terça-feira, 31 de março de 2015

Anna Karenina - Tolstoi

São poucas as pessoas que gostam de ler e que gostam das versões cinematográficas que fazem dos filmes. Eu não me distou delas. Mas tem uma coisa nos roteiros adaptados que me encanta. Você pode assistir a um filme novo sem nada saber sobre ele, e então lá está nos créditos iniciais: baseado no romance de... Eu assisti um ontem assim. Mas o caso com Anna Karenina é que todo mundo sabe que é um livro russo sobre uma dama da alta sociedade que se apaixona e foge do seu casamento deixando tudo para trás. É um clássico, e por mais que não se conheça os pormenores, todos sabemos que é um livro. Dificilmente eu aceitaria ver o filme antes do livro sabendo da existência deste. Não pelo motivo que me surgiu esses dias, não é porque eu perderia o interesse em ler um livro cujo final eu já soubesse. O que eu amo mesmo é a forma que o autor encontra para nos narrar a sua história, as palavras, os pontos de vista. Uma imagem pode falar mais do que mil palavras, mas não faz lá muita diferença o ângulo de enquadramento do filme, enquanto a história é completamente outra se vista pela Anna ou por Vronski, e o que é mais belo. Tolstoi nos dá todos. O livro é imenso para que não nos falte nada!
Mas... voltando. Filme! Eu assisti, meses, muitos meses atrás, o filme da Sofia Coppola. Quando eu desliguei a TV eu liguei o tablet e comecei a ler. Todo mundo sabe que os filmes são incompletos e eu precisava mais daquele livro. No entanto, em um ponto Coppola foi genial, no baile, bem no início. A leitura foi outra com aquela imagem na minha cabeça, com tudo a rodopiar, com os olhos sempre fixos no mesmo ponto, em Anna e Vronski.


Acho, sinceramente, um desperdício de tempo tentar contar a história desse livro, todos os seus pormenores. O que vale fazer é tentar descrever as relações de seus personagens, deixando o principal para a leitura, que é os sentimentos e pensamentos desses personagens, que sempre tentam encontrar o sentido da vida.
Assim, o livro conta a história de Anna Karenina casada com Alexei Karenine, o casal tem um filho Sérgio. O casamento apesar de não ter exatamente amor ou paixão, passou muito tempo bem, pois apesar da diferença de idade entre eles, havia uma certa ternura, enquanto que Anna satisfazia o seu amor através de seu filho. Mas tudo isso muda, quando Anna resolve visitar a cunhada Dolly, a pedido do irmão, uma figura moscovita, muito conhecido pelo seu bom humor e educação, mas um homem que vive em dívidas e que traí a mulher.
Anna ao chegar na estação de trem em Moscou conhece Vronski um jovem conde. Disso podia nada acontecer. Mas Dolly tinha uma irmã Kitty, muito jovem e muito bonita e que estava realmente apaixonada por Vronsky. Ela acreditava que a qualquer momento ele a pediria em casamento, tanto até que recusou o pedido de casamento de Levine, homem que ela conhecia fazia muito tempo, e que se não fosse por Vronski realmente lhe pareceria um bom partido, pois lhe queria bem.
O mundo de Kitty desmorona, quando ela fica sabendo que Vronski partiu para San Petersburgo, deixando-a sozinha. E tudo piora quando ela descobre que ele e Anna tem um caso. Kitty fica doente, passa um tempo no exterior, e quando volta decide aceitar Levine. Estes se casam e vivem felizes.
Já com Anna as coisas são muito diferentes. De início ela tenta resistir a Vronski, mas a verdade é que ela nunca conhecera a paixão, nunca imaginara que pudesse haver uma vida diferente com outros sentimentos, e aos poucos se apaixona loucamente por Vronski. Um dia resolve contar tudo a Karenine. Este primeiro ignora o fato, depois procura perdoá-la. Mas no fim, Anna é que não aceita mais viver com aquele homem e foge com Vronski. De início eles decidem viver no exterior, mas acabam voltando para Rússia, onde a situação de Anna é lastimável, pois ela já não é mais aceita na sociedade, não estando divorciada e vivendo com Vronski, ela é vista com maus olhos por quase todos. Assim, pouco a pouco seu amor se transforma. Vronski ainda tem sua liberdade, ainda é aceito nos lugares, passando várias horas do dia fora, enquanto Anna fica em casa, cada vez mais ciumenta.
Os dois passam a brigar cada vez com mais frequência, Anna passa acreditar que ele tem outras mulheres, e que ele vai abandoná-la para se casar com outra. Então o que seria dela? Aos poucos Anna meio que enlouquece, e ela só vê uma forma de não estar com ele, e ainda vingar-se de modo que ele se arrependeria para sempre.

