Esses dias não estão bons. Parece que se eu for começar a reclamar e a pensar o desespero vai tomar conta, então não será mais uma procrastinação, mas uma incapacidade de me concentrar. Eu estava naquela festa, só não vi por causa de um macacão, e agora eu começo a filosofar sobre o mundo, e ele não me parece melhor, nem capaz de melhorar. E dado essa descrença no mundo acreditei que a primeira coisa que eu deveria fazer era alguma coisa de que eu realmente gostasse, que me daria satisfação, desocuparia minha cabeça e ainda por cima fosse capaz de me levar para um outro mundo. Assim acabei o último livro da triologia, sem deixar de chorar. E já na expectativa de muitas outras leituras por prazer, que infelizmente só serão iniciadas no final do ano.
Desabafo feito... vamos ao parto de resumir minha história favorita no mundo.
Se no segundo livro os personagens começam a se separar, e o narrador precisa contar o que se passa em diferentes partes da Terra Média, em O retorno do rei tudo se complica. Depois de Pippin ter olhando dentro do palantir, e de os nazgûl terem atravessado a fronteira, Gandalf parte imediatamente para Gondor, onde é melhor recebido do que em Edoras, porém o interesse está no hobbit que o regente Denethor, que já sabe da morte seu filho Boromir e de que ele estava presente. Depois de uma conversa cansativa, por algum senso de honra Pippin resolve oferecer os seus serviços a Denethor, que o toma para sua guarda (é ele quem passará a servi-lo). Gandalf tem seus assuntos importantes a tratar e Pippin seus novos deveres, ele conhece um guarda, Beregond, que o envia a seu filho, uma criança com quem Pippin vê a chegada dos exércitos aliados, que não são muitos...
Os outros companheiros permanecem com os cavaleiros de Rohan, até que chegam os dúnedain do norte e os filhos de Erond que Aragorn desejara que estivessem lá (e fica subentendido que foi Galadriel quem os convocara), que trazem uma mensagem, que Aragorn lembre-se das Sendas dos Mortos. O que faz com que Aragorn, Legolas, Gimli e os recém-chegados partam para um caminho sombrio mas mais direto para Gondor, passando sob uma montanha amaldiçoada, em que fantasmas de guerreiros passados esperavam pelo rei para poderem enfim descansar em paz.
Deixando Merry para trás. Sozinho e sendo muito pequeno, por mais que ele também oferecera seus serviços ao rei, ele quase fica em Edoras enquanto seus amigos estão defendendo a Terra Média, mas ele é acolhido por um misterioso cavaleiro que diz não se importar com carregá-lo.
Volta-se para Gondor, a cidade é cercada. Denethor acusa Faramir da morte de Boromir, com isso o filho mais honrado sai enraivecido para a guerra e só volta ferido mortalmente. Não há todas aquelas cenas de guerra que cansam no filme. Há uma descrição do desespero das casa sendo queimadas, dos orcs devolvendo as cabelas decapitadas dos guerreiros. E quando toda esperança acabara, os ventos mudam e a escuridão começa a ceder. E nós voltamos aos rohirrim, que cavalgam o melhor que podem na direção de Gondor, passando por uma floresta em que os selvagens que não querem participar da guerra, também não gostam dos orcs e os ajudam a escolher o melhor caminho para atacar o exercito de Mordor. Chegam na hora exata, atacam com um gosto pelo sangue e pela vitória que cegam o seu rei que morre. Quando o chefe dos nazgûl vai dar o golpe final o misterioso cavaleiro que não é ninguém mais ninguém menos de Éowyn o ataca, e o destrói, porém ferindo-a gravemente, Merry em sua defesa também se machuca. Nessa hora de pesar, chega um navio inimigo na costa, mas cheio de amigos, Aragorn fora bem sucedido em sua empreitada e chegava para ajudar. Nesse meio tempo na cidadela Denethor se desespera, e ao ver sua cidade em chamas e seu único filho consumido por uma febre incessante decide queimar-se junto com seu filho, e a tragédia só não é completa porque Pippin corre em busca de ajuda, Beregond e Gandalf conseguem salvar Faramir.
