandou fugir. Ele se recusou a ir sem ela. E com isso a caminhada continuou, chegaram a um povoado em que ela mais uma vez o soltou e juntos caminharam, mas antes que alguma decisão fosse tomada o pai de Atalá os descobre e passam a prender Chactás com maior rigor. Chega enfim a hora de queimá-lo, porém tudo é postergado por diversos motivos. Então Atalá encontra uma forma de libertar Chactás, e está decidida a fugir com ele, pois não aceitaria que ele morresse por ela.
Eles fogem, andando pelo tal deserto (que mais me parece o paraíso) sem nada de mal fazerem. Atalá sofre visivelmente mas nada diz a Chactás. Eles prosseguem a sua viagem (não sei bem para onde), até que uma pesada tempestade cai, eles se refugiam embaixo de uma árvore, e lá o clima esquenta, mas ainda assim ela continua virgem (eu acho, a hora em que isso é esclarecido no livro a minha versão digitalizada está borrada). Pois bem na hora chega um padre que sabe que há viajantes nas redondezas e quer oferecer-lhes abrigo.
Os três vão para a gruta do velho padre, onde se secam, se alimentam, e contam sua história. O padre diz que se Chactás se converter ao cristianismo ele poderia casá-los (esqueci de dizer que Atalá já era cristã), e que eles poderiam viver na comunidade que ele criara, com selvagens convertidos. No dia seguinte de manhã, Atalá continua dormindo, mas Chactás desce com o padre para a tal aldeia, onde o selvagem vê toda a obra do cristianismo e da civilização e acredita que será muito feliz ali. Porém quando eles voltam à gruta do padre, Atalá está agonizando, a beira da morte e precisa contar a sua história para Chactás, para que ele entenda a tristeza dela, que não era causada por ele.
Ela ia morrer porque o céu a estava punindo. Ela não era filha do chefe guerreiro que aprisionara Chactás, mas sim de um espanhol de nome Lopes (é, o mesmo!), mas que sua mãe fora forçada a se casar já gravida, e que devido a complicações do nascimento de Atalá ela prometera a Deus e a Virgem que sua filha seria eternamente virgem, e quando ela morreu fez sua filha lhe prometer isso. Portanto ela jamais poderia ser mulher de Chactás. O padre então a acalma, e lhe oferece uma opção, em que o bispo poderia retirar os votos feitos por Atalá, mas essa conta o que aconteceu no dia da tempestade, o que não tem volta. Depois de mais alguns dias agonizando ela morre, porém antes faz com que o selvagem lhe prometa antes de morrer converter-se ao cristianismo pois assim eles teriam a eternidade juntos.
Depois do velório, enterros e honrarias Chactás volta para a sua mãe e sua terra. Sem ter se convertido ao cristianismo até o momento em que contava a sua história para o europeu.
Enfim vem o epílogo, em que um outro narrador conta que soube dessa história por outras bocas, mas que a considera confiável, por mais que jamais tenha encontrado o padre. Pois um dia estando ele também no deserto viu uma mãe selvagem que fazia os rituais da morte de seu filho recém-nascido, comovido esse viajante a ajuda, e depois com a chegada do pai pergunta se pode ir com eles. Quando param de caminhar ele lhes pergunta a sua história, eles são do mesmo povo que Chactás, e estão fugindo pois com a colonização eles foram expulsos de sua terra. Então o viajante pergunta se conhecem a história de Chactás, eles informam que são descendentes do europeu que fora por ele adotado, e terminam a história. O padre fora cruelmente assassinado na sua aldeia. E Chactás foi buscar o seu corpo e o de Atalá quando ficou sabendo, lá chegando ele presenciou um certo tipo de divindade, e pelo que eu entendi se converteu ao cristianismo, para assim poder se juntar a Atalá.
Para mim esse romance não tem tanto de paixões, como os demais que eu li para a matéria. Sim eles são apaixonados. Chactás está disposto a morrer do que ficar sem ela. Atalá prefere fugir, quebrar os votos feitos a sua mãe no leito de morte do que vê-lo morrer. Mas eles são tão puros. Não há nada de errado em eles se apaixonarem. Parece mais uma defesa do catolicismo, Chactás para ser melhor tinha que se converter. E também do uso e entendimento da religião. O padre é o melhor personagem de todo o romance.
Senhor dos Anéis, O retorno do rei - J.R.R.Tolkien
Esses dias não estão bons. Parece que se eu for começar a reclamar e a pensar o desespero vai tomar conta, então não será mais uma procrastinação, mas uma incapacidade de me concentrar. Eu estava naquela festa, só não vi por causa de um macacão, e agora eu começo a filosofar sobre o mundo, e ele não me parece melhor, nem capaz de melhorar. E dado essa descrença no mundo acreditei que a primeira coisa que eu deveria fazer era alguma coisa de que eu realmente gostasse, que me daria satisfação, desocuparia minha cabeça e ainda por cima fosse capaz de me levar para um outro mundo. Assim acabei o último livro da triologia, sem deixar de chorar. E já na expectativa de muitas outras leituras por prazer, que infelizmente só serão iniciadas no final do ano.
Desabafo feito... vamos ao parto de resumir minha história favorita no mundo.
Se no segundo livro os personagens começam a se separar, e o narrador precisa contar o que se passa em diferentes partes da Terra Média, em O retorno do rei tudo se complica. Depois de Pippin ter olhando dentro do palantir, e de os nazgûl terem atravessado a fronteira, Gandalf parte imediatamente para Gondor, onde é melhor recebido do que em Edoras, porém o interesse está no hobbit que o regente Denethor, que já sabe da morte seu filho Boromir e de que ele estava presente. Depois de uma conversa cansativa, por algum senso de honra Pippin resolve oferecer os seus serviços a Denethor, que o toma para sua guarda (é ele quem passará a servi-lo). Gandalf tem seus assuntos importantes a tratar e Pippin seus novos deveres, ele conhece um guarda, Beregond, que o envia a seu filho, uma criança com quem Pippin vê a chegada dos exércitos aliados, que não são muitos...
Os outros companheiros permanecem com os cavaleiros de Rohan, até que chegam os dúnedain do norte e os filhos de Erond que Aragorn desejara que estivessem lá (e fica subentendido que foi Galadriel quem os convocara), que trazem uma mensagem, que Aragorn lembre-se das Sendas dos Mortos. O que faz com que Aragorn, Legolas, Gimli e os recém-chegados partam para um caminho sombrio mas mais direto para Gondor, passando sob uma montanha amaldiçoada, em que fantasmas de guerreiros passados esperavam pelo rei para poderem enfim descansar em paz.
Deixando Merry para trás. Sozinho e sendo muito pequeno, por mais que ele também oferecera seus serviços ao rei, ele quase fica em Edoras enquanto seus amigos estão defendendo a Terra Média, mas ele é acolhido por um misterioso cavaleiro que diz não se importar com carregá-lo.
Volta-se para Gondor, a cidade é cercada. Denethor acusa Faramir da morte de Boromir, com isso o filho mais honrado sai enraivecido para a guerra e só volta ferido mortalmente. Não há todas aquelas cenas de guerra que cansam no filme. Há uma descrição do desespero das casa sendo queimadas, dos orcs devolvendo as cabelas decapitadas dos guerreiros. E quando toda esperança acabara, os ventos mudam e a escuridão começa a ceder. E nós voltamos aos rohirrim, que cavalgam o melhor que podem na direção de Gondor, passando por uma floresta em que os selvagens que não querem participar da guerra, também não gostam dos orcs e os ajudam a escolher o melhor caminho para atacar o exercito de Mordor. Chegam na hora exata, atacam com um gosto pelo sangue e pela vitória que cegam o seu rei que morre. Quando o chefe dos nazgûl vai dar o golpe final o misterioso cavaleiro que não é ninguém mais ninguém menos de Éowyn o ataca, e o destrói, porém ferindo-a gravemente, Merry em sua defesa também se machuca. Nessa hora de pesar, chega um navio inimigo na costa, mas cheio de amigos, Aragorn fora bem sucedido em sua empreitada e chegava para ajudar. Nesse meio tempo na cidadela Denethor se desespera, e ao ver sua cidade em chamas e seu único filho consumido por uma febre incessante decide queimar-se junto com seu filho, e a tragédia só não é completa porque Pippin corre em busca de ajuda, Beregond e Gandalf conseguem salvar Faramir.