Muito mal resumido. Falta um monte de coisa. Um monte de personagens. As quinze variações com que cada um é chamado no decorrer do livro. Mas vamos lá, não é possível um bom resumo de um livro de mais de 800 páginas. Se Tolstoi julgou necessário escrever tanto é porque não havia forma de escrever menos.
Eu gostei muito do livro, como já disse um milhão de vezes há um motivo para os clássicos serem clássicos e terem se mantido famosos durante gerações. Minha única reclamação é que eu li em uma versão digitalizada, de alguma edição muito antiga, assim além de alguns erros, um livro tão grande em um meio eletrônico, acabei demorando demais para ler, e Anna do começo não se relaciona tanto com a Anna do final. Mas o Levine é chato o tempo todo. Não a parte dele, mas ele. Preocupa-se demais com as questões morais e filosóficas, acha o tempo todo que está incomodando... sei lá, não seria amiga dele. 

sábado, 28 de março de 2015

A má hora (o veneno da madrugada) - Gabriel García Márquez

Eis um livro que eu não consigo achar explicação. Um dia decidi arrumar meus livros e papéis do colégio (faz muito tempo isso) e achei esse livro lá. Peguei e coloquei na pilha de livros para ler, assumo que só pelo autor, não me lembrava do livro.
Abri o livro um dia desses e lá estava meu nome e a 7°D. Na capa tem uns adesivos de ratinhos super agasalhados, bem pequenininhos e brilhantes, eu lembro de amá-los, considerá-los os mais lindos de todos. Dentro do livro não tem uma única anotação, nem mesmo de palavras que ainda hoje eu tenho que olhar no dicionário, não tinha uma folha amassada, e os desenhos internos, bem um tanto indecentes para adolescentes da minha época, além dos palavrões no texto. Tenho certeza que se eu tivesse lido o livro eu me lembraria deles.
Mas ai é que me falta a explicação. Como eu, leitora compulsiva, aluna exemplar, não li um livro no ensino fundamental? Prometo que minha memória é incrivelmente boa para livros. Os pais proibiram o livro? Sério, eu considero essa uma das opções. Minha escola era cheia de frescuras.


O melhor do livro é o seu estilo. Eu ainda não tenho certeza do que aconteceu, mas acredito que essa era a intenção do autor. Criar um clima de suspeita, de incerteza e de insegurança.
O livro começa com a descrição dos primeiros movimentos de habitantes de uma pequena aldeia. Na noite anterior alguém fizera uma serenata, esse era o comentário geral. Então um homem após sair de casa pronto para passar dias fora, encontra um papel em sua porta. O lê. O rasga. Pega sua arma e mata o homem que fizera a serenata. Depois descobre-se que o pasquim, mais um de muitos que atormentavam a aldeia, dizia que a mulher desse homem tinha um caso com o homem da serenata.
Depois disso, o livro continua a narrativa descontinua do que se passa na aldeia. Vislumbres dos seus habitantes, suas famílias e seus medos. O país, dizia-se que fazia pouco tempo saíra de uma situação política muito tensa onde as pessoas eram mortas por suas crenças, e o governo imposto à força. No entanto, aparentemente as coisas não tinham mudado tanto.
E as coisas na aldeia vão de mal a pior. A viúva Montiel enlouquece, o alcaide impõe sua vontade com a força e com isso enriquece, o barbeiro vive com medo de morrer, o juiz Arcadio foge da cidade deixando sua mulher grávida... aos poucos a cidade vai ficando abandonada e os que ficam estão apreensivos.

Não ficou um bom resumo, mas eu acho que isso é por causa da narrativa. O lugar pode ser uma aldeia qualquer. A situação política não é explicada. São muitos personagens, nenhum é aprofundado, mas todos são complicados e têm seus papéis na aldeia e na história. Nenhum pasquim é transcrito. Nenhum autor é de fato encontrado. Alguns mistérios continuam mistérios. Só lendo para se envolver com a trama e conformar-se com o final.

quinta-feira, 19 de março de 2015

A consciência de Zeno - Italo Svevo

Eu não sei em que momento da minha graduação me recomendaram esse livro, não me lembro o professor ou o motivo. Só sei que este livro esteve durante muito tempo na minha lista de livros para ler antes de morrer. Estava lá sem eu nada saber dele, não sabia quem era Italo Svevo, sabia que era italiano... Um dia eu fui na livraria e lá estava ele em versão de bolso (adoro versão de bolso!), comprei, junto com a Ilíada, e ficou na prateleira, e ficou... comecei a ler, ai vieram os livros da Diana Wynne Jones, e ele ficou lá me esperando com seus capítulos enormes. Praticamente o último da pilha dos não lidos em papel, falta tipo uns 5...
É! É isso mesmo eu o reneguei! E ainda agora, depois de ter terminado de ler eu não sei!


