Mas... voltando. Filme! Eu assisti, meses, muitos meses atrás, o filme da Sofia Coppola. Quando eu desliguei a TV eu liguei o tablet e comecei a ler. Todo mundo sabe que os filmes são incompletos e eu precisava mais daquele livro. No entanto, em um ponto Coppola foi genial, no baile, bem no início. A leitura foi outra com aquela imagem na minha cabeça, com tudo a rodopiar, com os olhos sempre fixos no mesmo ponto, em Anna e Vronski.
Acho, sinceramente, um desperdício de tempo tentar contar a história desse livro, todos os seus pormenores. O que vale fazer é tentar descrever as relações de seus personagens, deixando o principal para a leitura, que é os sentimentos e pensamentos desses personagens, que sempre tentam encontrar o sentido da vida.
Assim, o livro conta a história de Anna Karenina casada com Alexei Karenine, o casal tem um filho Sérgio. O casamento apesar de não ter exatamente amor ou paixão, passou muito tempo bem, pois apesar da diferença de idade entre eles, havia uma certa ternura, enquanto que Anna satisfazia o seu amor através de seu filho. Mas tudo isso muda, quando Anna resolve visitar a cunhada Dolly, a pedido do irmão, uma figura moscovita, muito conhecido pelo seu bom humor e educação, mas um homem que vive em dívidas e que traí a mulher.
Anna ao chegar na estação de trem em Moscou conhece Vronski um jovem conde. Disso podia nada acontecer. Mas Dolly tinha uma irmã Kitty, muito jovem e muito bonita e que estava realmente apaixonada por Vronsky. Ela acreditava que a qualquer momento ele a pediria em casamento, tanto até que recusou o pedido de casamento de Levine, homem que ela conhecia fazia muito tempo, e que se não fosse por Vronski realmente lhe pareceria um bom partido, pois lhe queria bem.
O mundo de Kitty desmorona, quando ela fica sabendo que Vronski partiu para San Petersburgo, deixando-a sozinha. E tudo piora quando ela descobre que ele e Anna tem um caso. Kitty fica doente, passa um tempo no exterior, e quando volta decide aceitar Levine. Estes se casam e vivem felizes.
Já com Anna as coisas são muito diferentes. De início ela tenta resistir a Vronski, mas a verdade é que ela nunca conhecera a paixão, nunca imaginara que pudesse haver uma vida diferente com outros sentimentos, e aos poucos se apaixona loucamente por Vronski. Um dia resolve contar tudo a Karenine. Este primeiro ignora o fato, depois procura perdoá-la. Mas no fim, Anna é que não aceita mais viver com aquele homem e foge com Vronski. De início eles decidem viver no exterior, mas acabam voltando para Rússia, onde a situação de Anna é lastimável, pois ela já não é mais aceita na sociedade, não estando divorciada e vivendo com Vronski, ela é vista com maus olhos por quase todos. Assim, pouco a pouco seu amor se transforma. Vronski ainda tem sua liberdade, ainda é aceito nos lugares, passando várias horas do dia fora, enquanto Anna fica em casa, cada vez mais ciumenta.
Os dois passam a brigar cada vez com mais frequência, Anna passa acreditar que ele tem outras mulheres, e que ele vai abandoná-la para se casar com outra. Então o que seria dela? Aos poucos Anna meio que enlouquece, e ela só vê uma forma de não estar com ele, e ainda vingar-se de modo que ele se arrependeria para sempre.
Muito mal resumido. Falta um monte de coisa. Um monte de personagens. As quinze variações com que cada um é chamado no decorrer do livro. Mas vamos lá, não é possível um bom resumo de um livro de mais de 800 páginas. Se Tolstoi julgou necessário escrever tanto é porque não havia forma de escrever menos.
Eu gostei muito do livro, como já disse um milhão de vezes há um motivo para os clássicos serem clássicos e terem se mantido famosos durante gerações. Minha única reclamação é que eu li em uma versão digitalizada, de alguma edição muito antiga, assim além de alguns erros, um livro tão grande em um meio eletrônico, acabei demorando demais para ler, e Anna do começo não se relaciona tanto com a Anna do final. Mas o Levine é chato o tempo todo. Não a parte dele, mas ele. Preocupa-se demais com as questões morais e filosóficas, acha o tempo todo que está incomodando... sei lá, não seria amiga dele.
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