A batalha está ganha. Os feridos são levados às casas de cura. Aragorn com suas mãos reais que curam presta auxílio e depois sai da cidade e junto com os demais capitães pensam no próximo passo. Por Faramir eles souberam que Frodo estava muito perto de seu objetivo, então o que eles tinham que fazer era tirar a atenção de Sauron das suas próprias terras. Juntam um exército e vão bater nos portões de Mordor. Onde para seus desesperos um servo de Sauron mostra os pertences de Frodo. Gandalf recusa-se a se entregar, e começa uma batalha, que estavam para perder, quando ele avista as águias.
E então começa o último livro do último livro. Com Sam entrando em Mordor, na torre de guarda infestada de orcs mortos, por uma discussão quanto ao que fazer com Frodo. Com um pouco de astúcia e de sorte ele consegue encontrar seu mestre, que já está acordado e consciente. Mas nu, com isso Sam procura roupas de orcs para eles se camuflarem. Então partem para a sua última jornada, sem comida o suficiente para o caminho de volta. Quase são descobertos mais de uma vez. Porém, o plano traçado em Gondor de fato os ajuda, as terras ficam mais vazias.
Quanto mais perto eles chegam da montanha da perdição, mais pesado fica o fardo, e aos poucos Frodo já não tem mais força para continuar, e Sam o salva mais uma vez, carregando-o nas costas, durante parte da subida. Quando chegam a estrada que os levaria diretamente a entrada da montanha Gollum reaparece. Frodo corre para as forjas enquanto Sam luta com ele, é a vez de Sam sentir dó e deixar que a criatura vá embora. Mas ela não vai, o segue, entra com ele, mas diferente de Sam que nada vê já que Frodo colocou o anel, Gollum é atraído e tenta recuperá-lo a força, e dentadas. Leva consigo um dedo, mas tropeça e cai na lava da montanha destruindo o anel. Com a destruição tudo que foi feito por ele começa a ruir, incluindo Mordor. Tudo parece acabado para os dois hobbits, que juntos deitam esperando pela morte, mas são salvos pelas águias guiadas por Gandalf.
Sam acorda, Frodo já está bem. Todos estão bem, e enfim juntos. Depois de um tempo dirigem-se para Gondor, onde Aragorn é coroado rei, por Frodo, que recebe todas as honrarias possíveis. Apenas depois do casamento de Aragorn com Arwen, e ainda mais um tempo que os viajantes decidem voltar para casa. Vão em um grupo gigante que se separa aos poucos. Passam por Edoras, onde o casamento de Faramir e Éowyn é anunciado, por Isengard onde vêm o trabalho dos ents, descobrem a partida de Saruman, e Legolas e Gimli se separam do resto da comitiva para viajar por Fagorn, e Aragorn volta para casa. O restante continua seu caminho, alguns elfos vão para Lorien, enquanto o restante se dirige para Valfenda, para onde os hobbits e Galdalf vão para encontrar Bilbo. Lá eles ficam mais um bom tempo, quando sentem a necessidade de voltar para casa. Gandalf continua os acompanhando. Passam por Bri onde descobrem que as coisas não vão tão bem. De lá Gandalf se separa deles para visitar Tom Bombadil, e avisa os hobbits que encontrarão problemas em casa, mas que sabe que agora eles são capazes de resolver tudo sozinhos.
Chegando ao Condado tudo está mudado, e os hobbits mais parecem escravos. Mas (como todo bom leitor cansado agradece), tudo é resolvido rapidamente, com muita noção de guerra de Merry e Pippin que ficam com toda a fama. Sam também se dá bem, casa-se com Rosinha, usa o presente de Galadriel tornando o Condado ainda mais belo. Só Frodo está triste, e quando chega a hora ele parte para os portos cinzentos na companhia de Sam, para lá encontrar Bilbo, Erond, Galadriel e Gandalf, todos vão embarcar...
E ai sim você vê alguém que sabe acabar um livro! Me desculpem, mas a J.K. Rowling só quis ganhar dinheiro com aquele final idiota de Harry Potter. Onde já se viu ele sobreviver? É claro que com ele vivo, e dali 15 anos com uma família é possível contar as histórias de seus filhos em Hogwarts por mais que um não podia viver sem o outro.
Frodo ao contrário destrói o anel como lhe mandaram, por mais que com isso muitas coisas fossem destruídas. E que ele próprio já não poderia mais viver da mesma forma.
Desabafo feito... vamos ao parto de resumir minha história favorita no mundo.
Se no segundo livro os personagens começam a se separar, e o narrador precisa contar o que se passa em diferentes partes da Terra Média, em O retorno do rei tudo se complica. Depois de Pippin ter olhando dentro do palantir, e de os nazgûl terem atravessado a fronteira, Gandalf parte imediatamente para Gondor, onde é melhor recebido do que em Edoras, porém o interesse está no hobbit que o regente Denethor, que já sabe da morte seu filho Boromir e de que ele estava presente. Depois de uma conversa cansativa, por algum senso de honra Pippin resolve oferecer os seus serviços a Denethor, que o toma para sua guarda (é ele quem passará a servi-lo). Gandalf tem seus assuntos importantes a tratar e Pippin seus novos deveres, ele conhece um guarda, Beregond, que o envia a seu filho, uma criança com quem Pippin vê a chegada dos exércitos aliados, que não são muitos...
Os outros companheiros permanecem com os cavaleiros de Rohan, até que chegam os dúnedain do norte e os filhos de Erond que Aragorn desejara que estivessem lá (e fica subentendido que foi Galadriel quem os convocara), que trazem uma mensagem, que Aragorn lembre-se das Sendas dos Mortos. O que faz com que Aragorn, Legolas, Gimli e os recém-chegados partam para um caminho sombrio mas mais direto para Gondor, passando sob uma montanha amaldiçoada, em que fantasmas de guerreiros passados esperavam pelo rei para poderem enfim descansar em paz.
Deixando Merry para trás. Sozinho e sendo muito pequeno, por mais que ele também oferecera seus serviços ao rei, ele quase fica em Edoras enquanto seus amigos estão defendendo a Terra Média, mas ele é acolhido por um misterioso cavaleiro que diz não se importar com carregá-lo.
Volta-se para Gondor, a cidade é cercada. Denethor acusa Faramir da morte de Boromir, com isso o filho mais honrado sai enraivecido para a guerra e só volta ferido mortalmente. Não há todas aquelas cenas de guerra que cansam no filme. Há uma descrição do desespero das casa sendo queimadas, dos orcs devolvendo as cabelas decapitadas dos guerreiros. E quando toda esperança acabara, os ventos mudam e a escuridão começa a ceder. E nós voltamos aos rohirrim, que cavalgam o melhor que podem na direção de Gondor, passando por uma floresta em que os selvagens que não querem participar da guerra, também não gostam dos orcs e os ajudam a escolher o melhor caminho para atacar o exercito de Mordor. Chegam na hora exata, atacam com um gosto pelo sangue e pela vitória que cegam o seu rei que morre. Quando o chefe dos nazgûl vai dar o golpe final o misterioso cavaleiro que não é ninguém mais ninguém menos de Éowyn o ataca, e o destrói, porém ferindo-a gravemente, Merry em sua defesa também se machuca. Nessa hora de pesar, chega um navio inimigo na costa, mas cheio de amigos, Aragorn fora bem sucedido em sua empreitada e chegava para ajudar. Nesse meio tempo na cidadela Denethor se desespera, e ao ver sua cidade em chamas e seu único filho consumido por uma febre incessante decide queimar-se junto com seu filho, e a tragédia só não é completa porque Pippin corre em busca de ajuda, Beregond e Gandalf conseguem salvar Faramir.