O livro é a narração das memórias de Zeno, um senhor (apesar de eu duvidar que eles esteja assim tão velho, o tempo é uma questão muito confusa nesse livro, às vezes em meio a uma narração eu acreditava terem se passado dias, mas ainda era só a hora do almoço, literalmente!) que tem algo que poderia ser chamado de doença, ou melhor ele acredita que tem uma doença. A questão é que ele sempre foi fixado pela ideia de parar de fumar. Ele se lembra de fumar os charutos do pai quando criança, e continua a fumar quando adulto, com a diferença que a sensação de culpa e doença com relação ao cigarro aumentaram, e ele vive com o propósito de parar de fumar. Tenta todos os métodos possíveis, médicos variados, até que um psicanalista recomenda que ele escreva esse diário para forçá-lo a pensar sobre o seu relacionamento com o cigarro.
Assim, Zeno narra sua infância, sua relação com sua mãe que morreu cedo, seu pai com quem tinha uma relação perturbada, mas que no final da vida dele Zeno tentou se reaproximar, mas ainda assim a última tentativa do pai foi tentar lhe dar um tapa...
Narra também a história de seu casamento. Zeno herdara a fortuna de seu pai, mas não a direção dos seus negócios, assim ele tinha tempo de sobra, e em um dado momento ele resolveu passar um tempo na Bolsa de Trieste, onde conhece o senhor Malfenti, com quem trava amizade. O senhor Malfenti possui quatro filhas famosas por sua beleza. Zeno vai conhecê-las e se enamora por Ada a mais bonita, Augusta é vesga, Alberta só se interessa pelos estudos e Ana é apenas uma criança. Zeno faz de tudo para chamar a atenção de Ada, mas só consegue sua indiferença. Um dia a senhora Malfenti pede para que Zeno se comprometa com Augusta ou deixe de frequentar-lhe a casa pois comprometia a jovem. Zeno surta, incapaz de entender como suas intenções foram tão mal interpretadas. Passa um tempo distante da família, e quando volta, decidido a se declarar se depara com Guido um jovem, bonito e desenvolto rapaz por quem Ada deixa claro seu afeto. Ainda assim, Zeno se declara, recebe um não. Então vai lá e se declara para Alberta que, de forma mais agradável, também lhe recusa a proposta, só então pede Augusta em casamento deixando claro que ela é a sua terceira opção e que por ela não tem amor. E Augusta aceita.
Casado Zeno acaba por amar sua mulher, tem dois filhos, inúmeras amantes, é enganado pelo sogro, sofre de sua doença, e tenta se convencer, e convencer a nós que ele superou Ada e até se tornou amigo de Guido, mesmo depois de ter a clara intenção de matá-lo. Guido é um péssimo marido e péssimo comerciante, assim Zeno que também não é nada bom passa pelo melhor marido do mundo, ainda que sempre esperando pela chance de ter algo com Ada.

O último capítulo é o melhor! Ele assume que boa parte do que foi dito anteriormente pode ser mentira pois sendo ele de Trieste sabia muito bem falar Italiano, mas escrever já era outra coisa, já que lá eles usavam muito mais o dialeto local. Assim, ele usava apenas as palavras que conhecia e não as corretas.
E a melhor parte e a narração de sua experiência com a guerra. O seu primeiro contato com ela. Zeno e sua família está passando uns dias no campo, e ele resolve sair bem sedo, sem tomar café, para dar uma volta. E quando está retornando ele vê uma tropa de soldados passando, mais adiante ele tem seu caminho barrado, ele é impossibilitado de ir para casa, e forçado a voltar para Trieste sem saber da sua família. Passa por um tempo sem saber deles, mas depois descobre que estão todos bem. Então ele escreve ao médico dizendo que enfim está curado, e não por causa da psicanálise, mas porque ele acreditava estar vivendo a sua vida, aquilo para que ele havia nascido, até então era apenas um prelúdio.

As páginas finais ele descreve o fim da humanidade causado por ela própria, com uma bomba potentíssima... isso tudo muito antes da criação da bomba atômica. Interessante.

