Quando eu terminei A insustentável leveza do ser arrumei minha mala para viajar no final do ano e coloquei o último dos livros do box do Milan Kundera na bolsa, no entanto eu ainda tinha uma noite em casa, olhei a pilha dos livros para ler, e foi Doidas e Santas que me chamou a atenção. Fui logo perguntar para minha irmã o que ela tinha achado do livro. Ela não gostou, achava que as crônicas eram meio redundantes, que depois de um tempo ficava tudo igual. O que eu também conclui lá pela metade do livro.
O livro é composto por 100 crônicas escritas entre o final de 2005 e o meio de 2008.
O título se dá por causa de uma crônica, muito boa, sobre não existir mulher santa, e que todas são em algum nível doidas. Eu entendo que a Martha Medeiros não poderia escrever por quase três anos sobre tipos de mulheres, mas o título junto com essa pin-up me fizeram criar expectativas jamais cumpridas.
São crônicas. Ponto. Observações sobre o cotidiano da autora. Coisas que lhe aconteceram; livros lidos, exposições visitadas e filmes assistidos. Um pouquinho de filosofia de vida. Depois de um tempo você acaba sentindo-se íntima da autora, não sei se amiga. Ela me cansou um pouco com essa reafirmação da postura dela com relação ao mundo, essa necessidade de ser doida, de fugir do padrão, mas ser uma santa, por não conseguir infringir as leis, ela afirma ser boazinha, gentil e outras qualidades da santa. (Sim, eu continuo tentando justificar o título para mim mesma).
Não é um livro ruim. São crônicas. Eu gosto delas. Rápidas e bem-humoradas. Mas ler 100, de uma vez, da mesma autora, escritas a quase 10 anos atrás, ai qualquer um arranja alguma coisa para reclamar!
O que eu mais gostei nesse livro é lembrar de algo meu, uma... não sei que palavra para isso, esquisitice?!? Quando eu leio um livro fora do meu próprio padrão, seja um livro antigo, escrito em um português nada atual, ou tipo de texto, como as crônicas ou poemas, eu tendo a começar a pensar e escrever nesse estilo. Esses dias escrevi uma crônica, achei bem boa.
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