A batalha está ganha. Os feridos são levados às casas de cura. Aragorn com suas mãos reais que curam presta auxílio e depois sai da cidade e junto com os demais capitães pensam no próximo passo. Por Faramir eles souberam que Frodo estava muito perto de seu objetivo, então o que eles tinham que fazer era tirar a atenção de Sauron das suas próprias terras. Juntam um exército e vão bater nos portões de Mordor. Onde para seus desesperos um servo de Sauron mostra os pertences de Frodo. Gandalf recusa-se a se entregar, e começa uma batalha, que estavam para perder, quando ele avista as águias.
E então começa o último livro do último livro. Com Sam entrando em Mordor, na torre de guarda infestada de orcs mortos, por uma discussão quanto ao que fazer com Frodo. Com um pouco de astúcia e de sorte ele consegue encontrar seu mestre, que já está acordado e consciente. Mas nu, com isso Sam procura roupas de orcs para eles se camuflarem. Então partem para a sua última jornada, sem comida o suficiente para o caminho de volta. Quase são descobertos mais de uma vez. Porém, o plano traçado em Gondor de fato os ajuda, as terras ficam mais vazias.
Quanto mais perto eles chegam da montanha da perdição, mais pesado fica o fardo, e aos poucos Frodo já não tem mais força para continuar, e Sam o salva mais uma vez, carregando-o nas costas, durante parte da subida. Quando chegam a estrada que os levaria diretamente a entrada da montanha Gollum reaparece. Frodo corre para as forjas enquanto Sam luta com ele, é a vez de Sam sentir dó e deixar que a criatura vá embora. Mas ela não vai, o segue, entra com ele, mas diferente de Sam que nada vê já que Frodo colocou o anel, Gollum é atraído e tenta recuperá-lo a força, e dentadas. Leva consigo um dedo, mas tropeça e cai na lava da montanha destruindo o anel. Com a destruição tudo que foi feito por ele começa a ruir, incluindo Mordor. Tudo parece acabado para os dois hobbits, que juntos deitam esperando pela morte, mas são salvos pelas águias guiadas por Gandalf.
Sam acorda, Frodo já está bem. Todos estão bem, e enfim juntos. Depois de um tempo dirigem-se para Gondor, onde Aragorn é coroado rei, por Frodo, que recebe todas as honrarias possíveis. Apenas depois do casamento de Aragorn com Arwen, e ainda mais um tempo que os viajantes decidem voltar para casa. Vão em um grupo gigante que se separa aos poucos. Passam por Edoras, onde o casamento de Faramir e Éowyn é anunciado, por Isengard onde vêm o trabalho dos ents, descobrem a partida de Saruman, e Legolas e Gimli se separam do resto da comitiva para viajar por Fagorn, e Aragorn volta para casa. O restante continua seu caminho, alguns elfos vão para Lorien, enquanto o restante se dirige para Valfenda, para onde os hobbits e Galdalf vão para encontrar Bilbo. Lá eles ficam mais um bom tempo, quando sentem a necessidade de voltar para casa. Gandalf continua os acompanhando. Passam por Bri onde descobrem que as coisas não vão tão bem. De lá Gandalf se separa deles para visitar Tom Bombadil, e avisa os hobbits que encontrarão problemas em casa, mas que sabe que agora eles são capazes de resolver tudo sozinhos.
Chegando ao Condado tudo está mudado, e os hobbits mais parecem escravos. Mas (como todo bom leitor cansado agradece), tudo é resolvido rapidamente, com muita noção de guerra de Merry e Pippin que ficam com toda a fama. Sam também se dá bem, casa-se com Rosinha, usa o presente de Galadriel tornando o Condado ainda mais belo. Só Frodo está triste, e quando chega a hora ele parte para os portos cinzentos na companhia de Sam, para lá encontrar Bilbo, Erond, Galadriel e Gandalf, todos vão embarcar...
E ai sim você vê alguém que sabe acabar um livro! Me desculpem, mas a J.K. Rowling só quis ganhar dinheiro com aquele final idiota de Harry Potter. Onde já se viu ele sobreviver? É claro que com ele vivo, e dali 15 anos com uma família é possível contar as histórias de seus filhos em Hogwarts por mais que um não podia viver sem o outro.
Frodo ao contrário destrói o anel como lhe mandaram, por mais que com isso muitas coisas fossem destruídas. E que ele próprio já não poderia mais viver da mesma forma.
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
As relações perigosas - Choderlos de Laclos
Mais um da matéria sobre a paixão na literatura, mais um libertino e o primeiro romance epistolar de toda a minha vida.
É interessante pensar que é um gênero que de fato acabou, e que na verdade para grande parte das pessoas se você falar em epístola nada vai significar, e ainda mais que provavelmente daqui alguns anos nem mesmo com a "tradução" para carta, as crianças continuarão a não entender. Carta hoje em dia só conta e propaganda, ninguém mais espera uma carta. A última carta que eu recebi foi do vestibular da USP, eu tinha prestado arquitetura, eram 150 vagas e naquela carta dizia que eu estava em 154... a lista não rodou nem isso. Fiquei com a Unicamp mesmo, o que no final não fez diferença porque eu também desisti do curso... mas parando de divagar.. voltemos ao Laclos.
É interessante pensar que é um gênero que de fato acabou, e que na verdade para grande parte das pessoas se você falar em epístola nada vai significar, e ainda mais que provavelmente daqui alguns anos nem mesmo com a "tradução" para carta, as crianças continuarão a não entender. Carta hoje em dia só conta e propaganda, ninguém mais espera uma carta. A última carta que eu recebi foi do vestibular da USP, eu tinha prestado arquitetura, eram 150 vagas e naquela carta dizia que eu estava em 154... a lista não rodou nem isso. Fiquei com a Unicamp mesmo, o que no final não fez diferença porque eu também desisti do curso... mas parando de divagar.. voltemos ao Laclos.
Como eu tentei dizer, mas acabei me perdendo, As relações perigosas é um romance composto por cartas, que foram trocadas na França do século XVIII entre 3 de agosto de 17** e 14 de janeiro de 17**, entre diversos personagens da aristocracia. Entre eles a jovem Cécile Volanges e sua mãe a Senhora de Volanges, uma parente distante a Marquesa de Merteuil, o Visconde de Valmont, e sua tia a Senhora de Rosemonde, a Cavaleiro Danceny e a Presidenta de Tourvel. Praticamente todos se conhecem, ou vem a se conhecer nesse curto período e trocam cartas entre si, e é a partir dessa intromissão na vida particular dos personagens que nós encontramos o enredo, e principalmente as intenções de cada um.
Cécile Volanges é uma colegial que acabou de voltar do convento para a casa da mãe que a pretende casa com um tal de Gercourt, que em tempos passados fora amante da Marquesa de Merteuil e que a trocara pela amante do Visconde de Valmont, os dois grandes libertinos e vilões do romance. Com isso a Marquesa decide se vingar usando a menina que é completamente inexperiente na sociedade. Sua intenção é se utilizar do Visconde para seduzir Cécile, e que depois de casada seria exposta ao público e Gercourt iria ser humilhado. Porém, de início Valmont se recusa a ajudar sua antiga amante (sim! eles tiveram um relacionamento no passado, mas terminaram como bons amigos e trocam cartas sinceras) pois está envolvido em um projeto, que é o de conquistar a presidenta de Tourvel mulher pudica cujo marido está ausente, e por isso se hospeda na casa da tia de Valmont.