Ainda não sei, como já disse, o que achei desse livro, é bom, é bem escrito, algumas partes prendem a atenção, mas acho que eu fiquei confuso, tudo é tão visivelmente mentira. Ele insiste que é amigo de Guido e que superou Ada mas nada faz com que acreditemos nisso, o mesmo é válido por seu amor por Augusta, ele apenas segue as regras dela, satisfaz suas vontades... Mas talvez fosse essa a intenção do autor. Ou então um resultado da sua doença. Sei lá.

segunda-feira, 9 de março de 2015

A Casa dos muitos Caminhos - Diana Wynne Jones

E eis nossa despedida, pelo menos por um tempo, da Diana. Não sei se em resumos de seus livros eu consegui passar toda a riqueza e exuberância do seu trabalho. Livros ditos infantis, com um conteúdo muito complexo e interessante. Livros para crianças curiosas. Eu e minha síndrome de Peter Pan (eu sei que eu não tenho...) a amamos. E é triste voltar agora para os clássicos, muito mais sérios e densos. Mas também muito amados.

(Vai, olha bem pra essa capa e me diz que não é muito auto controle conseguir ler 7 livros para poder começar esse daqui. Esse livro gritou pelo meu nome desde o dia em que chegou em casa!)

O livro conta a história de Charmain Baker uma menina superprotegida que a pedido de sua tia-avó é mandada pelos pais à casa de seu-tio avô William, o mago da Alta Norlanda que está muito doente e por isso será levado para tratamento.
Quando Charmain chega à casa, o tio-avô ainda está lá, mas não dá tempo de eles conversarem, pois logo os elfos chegam para levá-lo. Assim, Charmain encontra-se pela primeira vez na vida sozinha, em uma casa desconhecida. Só que essa casa não é uma casa qualquer, é a casa de um mago. A primeira impressão que Charmain tem é que a casa, muito suja e bagunçada, tem apenas dois cômodos, a sala de estar e a cozinha. Mas logo ela vai descobrindo como se virar por ali.
Ainda no primeiro dia ela descobre um cachorrinho na cozinha Desamparado (que depois vira Desamparada), e também uma forma de chegar ao outros cômodos, e principalmente à biblioteca (uma amante dos livros, é claro!), isso com a ajuda da voz do tio-avô que sempre lhe responde quando ela pergunta coisas acerca da casa.
Em pouco tempo Charmain tenta realizar pela primeira vez na vida um feitiço, encontra um luboque (o vilão desse livro, um ser parecido com um inseto, mas muito maior), assim como Rollo um kobold (seres azuis que trabalham muito e são azuis, pra mim os Smurfs), e também Peter, um jovem aprendiz que chega à casa sem saber que o Mago William não estará lá.
Charmain e Peter passam a morar juntos de uma maneira bem estranha, já que Charmain não sabe fazer nada, e ainda passa a maior parte do tempo fora, ajudando o rei e a princesa a catalogarem sua biblioteca, e Peter é muito desastrado e não consegue deixar passar uma chance de fazer magia, mesmo que nenhuma dê certo.
Enquanto isso, Charmain descobre que a catalogação real na verdade é uma procura pelo "dom de elfo" que ninguém sabe ao certo o que é, mas que deveria proteger o reino e a família real. O que não está ocorrendo, pois não há mais dinheiro, e o que é arrecadado some. Além disso a princesa já está muito velha, não tem descendentes, e o herdeiro da coroa é um homem suspeito.
A princesa Hilda, também foi sequestrada pelo djim de O castelo no ar, portanto conhece a Sophie e pede ajuda dela para desvendar esse mistério...

Nesse livro a Sophie já não é tão mais a Sophie, continua dando broncas em Howl, mas já não tem um papel em que possa demonstrar seu jeito. Mas o Holw continua exatamente o mesmo.

O mistério é desvendado. O herdeiro suspeito é posto de lado. O legítimo herdeiro aparece e é colocado sob os cuidados reais. Charmain descobre um dom para magia, o tio-avô William volta para casa curado, e todos vivem felizes para sempre.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Castelo no Ar - Diana Wynne Jones

