domingo, 11 de agosto de 2013

Socialismo para milionários - Bernard Shaw


 Eu queria poder escrever agora sobre O retrato de Dorian Gray, mas não posso... outra matéria que eu tive que pegar esse semestre é sobre aforismas, em especial de La Rochefoucauld, e como trabalho final uma comparação ou uma análise de algum outro autor de aforismas. Na aula de apresentação o professor citou Oscar Wilde como um deles, mas uma menina pegou o tema antes. Ele me sugeriu escolher alguma das peças de Wilde, ou então trabalhar com o Shaw, acho que ele me indicou algo como O pequeno breviário Shawniano... Logo depois de falar com ele fui para a biblioteca pesquisar. E entre os livros de Shaw achei esse com um título um tanto interessante. Na verdade nunca lera nada dele, no máximo ouvira falar, mas nunca me interessara o suficiente, não tenho muita experiência em estudar dramaturgia e fiquei apreensiva de fazer um trabalho final com relação a isso... mas esse livro não é uma peça, é um ensaio!
E ele fica muito mais interessante se você conhece alguma coisa sobre a biografia de Bernard Shaw, não que eu saiba muito, li o que havia na introdução do livro. Mas recomendo que leiam sobre ele, parece ter sido uma figura, no mínimo um tanto ante social, segundo o Anedotáriao Shawniano que há no final desse mesmo livro.

Nunca resumi um ensaio, nem sei se conseguiria resumir um ensaio tão irônico. A ironia obviamente não se restringe ao título. Ele inicia questionando o lugar do milionário no mundo moderno, pois o milionário não pode aproveitar essa sua condição, cada vez há mais lojas que preferem o consumidor mediano, que não produzem nada de especial e muito mais caro que poucos poderia comprar. Depois começa a aconselhar os milionários a não gastar o dinheiro deles com aquilo que usualmente se aconselharia. Em primeiro lugar ele não acha que um milionário deveria deixar o seu dinheiro para seus filhos e herdeiros, ele acha que um jovem na posse de uma herança tão grande se desvirtuaria, e que a melhor coisa para um jovem é trabalhar. Depois desaconselha o milionário à doar o seu dinheiro aos mendigos, aos realmente pobres que não conseguem de alguma forma se sustentar, pois esses continuariam a lhe pedir cada vez mais dinheiro e nem todo o dinheiro do mundo seria suficiente. Também não deveria doar o seu dinheiro para os hospitais (não entendi muito bem o porque) a não ser que fosse para um hospital experimental no qual ele acreditasse. não recomenda tão pouco doar a educação ou sociedades beneficentes... talvez, e mais uma vez eu não entendi direito (é um livro curto e de leitura rápida.. provavelmente compensa uma releitura), o dinheiro deveria ser doado ao proprietário da instituição que se quer ajudar. Para Shaw, ou para a ironia de Shaw, o milionário deve gastar, doando, o seu dinheiro com aquilo que a sociedade não precisa, nem deseja, mas que de alguma forma a leve ao progresso. E por fim ele critica os milionários que fazem da caridade uma forma de esclarecer a própria consciência.

Realmente não sei se entendi o livro, com certeza não tentei esclarecer as ironias que eu consegui encontrar, e provavelmente deixei muitas outras passarem. Não dei atenção suficiente ao livro, pois folheando-o como de costume antes de lê-lo, encontrei o tal do breviário, antes do anedotário, e que provavelmente é o que eu preciso para o meu trabalho. Estou ansiosa para falar com o professor, antes de sair lendo cuidadosamente e inciando um trabalho que eu não poderei fazer igual ao que aconteceu com o Dorian Gray.

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