A Marquesa não desiste de suas intenções, como ótima atriz, ela aparenta para toda a sociedade as melhores virtudes, enquanto na verdade é completamente corrompida. Assim ela tem a confiança da Senhora de Volanges, que lhe apresenta a filha, que logo vê nela a melhor amiga, contando-lhe tudo. Nesse meio tempo o a menina se apaixona pelo cavaleiro Danceny, e ele por ela, e quando este lhe envia uma carta, que ela segundo o decoro não deveria responder, a Marquesa consegue através de uma argumentação que Cécile queria ouvir, convencê-la de declarar o seu amor e manter correspondência (cheia de amores eternos).
Enquanto isso Valmont não está conseguindo muita coisa, pois por mais que a presidenta de Tourvel esteja sim se apaixonando por ele, mesmo sabendo da sua fama (não é tão bom ator quanto a Marquesa) que lhe é claramente apresentada pela Senhora de Volanges (muito sua amiga), ela consegue afastá-lo. Ele volta a Paris, disposto a ajudar a Marquesa pois agora a vingança também é dele, contra a mãe de Cécile que o atrapalhou (aparentemente ele realmente estava amando a presidenta). Mas com a ajuda da Marquesa (ardilosa!) a Senhora de Volanges descobre a correspondência de sua filha e o cavaleiro Danceny, e o proíbe de voltar a sua casa, e logo depois resolve se hospedar na casa do campo da senhora de Rosemonde.
Segundo os planos da Marquesa, para lá também deveria voltar Valmont, que encontraria uma forma de fazer com que Danceny entrasse no quarto de Cécile às escondidas. Mas tudo muda. Valmont resolve por si mesmo seduzir Cécile, através de Danceny convence a menina de lhe entregar a chave de seu quarto, entra numa noite e quando ela pensa em chamar por ajuda ele diz que só seria ruim para ela aquilo, o que era verdade, e depois meio a força. meio cedido ele a possui. No começo fica muito mal, e não quer mais saber de Valmont e só de seu cavaleiro, mas a Marquesa, já a par de tudo que acontecera, e bem querendo ter Danceny para ela mesma, e já com bastante ciúmes do visconde, consegue convencer a estúpida de que é normal aquilo que aconteceu, que muito provavelmente ela irá se casar com o horrível Gercourt e que ter Danceny por amante depois seria mais fácil sem a vigilância da mãe, então por que não aproveitar Valmont para aprender algumas coisas...
Nesse meio tempo, a presidenta já não conseguindo segurar o seu amor, volta para Paris. Mas Valmont a segue e consegue o que quer, como quer.. e se vangloria para a Marquesa que fica muito irritada. Valmont ainda a quer de volta, talvez mais para não perder a sua fama, ou algum tipo de orgulho, pois tudo estava muito bem com a presidenta de Tourvel para quem a felicidade era fazê-lo feliz, e por isso acaba fazendo por perdê-la (não sem antes ter que ajudar Cécile a abortar!) enviando uma carta escrita pela marquesa.
A presidenta então enlouquece, se refugia em um convento, onde fica sob os cuidados da Senhora de Volanges. Valmont, que então já estava em guerra com a Marquesa, faz com que Danceny vá ao encontro de Cécile em detrimento da Marquesa, que estava com ele. A Marquesa retruca mostrando a Danceny as cartas em que Valmont contava o seu sucesso com a menina, assim ele desafia Valmont em um duelo, o qual vence, mas antes de morrer o visconde lhe entrega todas as suas cartas, que mostram o verdadeiro caráter da Marquesa. Ao saber da morte de Valmont a presidenta também morre, já Cécile foge para um convento para de lá não mais sair.
Danceny correndo o risco de ser preso, pois a Senhora de Rosemonde quer sua vingança, decide, depois de publicar duas cartas, enviar todas as outras para a tia de Valmont, que ao saber de toda a história resolve por deixá-lo em paz, mas não sem antes pedir as cartas de Cácile que ele possuía. Depois de entregá-las também ele se exila, em Malta. Já a Marquesa, primeiramente ela é vaiada na sociedade, depois ela contrai varíola que a deforma ("dizia-me ontem, a respeito dela, que a doença a virara do avesso, e que agora tinha a alma no rosto."), e ainda perde um processo, e para não ficar pobre, junta todo o seu diamante e dinheiro e foge da França.
É uma leitura difícil nos dias atuais, principalmente pelo vocabulário, pois eles fazem questão de tudo dizer na segunda pessoa do plural. Mas ao mesmo tempo é interessante a leitura de vários pontos de vista, um enredo que se dá a partir de vários narradores (tal qual as Cronicas de gelo e fogo, o A canção de Troia). Também achei a trama muito bem feita, e me animei para assistir ao filme!
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Manon Lescaut - Abade de Prévost
Manon Lescaut é um romance de leitura fácil, fluída. Contudo um tanto sem graça. Não tive dificuldades em terminá-lo a não ser a força de vontade que resistia antes de dormir, e muitas vezes me levou a dormir antes das 23h, usando o sono como desculpa para não ler. Mas afinal, eu o terminei, assim o fiz pela matéria, pela impossibilidade de deixar um livro inacabado...
O livro começa com uma narrativa em primeira pessoa de um senho rico que ao chegar em uma cidadezinha vê um alvoroço em uma estalagem, e ele fica sabendo que lá chegara prostitutas que estavam sendo levadas para o porto, pois seriam levadas para a América. Esse senhor repara então que além das moças e dos seus guardas há também um jovem miserável que fica lá perto. Ele dá um jeito de saber quem ele era, a sua história, o porque de estar seguindo aquele grupo. O jovem é o cavalheiro Des Grieux que era completamente apaixonado pela mais belas das mulheres que ali estava, e por ela se perdera na vida e estava desposto a segui-la até a América, essa jovem é Manon Lescaut. O senhor se compadece de Des Grieux e lhe oferece dinheiro além de conversar com os guardas para que ele não fosse maltratado.
Dois anos se passam e esse senhor reconhece na rua Des Grieux ainda mais abatido, e o convida para se sentar, comer e contar a sua história. Assim começa a narrativa do romance entre Des Grieux e Manon (também em primeira pessoa, e sem nenhum capítulo!).
Des Grieux assim que terminou seus estudos e estava para retornar a casa do pai, de onde depois sairia para entrar em uma ordem (era o filho mais novo), viu Manon chegar a uma estalagem e deu um jeito de conhecê-la e logo se enamorou profunda e inalteradamente por ela. Ela por sua vez estava sendo levada para um convento, pois sua família, que não era muito rica, já sabia de sua devassidão. Des Grieux cego de paixão e contra tudo que ele aprendera até então decide ajudar a menina a fugir (sério eles tinham uns 15 ou 16 anos!), enganando o seu melhor amigo. Fogem e passam a viver juntos sem se casarem em Paris com o dinheiro que cada um possuía dos pais.
O dinheiro logo começa a faltar, mas Manon diz que encontrou um jeito e eles continuam vivendo em opulência (por que eles não se casaram? sério mesmo que não valia nenhuma tentativa antes com o pai dele?). Até que um dia voltando para casa mais cedo do que o esperado Des Grieux é impedido pela criada de entrar, pois Manon assim a mandara, pois estava com o vizinho, um senhor importante. Des Grieux apaixonado e estupido se convence de que não era nada tão ruim assim. Mas era! Contudo ele não chega a saber, pois seu irmão descobre seu paradeiro e o vai buscar para levá-lo de volta para casa, onde fica prisioneiro até que sua paixão se acalme. Poderia ter acalmado, de tanto que seu amigo Tiberge o aconselha, ao ponto de os dois irem para o seminário junto em Paris. Mas quando Des Grieux estava quase para se "formar", Manon fica sabendo que ele está em Paris e vai atrás dele, e mesmo estando com o vizinho ela jura-lhe amor eterno, e promete fugir com ele levando tudo o que o velho já lhe dera.
