sábado, 5 de outubro de 2013

Orgulho e Preconceito - Jane Austen

Lembro ainda da primeira vez que ouvi falar desse livro. E para ser sincera é ainda uma das minhas referências favoritas a ele. Foi no filme Mensagem para Você, e com certeza a Meg Ryan e o Tom Hanks ficam em segundo lugar como o meu casal favorito do cinema (tudo bem é só uma releitura... mas ainda assim muito melhor que a Keira Knightley). Perdem só para o Collin Firth e a Jennifer Ehle, da minissérie da BBC, que foi o que me levou a ler o livro.
A minissérie passou na TV como filme, e eu só consegui pegar a segunda parte, o que além de me fazer entender tudo errado, me estimulou a curiosidade. Comprei o livro em 2006, e sem nenhuma vergonha, ou sentimento de que apliquei mal o meu tempo, o li uma vez por ano desde então, com essa somam-se 8 vezes. É claro que eu já sei o que vai acontecer, e a ordem, e os sentimentos, as expressões e em muitos casos as palavras...
Recentemente eu obtive uma explicação muito plausível para esse sentimento que me impossibilita de ficar uma ano sem ler Orgulho e Preconceito, e que também me faz reler inúmeras vezes muitos outros livros. A explicação veio de uma conversa entreouvida na cantina do ifch, por um casal que mal se conhecia, e que realmente achavam incrível que os dois gostavam de reler livros, por favor! atravessem a rua e conversem com o povo do iel! Mas de qualquer forma, um dos dois, acredito que o moço, disse que ao reler o livro era como se ele estivesse revisitando seus amigos, que ele sentia saudades dos personagens. E é exatamente isso, eu me identifico com os personagens, quero ouvir suas histórias de novo, assim como nós contamos aos nossos amigos os nossos infortúnios, e muitas vezes escutamos histórias repetidas... sinto uma grande saudade da família Bennet, que eu costumo reencontrar todas férias de inverno. Esse ano por causa da monografia, isso teve que ser atrasado um pouco, mas o prazer foi o mesmo. E para minha eterna surpresa eu consegui encontrar algo de novo, como acontece todo ano.


Não querendo estragar o prazer da leitura a qualquer que um dia leia isso daqui, não me atreverei a tentar resumir esse livro. Não sei se é o meu livro favorito, talvez, com certeza está no topo da lista. Jane Austen o escreveu com apenas 21 anos (em 1797), e eu nos meus 24 não poderia contar a mesma história. Ela se dedica ao detalhe da vida cotidiana do campo na Inglaterra do final do século XVIII, vida que é completamente agitada com a chegada de um jovem rico, que segundo o conhecimento geral deveria estar a procura de uma esposa, e seus parentes e amigos. Esse jovem, Mr. Bingley se apaixona pela mais velha das jovens Bennets, que por causa do comportamento bizarro de sua família, além de sua baixa posição social, apesar de retribuir o amor do jovem, é obrigada a ver ele abandonar a região e voltar para Londres, tudo por causa da ação de seu melhor amigo, que vê o casamento dos dois com maus olhos, e por isso o persuade de que ela não está apaixonada, e depois esconde a presença dela em Londres, quando esta visita os seus tios. O amigo em questão é Mr. Darcy um jovem ainda mais rico e bonito, mas que por causa de seu orgulho (digamos justificável) consegue com que toda a localidade o deteste, em especial Elizabeth Bennet, quem ele de início desdenha, depois reconhece alguma beleza e por fim se apaixona. Ele consegue afastar seu amigo, mas o seu sentimento é mais forte, e ele vai atrás dela. Mas ao declarar o seu afeto (ele ardentemente a ama) vê tudo recusado por ela sem nenhum tipo de gentileza, afinal ele nunca demonstrara nenhuma admiração, ele declarara seu amor em termos a mostrar o quanto isso era negativo, e além de tudo ela ficara sabendo pelo primo dele que fora Mr. Darcy quem causara a infelicidade de sua irmã, e também tinha o caso de Mr. Wickham (um jovem oficial muito bonito e cativante, que Elizabeth simpatizara, e depois lhe contara as coisas horríveis que Mr. Darcy havia feito).
Mr. Darcy resolve se explicar em uma carta, mostras os motivos da separação de Bingley com a sua irmã (que eu ainda acho fajuta, mas dá para entender a lógica com que Lizzy os aceita), e conta a verdadeira história de Mr. Wickham que na verdade é um interesseiro sem escrúpulos. A partir dai os sentimentos de Elizabeth começam a mudar. Um tempo passa, e ela vai viajar com seus tios pela região em que sua tia morara por um tempo, e que vinha a ser exatamente a que Mr. Darcy residia. Lá eles se encontram e as maneiras do cavalheiro mudaram muito e para melhor, o que, além da vista da casa dele, cooperou muito para a mudança de sentimentos de Lizzy. Mas a visita tão cordial é interrompida bruscamente, com a fuga da irmã mais novo de Elizabeth com Mr. Wickham, um escândalo que colocaria toda a família em uma situação ainda pior se eles não se casassem, que era o que as pessoas suspeitavam (é aqui que reside a minha descoberta desse ano, a do ano passado está em uma parte que eu omiti desse ordinário resumo, junto com os personagens da família Lucas e Mr. Collins). Tudo se resolve da melhor maneira possível, e tudo graças a Mr. Darcy, e quando Elizabeth tem a chance de agradecê-lo, pois por mais que isso fosse um segredo como todos os demais daquela sociedade sempre chegava aos ouvidos de alguém, os dois se declaram e vivem felizes para sempre. Assim como Jane e Mr. Bingley que recebera a declaração do amigo sobre seus atos passados, e resolvera renovar seus afetos.

Contando assim não é grande coisa. Mas se você consegue entender o quão ardente é o amor de Mr. Darcy por Elizabeth então, pronto, nenhum homem jamais amara o suficiente. Pode ser de todo o coração, pode ser eterno, mas acima de tudo tem que ser ardente.
Já estou quase ansiosa para que o ano que vem chegue logo e eu os reencontre.

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