A batalha está ganha. Os feridos são levados às casas de cura. Aragorn com suas mãos reais que curam presta auxílio e depois sai da cidade e junto com os demais capitães pensam no próximo passo. Por Faramir eles souberam que Frodo estava muito perto de seu objetivo, então o que eles tinham que fazer era tirar a atenção de Sauron das suas próprias terras. Juntam um exército e vão bater nos portões de Mordor. Onde para seus desesperos um servo de Sauron mostra os pertences de Frodo. Gandalf recusa-se a se entregar, e começa uma batalha, que estavam para perder, quando ele avista as águias.
E então começa o último livro do último livro. Com Sam entrando em Mordor, na torre de guarda infestada de orcs mortos, por uma discussão quanto ao que fazer com Frodo. Com um pouco de astúcia e de sorte ele consegue encontrar seu mestre, que já está acordado e consciente. Mas nu, com isso Sam procura roupas de orcs para eles se camuflarem. Então partem para a sua última jornada, sem comida o suficiente para o caminho de volta. Quase são descobertos mais de uma vez. Porém, o plano traçado em Gondor de fato os ajuda, as terras ficam mais vazias.
Quanto mais perto eles chegam da montanha da perdição, mais pesado fica o fardo, e aos poucos Frodo já não tem mais força para continuar, e Sam o salva mais uma vez, carregando-o nas costas, durante parte da subida. Quando chegam a estrada que os levaria diretamente a entrada da montanha Gollum reaparece. Frodo corre para as forjas enquanto Sam luta com ele, é a vez de Sam sentir dó e deixar que a criatura vá embora. Mas ela não vai, o segue, entra com ele, mas diferente de Sam que nada vê já que Frodo colocou o anel, Gollum é atraído e tenta recuperá-lo a força, e dentadas. Leva consigo um dedo, mas tropeça e cai na lava da montanha destruindo o anel. Com a destruição tudo que foi feito por ele começa a ruir, incluindo Mordor. Tudo parece acabado para os dois hobbits, que juntos deitam esperando pela morte, mas são salvos pelas águias guiadas por Gandalf.
Sam acorda, Frodo já está bem. Todos estão bem, e enfim juntos. Depois de um tempo dirigem-se para Gondor, onde Aragorn é coroado rei, por Frodo, que recebe todas as honrarias possíveis. Apenas depois do casamento de Aragorn com Arwen, e ainda mais um tempo que os viajantes decidem voltar para casa. Vão em um grupo gigante que se separa aos poucos. Passam por Edoras, onde o casamento de Faramir e Éowyn é anunciado, por Isengard onde vêm o trabalho dos ents, descobrem a partida de Saruman, e Legolas e Gimli se separam do resto da comitiva para viajar por Fagorn, e Aragorn volta para casa. O restante continua seu caminho, alguns elfos vão para Lorien, enquanto o restante se dirige para Valfenda, para onde os hobbits e Galdalf vão para encontrar Bilbo. Lá eles ficam mais um bom tempo, quando sentem a necessidade de voltar para casa. Gandalf continua os acompanhando. Passam por Bri onde descobrem que as coisas não vão tão bem. De lá Gandalf se separa deles para visitar Tom Bombadil, e avisa os hobbits que encontrarão problemas em casa, mas que sabe que agora eles são capazes de resolver tudo sozinhos.
Chegando ao Condado tudo está mudado, e os hobbits mais parecem escravos. Mas (como todo bom leitor cansado agradece), tudo é resolvido rapidamente, com muita noção de guerra de Merry e Pippin que ficam com toda a fama. Sam também se dá bem, casa-se com Rosinha, usa o presente de Galadriel tornando o Condado ainda mais belo. Só Frodo está triste, e quando chega a hora ele parte para os portos cinzentos na companhia de Sam, para lá encontrar Bilbo, Erond, Galadriel e Gandalf, todos vão embarcar...
E ai sim você vê alguém que sabe acabar um livro! Me desculpem, mas a J.K. Rowling só quis ganhar dinheiro com aquele final idiota de Harry Potter. Onde já se viu ele sobreviver? É claro que com ele vivo, e dali 15 anos com uma família é possível contar as histórias de seus filhos em Hogwarts por mais que um não podia viver sem o outro.
Frodo ao contrário destrói o anel como lhe mandaram, por mais que com isso muitas coisas fossem destruídas. E que ele próprio já não poderia mais viver da mesma forma.
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