Fogem e vão morar nos arrabaldes de Paris, pois Manon era mulher que gostava da cidade. Lá vivem feliz por um tempo, o irmão de Manon aparece, e mostrar um caráter ótimo, a primeira coisa que diz para Des Grieux é que ele poderia arranjar homens para Manon, e assim eles conseguirem mais dinheiro, contudo o jovem prefere a jogatina mesmo, onde acaba se dando muito bem. Mas, toda desgraça é pouca, e os criados do casalzinho os rouba, e Des Grieux precisa pedir ajuda ao respeitável cunhado, que volta a insistir na prostituição da irmã caçula. E sem o consentimento de Des Grieux Lescuat ajeita tudo com a irmã, que vai passar uns dias na casa de campo do velho, na volta o nosso jovem herói vai até ela brigar, mas o amor acaba triunfando, e eles tramam uma forma de enganar o velho, e roubar-lhe. O que leva a prisão dos dois, Manon no presídio e Des Grieux em um seminário... com o tempo ele consegue a confiança das pessoas a sua volta, e através do bom e fiel Tiberge consegue se comunicar com Lescaut que leva uma arma, que ajudará Des Grieux a evadir, mas não sem antes matar um homem. Depois disso ele precisa de um plano para tirar Manon, que ele consegue muito facilmente ao travar amizade com outro jovem cujo pai era influente e por isso conseguiria introduzir Des Grieux no presídio, e claro conseguir com que o carcereiro de Manon se oferece para tirá-la de lá (tudo muito simples). Nesse ínterim Lescaut morre, e apesar de Des Grieux estar envolvido com tudo ele não é culpado por nada e ninguém o persegue e ele pode andar livremente por Paris.
Então eles vão viver calmamente em um lugar que eles já tinham estado antes, com a amizade profunda (empresta/dá dinheiro sem reservas e prefere eles às amizades antigas) do jovem rico que os ajudara. Manon dá provas de amor ao negar o amor de um príncipe italiano na frente de Des Grieux, mas acaba sucumbindo ao filho do velho que os colocara na prisão quando eles tentavam roubar. E mais uma vez Des Grieux é enganado e trocado por Manon, e mais uma vez ele enlouquece decide ir brigar com ela, e mais uma vez eles bolam um plano de roubar, e mais uma vez eles são presos. Dessa vez Des Grieux é solto por seu pai que intercede por ele, mas Manon, a pedido dele é deportada para as Américas, como o rapaz já tinha contado dois anos antes.
Por fim ele narra a viagem para a Amárica e o tempo passado lá. no navio ele informa o capitão de que os dois são casados, e como ele é um cavalheiro eles são tratados com o maior respeito e cuidado. Chegando lá a mentira continua, e os dois caem nas graças do governador. E eles são muito felizes e Manon diz que realmente se arrependeu de tudo o que causou para o seu amor, e que agora ela é só dele e que a felicidade dela é ele, e vice versa. Então eles resolvem ser cristãos!!!!! E decidem contar ao governador que eles estiveram mentindo o tempo todo, mas que eles estavam decididos a se casarem. Mas segundo alguma lei vigente na época, o governador podia fazer o que bem entendesse, e como a França enviara Manon como prostituta ele poderia dá-la em casamento para quem ele quisesse, e seu sobrinho estava apaixonado por ela... Des Grieux se bate em duelo com o sobrinho e acredita que o matou, mesmo que honradamente, e junto com Manon decide fugir, e encontrar a colônia inglesa para não se separarem. No caminho Manon morre de fadiga, de tristeza... sei lá. E Des Grieux arranja forças para cavar um túmulo, e lá fica até que é encontrado pelo governador, pois na verdade o sobrinho não tinha morrido... É preso, e depois que acreditam na sua história (mocinho persuasivo!) solto, e quando está decidido a voltar para França e pedir desculpas para seu pai, Tiberge chega, pois desde sua última carta queria ter com ele, e fazê-lo voltar para casa. E assim eles retornam para França, o pai de Des Grieux estava morto e ele tinha combinado de se encontrar com o irmão, mas antes disso encontrou o velho e lhe contou toda a sua história em quase 300 páginas...
De verdade, o final é assim... eu li por eBook, e fiquei procurando alguma página perdida... e ainda não estou convencida de que aquele é o final. Sabe quando o último parágrafo termina bem no final da página, e você espera encontrar mais... pois é!
Não gostei do livro! Não recomendo a leitura! Muito bobinho, para ser incluído no romance libertino... esperava mais.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
Fedra - Racine
Mais um da lista: a paixão na literatura.
Em algum lugar perdido na minha memória eu acredito já ter lido a história de Fedra e Hipólito, talvez algum resumo da mitologia, talvez alguma outra peça.. Essa mania de repetirem os temas clássicos, essa falta de autoria, sempre me confunde muito. Eu sou o tipo de pessoa se se detém nos detalhes, e se são os detalhes que mudam são histórias completamente diferentes...
Fedra é uma tragédia clássica, daquelas que se encaixam na definição aristotélica, com unidade de tempo e espaço, que o fim provoca no leitor compaixão e terror. É a história do amor incestuoso de Fedra por Hipólito seu enteado, que quando revelado acaba em tragédia.
Fedra é casada com Teseu, o grande herói grego depois de Hércules, mas ao chegar na casa de seu marido avista seu novo enteado, filho da rainha das amazonas, Hipólito, um jovem esportivo que desdenha às mulheres, principalmente pelo fato de seu pai ser tão mulherengo. De início Fedra luta contra esse sentimento, tratando mal seu enteado, a quem pede para ser exilado. Mas na época em que a peça se passa Hipólito já está de volta em casa, Teseu está desaparecido por 6 meses, e Fedra está decidida a se matar, já odeia o mundo que a fez ter sentimentos tão horríveis. Sua serva, Enone, daria a vida para salvar Fedra, e tenta de todos os modos dissuadi-la, e acaba por ouvir a confissão de que ela está apaixonada por Hipólito.
Por sua a vez o jovem príncipe está decidido a sair em procura de seu pai, não só por ele, mas também para se afastar de casa onde mora Arícia, uma princesa que seu pai mantém cativa, e que para que seu sangue não se perpetue ele a proíbe de se casar e ter filhos. Mas, apesar de ir contra as vontades de seu pai, e seu próprio caráter, ele se apaixona por ela, e para não trair Teseu, ele quer se afastar.
Os amores são declarados. Hipólito descobre-se correspondido, e Fedra ignorada. Ao final da conversa entre ela e seu enteado, ela decide se matar, ficando com a espada de Hipólito. Mas antes que esse parta, ou que aquela se mate é anunciada a morte de Teseu.
Inicia-se uma nova tensão na trama, a sucessão ao trono, há aqueles que vêm como legitimo rainha Arícia, cuja família reinava antes de Teseu, outro optam pelos filhos de Fedra e por fim o próprio Hipólito. Agora Enone consegue convencer Fedra de continuar viva, em primeiro lugar ela tinha que pensar em seus filhos, que poderiam ser reis, mas que com a sua morte seriam escravos, e além disso com a morte de Teseu sua paixão já não era mais incestuosa.
Porém, Teseu está vivo e retornou para casa. Fedra se desespera com a possibilidade de Hipólito revelar ao pai o seu crime, e Enone para salvá-la trama uma saída. Ela dirá ao rei que Hipólito foi quem violou a rainha, e ainda mostrará a espada como prova. O rei acredita, sem muito esforço para provar o contrário, pois Hipólito, o bom moço, se recusa a rebaixar sua madrasta, apenas diz que quer ir embora, e depois que ama Arícia, que se ele cometeu algum crime foi esse. Teseu em sua fúria de homem traído pede aos deuses, em especial seu pai Netuno, que o vinguem.