Gostaria de começar dizendo que continuam todos bem, Sophie continua acreditando que seu destino é fracassar por ser a mais velha de três irmãs, Howl continua o mesmo fanfarrão escorregadio, Calcifer o mesmo demônio que nada tem de mal... Eles estão todos lá no Castelo Animado. E se você ainda não os conhece, vá conhecer. Não só por ser um ótimo livro, mas porque o Castelo no Ar é uma continuação dele. Não exatamente uma continuação. Mas trata-se do mesmo castelo, alguns personagens retornam. E dessa vez Diana manteve tudo direito, talvez feliz de mais. Mesmo assim Sophie continua agindo instintivamente e Howl continua não sendo nada confiável...
Castelo no Ar foi um livro que eu li o primeiro capítulo, logo após de O castelo animado, uma péssima ideia, não tente ler um livro do mesmo tipo logo depois que você leu AQUELE livro. De qualquer forma, comecei a ler e passei quase um ano sem sair do primeiro capítulo, mas o terceiro e último livro dessa coleção chegou e ele era tão bonito que eu resolvi ler Castelo no ar de novo logo após O livro, só que dessa vez com uma meta, e não é que o livro é bom! Acabei perdendo a noção do tempo com o único intuito de chegar no fim e desvendar alguns mistérios.


O livro conta a história de Abdullah um jovem mercador de tapetes de um país bem ao sul de Ingary (país em que se passam as aventuras de O castelo animado) que muito insatisfeito com sua vida desde muito novo começa a sonhar com uma vida muito diferente, com o passar do ano mais detalhada. Em seu sonho ele era um jovem príncipe raptado de seu reino por um terrível bandido que o entregou para seu pai, mas ele tem que voltar para casa pois está noivo da mais linda de todas as princesas. E um dia seus sonhos começam a virar realidade.
Estava Abdullah em sua tenda quando um homem aparece querendo lhe vender um tapete mágico. Ainda que desconfiado Abdullah não resiste e gasta grande parte de suas economias para comprá-lo. Nessa noite, para garantir que o tapete não voltaria para seu dono, Abdullah dorme sobre o tapete, e acorda em um jardim maravilhoso, exatamente como aquele que imaginara. E lá está sua princesa, Flor da Noite, ainda mais bela do que sua imaginação conseguira criar. Ela o confunde com uma mulher, isso porque o único homem que ela já vira fora seu pai. Por quê? Porque quando ela nasceu foi feita uma profecia de que o primeiro homem que ela visse, além de seu pai, é claro, seria o homem com quem ela se casaria. Seu pai, ansioso por aumentar seu poder, pretendia casá-la com o príncipe de Ingary. E Abdullah surgiu para estragar tudo.
Mas mesmo antes que os dois conseguissem fugir para se casarem Flor da Noite é raptada por um djim (eu não entendi muito bem o que ele é, mas é um ser mágico muito poderoso, parecido com uma ave, existem bons e maus djins). A princesa desaparece, Abdullah se desespera, e o pai manda prender e matar o culpado, que só pode ser Abdullah. Isso só não acontece pois ele consegue ajuda de seu tapete mágico que o leva pelo deserto para o norte. No caminho, ele encontra ninguém mais ninguém menos que o seu raptor (o raptor sonhado, ele nunca foi raptado, é filho de seu pai mesmo!), um temível ladrão que acaba de encontrar um gênio em uma lampada. Abdullah dá um jeito de roubar o gênio e fugir, sem o tapete, essa era a vez do ladrão dormir sobre ele.
Abdullah então pede ao gênio que mostre alguém para ajudá-lo a salvar sua princesa. Ele indica um velho soldado de caráter dúbio, com quem ele viaja por Ingary atrás de um mago que possa ajudá-los, metem-se em mil encrencas, na maior parte por causa do gênio que prometeu que todo desejo cumprido causaria um dano, e também pela paixão do soldado por dois gatos (mãe e filhote) encontrados pelo caminho.
Nessa andança eles pedem ao gênio que traga o tapete de volta. Ele traz, e junto vem o ladrão, que na verdade era o djim transformado, que explica que seu irmão o estava forçando a sequestrar todas as princesas do mundo para se casar com elas, que o único jeito de salvá-las era fazer com que o irmão dele perdesse o seu domínio sobre o djim raptor, que na verdade tem um coração bom, por mais que ele assuma que está se divertindo transformando os sonhos de Abdullah em realidade (tá tirando uma com a cara dele!). É aqui que ficamos sabendo que o castelo animado foi roubado e levado para o céu para guardar as princesas.
Não dá para parar de ler. Onde estão Sophie, Howl e Calcifer? Quem dos personagens que nos foram apresentados pode ser cada um?
Eles finalmente chegam a Kingsbury e vão falar com um dos magos reais, Ben Sulliman que se casou com Lettie, irmã de Sophie, que está grávida... Acho que já está bom de narrar a história, vai perder toda a graça, mas o caso é que Abdullah e Sophie conseguem chegar ao Castelo viajando no tapete, e lá junto com as princesas tramam um modo se salvarem. E todos vivem felizes para sempre.