Enquanto a vingança não chega, Fedra retoma parte da sua razão e percebe o erro e a baixeza dos atos de Enone, e pretende puni-la por isso, mas antes a própria serva se mata. Hipólito vai ao encontro de Arícia e diz que vai fugir para longe de seu pai, mas que quer que ela vá junto, e para isso eles devem se casar escondido em um templo ali perto, onde marca um encontro. Fedra toma um veneno, mas antes de morrer informa ao rei toda a verdade, e esse desesperado pedindo aos céus para que não o tivessem escutado antes pergunta por seu filho. Mas esse já estava morto, de forma bem cruel por monstros.
A solução para Teseu para homenagear seu filho é perdoando a Arícia e a adotando. Assim com a morte dos dois amantes culpados, Fedra com seu amor incestuoso, e Hipólito com seu amor que traía seu pai, a paz política também se estabelece - já não há mais luta pelo trono.
Em algum lugar perdido na minha memória eu acredito já ter lido a história de Fedra e Hipólito, talvez algum resumo da mitologia, talvez alguma outra peça.. Essa mania de repetirem os temas clássicos, essa falta de autoria, sempre me confunde muito. Eu sou o tipo de pessoa se se detém nos detalhes, e se são os detalhes que mudam são histórias completamente diferentes...
Fedra é uma tragédia clássica, daquelas que se encaixam na definição aristotélica, com unidade de tempo e espaço, que o fim provoca no leitor compaixão e terror. É a história do amor incestuoso de Fedra por Hipólito seu enteado, que quando revelado acaba em tragédia.
Fedra é casada com Teseu, o grande herói grego depois de Hércules, mas ao chegar na casa de seu marido avista seu novo enteado, filho da rainha das amazonas, Hipólito, um jovem esportivo que desdenha às mulheres, principalmente pelo fato de seu pai ser tão mulherengo. De início Fedra luta contra esse sentimento, tratando mal seu enteado, a quem pede para ser exilado. Mas na época em que a peça se passa Hipólito já está de volta em casa, Teseu está desaparecido por 6 meses, e Fedra está decidida a se matar, já odeia o mundo que a fez ter sentimentos tão horríveis. Sua serva, Enone, daria a vida para salvar Fedra, e tenta de todos os modos dissuadi-la, e acaba por ouvir a confissão de que ela está apaixonada por Hipólito.
Por sua a vez o jovem príncipe está decidido a sair em procura de seu pai, não só por ele, mas também para se afastar de casa onde mora Arícia, uma princesa que seu pai mantém cativa, e que para que seu sangue não se perpetue ele a proíbe de se casar e ter filhos. Mas, apesar de ir contra as vontades de seu pai, e seu próprio caráter, ele se apaixona por ela, e para não trair Teseu, ele quer se afastar.
Os amores são declarados. Hipólito descobre-se correspondido, e Fedra ignorada. Ao final da conversa entre ela e seu enteado, ela decide se matar, ficando com a espada de Hipólito. Mas antes que esse parta, ou que aquela se mate é anunciada a morte de Teseu.
Inicia-se uma nova tensão na trama, a sucessão ao trono, há aqueles que vêm como legitimo rainha Arícia, cuja família reinava antes de Teseu, outro optam pelos filhos de Fedra e por fim o próprio Hipólito. Agora Enone consegue convencer Fedra de continuar viva, em primeiro lugar ela tinha que pensar em seus filhos, que poderiam ser reis, mas que com a sua morte seriam escravos, e além disso com a morte de Teseu sua paixão já não era mais incestuosa.
Porém, Teseu está vivo e retornou para casa. Fedra se desespera com a possibilidade de Hipólito revelar ao pai o seu crime, e Enone para salvá-la trama uma saída. Ela dirá ao rei que Hipólito foi quem violou a rainha, e ainda mostrará a espada como prova. O rei acredita, sem muito esforço para provar o contrário, pois Hipólito, o bom moço, se recusa a rebaixar sua madrasta, apenas diz que quer ir embora, e depois que ama Arícia, que se ele cometeu algum crime foi esse. Teseu em sua fúria de homem traído pede aos deuses, em especial seu pai Netuno, que o vinguem.
Enquanto a vingança não chega, Fedra retoma parte da sua razão e percebe o erro e a baixeza dos atos de Enone, e pretende puni-la por isso, mas antes a própria serva se mata. Hipólito vai ao encontro de Arícia e diz que vai fugir para longe de seu pai, mas que quer que ela vá junto, e para isso eles devem se casar escondido em um templo ali perto, onde marca um encontro. Fedra toma um veneno, mas antes de morrer informa ao rei toda a verdade, e esse desesperado pedindo aos céus para que não o tivessem escutado antes pergunta por seu filho. Mas esse já estava morto, de forma bem cruel por monstros.
A solução para Teseu para homenagear seu filho é perdoando a Arícia e a adotando. Assim com a morte dos dois amantes culpados, Fedra com seu amor incestuoso, e Hipólito com seu amor que traía seu pai, a paz política também se estabelece - já não há mais luta pelo trono.
domingo, 18 de agosto de 2013
Os senhor dos anéis - As duas Torres - J.R.R. Tolkien
É engraçado como toda vez que eu sinto necessidade de reler Os senhor dos anéis o primeiro livro é lido com todo o amor e carinho, e os outros dois ficam relegados à simples tarefa de não parar antes de terminar. Contudo, dessa vez foi diferente, li bem devagar As duas torres, um pouco comparando com o filme, um pouco pensando em o que colocar aqui, já que eu tenho essa incapacidade de resumir esses livros. E não é que dessa vez eu gostei muito, muito mesmo do livro.
Faz uma semana que eu terminei, e não tive tempo ou computador para vir aqui registrar, e tempo é o que mais me incomodou, pois assim que guardei As duas torres, já desci com O retorno do rei, mas ele está aqui do lado, lido apenas as 5 primeiras páginas, Pippin se quer desceu do cavalo em Gondor.... mas isso é adiantar os fatos.
Faz uma semana que eu terminei, e não tive tempo ou computador para vir aqui registrar, e tempo é o que mais me incomodou, pois assim que guardei As duas torres, já desci com O retorno do rei, mas ele está aqui do lado, lido apenas as 5 primeiras páginas, Pippin se quer desceu do cavalo em Gondor.... mas isso é adiantar os fatos.
Esse livro começa com a defesa desesperada de Boromir contra o ataque de orcs, e a sua morte, tal como acontece no final do primeiro filme. Aragorn ainda o encontra com vida, e promete a ajudar com a guerra dos homens. Quando Gimli e Legolas o encontram eles precisam decidir entre ir atrás de Frodo e Sam de quem eles conseguem supor o caminho, ou então fazer um funeral correto para Boromir e então seguir e recuperar os outros hobbits. Eles decidem pela segunda opção e começam uma caçada alucinada, que termina após encontrarem um grupo de homens do Rohan, que na noite anterior haviam atacado o acampamento dos orcs e destruído tudo. Eles emprestam cavalos aos últimos membros da comitiva, que prometem voltar para Edoras para se explicarem ao rei. Então a narrativa volta-se para Merry e Pippin que estão passando o maior sufoco nas mão dos orcs que têm a ordem de não machucá-los mas não estão achando isso fácil. Na noite do ataque dos cavaleiros de Rohan, eles conseguem fugir e se refugiam em Fangorn, onde conhecem o ent Barbárvore, para quem contam a sua história, e os fatos do mundo lá fora, e ele diferentemente do que acontece no filme, decide convocar um entebate, onde junto com os outros ents remanescentes decidem o que fazer, depois de uma longa conversa, e não apenas um grito de ordem....
Então a história volta para Aragorn, Gimli e Legolas que seguindo o rastro dos hobbits também entram em Fangorn, e lá reencontram Gandalf, que diz que não era hora de eles continuarem a sua caçada, que os hobbits estavam bem, e que eles deveriam honrar as suas palavras e seguirem para Edoras. Lá chegando, eles de fato devem deixar as armas na porta do palácio, tal qual no filme, no entanto eles não possuem milhares de armas, e ao invés de ser uma cena cômica, é tensa, pois Aragorn se recusa a deixar sua espada lá, revelando-se o herdeiro de Gondor. Eles entram, Gandalf com o seu cajado, e são de fato indesejados lá, mas Saruman não está possuindo Théoden, e seu sobrinho não está foragido, mas sim preso, assim como seu filho fora morto em batalha....
Eles partem juntos para o abismo de Helm, não há uma batalha propriamente no caminho, as mulheres ficam em Edoras.. e Aragorn não se perde... os elfos não vão ajudar... a ajuda que Gandalf traz são dos homens do Folde Ocidental que acreditavam estar mortos depois de uma batalha contra os orcs de Saruman... e onde estão os huorn??? Realmente não sei o que deu no diretor do filme! Era uma guerra dos homens, que venceram pela sua habilidade, e depois não tiveram que queimar os seus inimigos pois uma floresta ali se instalara...
Depois da vitória eles se dirigem para Isengard, que está sob uma forte neblina, obra dos ents que alagaram toda área para limpar a imundice de Saruman. No portão eles são recebidos pelos hobbits, e enquanto todos vão se encontrar com Barbárvore, Aragorn, Gimli e Legolas ficam para comer com os hobbits e conversarem sobre suas aventuras. Depois todos se unem, e vão conversar com Saruman que é subjugado por Gandalf, e no desespero Língua-de-Cobra arremessa um palantir, com a intenção de machucar, mas erra, e Pippin a pega, e fica enfeitiçado por ela, e mais a noite, já no caminho de volta a Rohan ele a rouba, e tem uma "conversa" com Sauron... pouco depois passa sobre eles um Nazgûl, então Gandalf decide partir imediatamente com Pippin para Gondor, e recomenda que Théoden se apresse e vá ajudar na guerra. Assim acaba a primeira parte.
A segunda parte conta as aventuras de Frodo e Sam, e também Gollum na viagem para Modor. E sinceramente nessa parte o filme acertou em pelo menos uma coisa, Gollum! Para mim o Gollum do filme é perfeito para a minha imaginação a forma de falar, andar e tudo mais! Gollum que está seguindo Frodo a muito tempo finalmente é capturado, e após um juramento pelo anel, ele se compromete a levar os dois hobbits para Mordor. E quando eles percebem que não conseguiriam entrar pelo grande portão, Gollum escolhe um outro caminho, maligno, que Frodo acata. Para chegar lá eles passam por Ithilien, onde os homens de Gondor os encontram, e após travarem uma batalha contra servidores de Sauron a caminho de Mordor, voltam e levam os dois para o seu esconderijo (Gollum havia fugido dos homens). Lá o capitão Faramir conversa muito com Frodo, e aos poucos descobre qual a sua missão, ainda mais depois que Sam o revela, mas diferente de seu irmão Boromir, ele não fica tentado, e apesar de o aconselhar a não ir pelo caminho que Gollum escolheu, ele os liberta.. muito diferente do filme, onde Faramir é mais um homem comum que cobiça o poder do anel, e ele não é isso!
Então eles seguem para as escadas, e sobem e sobem, e chegam no túnel. E mais uma vez o filme viaja, e tenta deixar tudo mais dramático... Frodo e Sam estão perdidos na escuridão e percebem que algo realmente muito maligno mora lá há muito tempo, mas não conseguem saber o que é, e percebem que Gollum os abandonara. Quando sentem a aproximação de Laracna, Sam pede para que Frodo use o presente de Galadriel, o que afasta a imensa aranha por um tempo. Então eles procuram a saída do túnel, que está bloqueada por teias de aranha, que Frodo facilmente destrói com sua espada elfica. Então eles saem e a torre está logo ali, e Frodo animado corre para lá sem se preocupar com nada, Sam tenta alcançá-lo, mas então Gollum reaparece e eles lutam, Sam sai vitorioso, mas Frodo já fora picado por Laracna, e mesmo com Sam heroicamente a ferindo, ele acredita ter perdido seu mestre, e decide terminar a demanda, pega o anel, a espada e o presente de Galadriel do seu mestre e se dirige para Mordor. Mas antes de chegar a torre, orcs sobem e descem a trilha. Para se esconder Sam coloca o anel, e escuta toda a conversa dos orcs, e descobre que seu mestre não está morto, e por isso segue os orcs, mas no último momento fica trancado para fora do portão, completamente exausto.
Fim.
Lembro da minha mãe no cinema quando fomos assistir esse filme. Primeiro ela gritou, bem alto, na hora em que a Laracna aparecia de surpresa para atacar Frodo. E depois ela ficou revoltada, e disse que o melhor personagem, o mais corajoso, e que deveria ser o principal era o Sam. Eu gosto dele, mas não concordo com isso.
domingo, 11 de agosto de 2013
Socialismo para milionários - Bernard Shaw
Eu queria poder escrever agora sobre O retrato de Dorian Gray, mas não posso... outra matéria que eu tive que pegar esse semestre é sobre aforismas, em especial de La Rochefoucauld, e como trabalho final uma comparação ou uma análise de algum outro autor de aforismas. Na aula de apresentação o professor citou Oscar Wilde como um deles, mas uma menina pegou o tema antes. Ele me sugeriu escolher alguma das peças de Wilde, ou então trabalhar com o Shaw, acho que ele me indicou algo como O pequeno breviário Shawniano... Logo depois de falar com ele fui para a biblioteca pesquisar. E entre os livros de Shaw achei esse com um título um tanto interessante. Na verdade nunca lera nada dele, no máximo ouvira falar, mas nunca me interessara o suficiente, não tenho muita experiência em estudar dramaturgia e fiquei apreensiva de fazer um trabalho final com relação a isso... mas esse livro não é uma peça, é um ensaio!
E ele fica muito mais interessante se você conhece alguma coisa sobre a biografia de Bernard Shaw, não que eu saiba muito, li o que havia na introdução do livro. Mas recomendo que leiam sobre ele, parece ter sido uma figura, no mínimo um tanto ante social, segundo o Anedotáriao Shawniano que há no final desse mesmo livro.
Nunca resumi um ensaio, nem sei se conseguiria resumir um ensaio tão irônico. A ironia obviamente não se restringe ao título. Ele inicia questionando o lugar do milionário no mundo moderno, pois o milionário não pode aproveitar essa sua condição, cada vez há mais lojas que preferem o consumidor mediano, que não produzem nada de especial e muito mais caro que poucos poderia comprar. Depois começa a aconselhar os milionários a não gastar o dinheiro deles com aquilo que usualmente se aconselharia. Em primeiro lugar ele não acha que um milionário deveria deixar o seu dinheiro para seus filhos e herdeiros, ele acha que um jovem na posse de uma herança tão grande se desvirtuaria, e que a melhor coisa para um jovem é trabalhar. Depois desaconselha o milionário à doar o seu dinheiro aos mendigos, aos realmente pobres que não conseguem de alguma forma se sustentar, pois esses continuariam a lhe pedir cada vez mais dinheiro e nem todo o dinheiro do mundo seria suficiente. Também não deveria doar o seu dinheiro para os hospitais (não entendi muito bem o porque) a não ser que fosse para um hospital experimental no qual ele acreditasse. não recomenda tão pouco doar a educação ou sociedades beneficentes... talvez, e mais uma vez eu não entendi direito (é um livro curto e de leitura rápida.. provavelmente compensa uma releitura), o dinheiro deveria ser doado ao proprietário da instituição que se quer ajudar. Para Shaw, ou para a ironia de Shaw, o milionário deve gastar, doando, o seu dinheiro com aquilo que a sociedade não precisa, nem deseja, mas que de alguma forma a leve ao progresso. E por fim ele critica os milionários que fazem da caridade uma forma de esclarecer a própria consciência.
Realmente não sei se entendi o livro, com certeza não tentei esclarecer as ironias que eu consegui encontrar, e provavelmente deixei muitas outras passarem. Não dei atenção suficiente ao livro, pois folheando-o como de costume antes de lê-lo, encontrei o tal do breviário, antes do anedotário, e que provavelmente é o que eu preciso para o meu trabalho. Estou ansiosa para falar com o professor, antes de sair lendo cuidadosamente e inciando um trabalho que eu não poderei fazer igual ao que aconteceu com o Dorian Gray.
Otelo, o mouro de Veneza - Shakespeare
Novo semestre, novas leituras...
Acredito piamente que se eu me esforçar muito, mas muito mesmo eu consigo me formar ainda esse ano. Claro que a DAC adorada não ajuda em nada, ou talvez o meu entendimento das informações fornecidas pela DAC não ajudem em nada... uma coisa ou outra, o fato é que o semestre passado foi coxa, e esse vai ser pauleira. Tive que me matricular em muitas matérias, e ainda descobri no último segundo que faltava 4 créditos para me formar, corri atrás de qualquer matéria.. E talvez entre ai a minha crença no destino. Nos 5 semestres que eu já fiz do curso pelo menos uma matéria com um dado professor eu pegava, gosto das escolhas de livros dele, gosta da exposição, mas nesse último semestre eu tinha me decidido por não fazer a matéria que tinha visto por causa do horário... bem havia outra que magicamente sumira da minha vista no final do outro semestre... pois lá estava um matéria dele, sobre paixão na literatura, com Orgulho e preconceito na bibliografia obrigatória, bem no ano em que não deu tempo de lê-lo nas férias de inverno.. Destino! E aqui estou eu em mais uma matéria cheia de leituras... a primeira Otelo! eu já o lera antes para uma outra matéria, sobre circulação de livros, não lembro de ter ido na aula de discussão... lembro de ter lido ao mesmo tempo que começava As crônicas de gelo e fogo... E lembrava da história é claro, um clássico, que eu primeiro conheci através de Machado de Assis, no ciúme doentio de Bentinho por Capitu em Dom Casmurro.
A tragédia conta a história de Otelo, um mouro que possuía um alto cargo no exército de Veneza, e que através de suas histórias conquistara a coração de Desdemona a filha linda e virtuosa de um rico senhor de Veneza que já recusara o amor de pretendentes melhores. Tudo começa com Iago (o alferes de Otelo que por causa de um cargo dado a Cássio em seu detrimento busca vingança), e Rodrigo (apaixonado por Desdemona) que vão delatar a Brabancio, pai de Desdemona, a fuga de sua filha com o mouro. O pai de início quer justiça e acredita que sua filha fora enfeitiçada por ele, pois ela jamais poderia ter se apaixonado por um homem tão feio e mais velho, ela o nega e afirma amar o seu marido e dever-lhe obediência, o pai traído não quer mais saber dela, depois que os senadores de Veneza ficam ao lado de Otelo, e esse é mandado imediatamente em uma missão para Chipre, e depois Desdemona o seguiria levada por Iago, que consegue parecer fiel aos olhos do mouro.
Em Chipre Iago arma o seu plano, em primeiro lugar ele precisa fazer com que Cássio perca o seu posto, para isso ele se utiliza de Rodrigo, eles brigam e Otelo afasta Cássio enquanto pensa no que é melhor ser feito. Depois Iago convence através de insinuações de que Desdemona não é fiel a Otelo, que ela e Cássio se encontram. De início Otelo diz não ter ciúmes, mas aos poucos esse vai consumindo-o, ele apenas quer uma prova disso, qualquer prova. Iago então conta com a obediência de sua mulher Emília, criada de Desdemona, que sem saber por que pega o lenço de sua patroa e o entrega ao marido, esse coloca na cama de Cássio, e informa Otelo. Para esse isso é o suficiente! Ele precisa defender a sua honra. Iago como bom criado diz que cuidará de Cássio, e mais uma vez convence Rodrigo de fazer o trabalho sujo, contudo esse é morto e Cássio fica apenas machucado, enquanto isso Otelo sufoca Desdemona em seu quarto, e Emília ao conseguir entrar lá descobre tudo, nesse meio tempo Cássio, Iago e outros entram no quarto para contar o ocorrido, e Emília acusa seu marido de ter causado tudo aquilo, ele a mata. e Otelo desesperado também se mata.
Acredito piamente que se eu me esforçar muito, mas muito mesmo eu consigo me formar ainda esse ano. Claro que a DAC adorada não ajuda em nada, ou talvez o meu entendimento das informações fornecidas pela DAC não ajudem em nada... uma coisa ou outra, o fato é que o semestre passado foi coxa, e esse vai ser pauleira. Tive que me matricular em muitas matérias, e ainda descobri no último segundo que faltava 4 créditos para me formar, corri atrás de qualquer matéria.. E talvez entre ai a minha crença no destino. Nos 5 semestres que eu já fiz do curso pelo menos uma matéria com um dado professor eu pegava, gosto das escolhas de livros dele, gosta da exposição, mas nesse último semestre eu tinha me decidido por não fazer a matéria que tinha visto por causa do horário... bem havia outra que magicamente sumira da minha vista no final do outro semestre... pois lá estava um matéria dele, sobre paixão na literatura, com Orgulho e preconceito na bibliografia obrigatória, bem no ano em que não deu tempo de lê-lo nas férias de inverno.. Destino! E aqui estou eu em mais uma matéria cheia de leituras... a primeira Otelo! eu já o lera antes para uma outra matéria, sobre circulação de livros, não lembro de ter ido na aula de discussão... lembro de ter lido ao mesmo tempo que começava As crônicas de gelo e fogo... E lembrava da história é claro, um clássico, que eu primeiro conheci através de Machado de Assis, no ciúme doentio de Bentinho por Capitu em Dom Casmurro.
A tragédia conta a história de Otelo, um mouro que possuía um alto cargo no exército de Veneza, e que através de suas histórias conquistara a coração de Desdemona a filha linda e virtuosa de um rico senhor de Veneza que já recusara o amor de pretendentes melhores. Tudo começa com Iago (o alferes de Otelo que por causa de um cargo dado a Cássio em seu detrimento busca vingança), e Rodrigo (apaixonado por Desdemona) que vão delatar a Brabancio, pai de Desdemona, a fuga de sua filha com o mouro. O pai de início quer justiça e acredita que sua filha fora enfeitiçada por ele, pois ela jamais poderia ter se apaixonado por um homem tão feio e mais velho, ela o nega e afirma amar o seu marido e dever-lhe obediência, o pai traído não quer mais saber dela, depois que os senadores de Veneza ficam ao lado de Otelo, e esse é mandado imediatamente em uma missão para Chipre, e depois Desdemona o seguiria levada por Iago, que consegue parecer fiel aos olhos do mouro.
Em Chipre Iago arma o seu plano, em primeiro lugar ele precisa fazer com que Cássio perca o seu posto, para isso ele se utiliza de Rodrigo, eles brigam e Otelo afasta Cássio enquanto pensa no que é melhor ser feito. Depois Iago convence através de insinuações de que Desdemona não é fiel a Otelo, que ela e Cássio se encontram. De início Otelo diz não ter ciúmes, mas aos poucos esse vai consumindo-o, ele apenas quer uma prova disso, qualquer prova. Iago então conta com a obediência de sua mulher Emília, criada de Desdemona, que sem saber por que pega o lenço de sua patroa e o entrega ao marido, esse coloca na cama de Cássio, e informa Otelo. Para esse isso é o suficiente! Ele precisa defender a sua honra. Iago como bom criado diz que cuidará de Cássio, e mais uma vez convence Rodrigo de fazer o trabalho sujo, contudo esse é morto e Cássio fica apenas machucado, enquanto isso Otelo sufoca Desdemona em seu quarto, e Emília ao conseguir entrar lá descobre tudo, nesse meio tempo Cássio, Iago e outros entram no quarto para contar o ocorrido, e Emília acusa seu marido de ter causado tudo aquilo, ele a mata. e Otelo desesperado também se mata.
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