quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Mil Mágicas - Diana Wynne Jones

Me corrigi muito cedo quanto a impossibilidade de Diana escrever um livro ruim. Mil Mágicas está entre os dois livros que eu me dei de aniversário e me enfiaram nessa leitura frenética dos oito livros dela publicados no Brasil. E esse me deixou confusa.
São quatro contos (um livro fininho), o primeiro só tem uma leve referência ao Crestomanci, nos outros 3 Crestomanci aparece de carne osso, muito elegante em suas roupas bizarras, no entanto nos dois do meio ao tentar nos colocar de novo em contato com personagens antigos ela faz uma bagunça, esquecendo de Angélica Petrocchi e se confundindo quanto a qualidade do inglês de Tonino Montana, que primeiro quase inveja em Gato, e depois deixa a personagem principal do terceiro conto confusa, de tanto sotaque que tem.
Acredito que ela teria sido muito mais bem sucedida se tivesse se empenhado e escrito 4 lindos livros. Pois a história de pelo menos 3 são muito muito boas mesmo


O primeiro conto Um feiticeiro ao volante, conta a história do Feiticeiro Feliz que teve sua magia retirada por Crestomanci por não ser um bom bruxo, então para se virar ele resolve cometer roubos, mas quando ele vai roubar um carro ele é visto pela polícia e se mete numa encrenca, para se livrar recorre a outro feiticeiro que o envia para um outro mundo onde ele voltaria a possuir sua mágica. Chegando lá, depois de conferir seus poderes, ele decide fazer um roubo ainda maior, e tenta assaltar um banco, mas também este dá errado, na fuga ele entra em um carro, que depois ele descobre estar ocupado por uma menininha mandona e um cachorro enorme e esperto. Por causa desses dois o Feiticeiro Feliz passa por maus bocados, tentando se livrar dos dois. No momento em que a polícia os encontra o Feiticeiro Feliz está pronto para se entregar, quando o pai da menina o informa de que ele é um agente de Crestomanci que estava ali para ajudá-lo desde o começo, e que ele tem duas opções, ir para a cadeia ou ficar e cuidar de sua filha e de seu cachorro. O Feiticeiro Feliz não tem tempo  de dizer que prefere a cadeia e a menininha escolhe por ele...
O segundo é o Ladrão de Almas, história em que Diana resolve juntar todo mundo. Quando Tonino chega ao castelo de Crestomanci, Gato não consegue gostar dele, mas é obrigado a viajar com ele até a casa de Gabriel de Witt que está muito doente mas quer antes conhecer Tonino e seu poder diferente. Na volta os dois são sequestrados por um bruxo que vivera cerca de dois séculos atrás. Então eles voltam no tempo, perdem a memória e precisam se unir para conseguir fugir das garras desse vilão que durante séculos se manteve vivo para recolher a alma de Crestomancis mortos e assim ser o mago mais poderoso do mundo, com 10 almas...
O terceiro, e mais chatinho, é o Centésimo sonho de Carol Oiner, Carol é uma menininha que consegue controlar seus sonhos e é muito famosa por ter feito 99 sonhos e vendido todos eles, para que outras pessoas pudessem ter seus sonhos animados também, e quando ela deveria ter feito o seu centésimo sonho nada aconteceu. Sua mãe a levou para vários médicos e nenhum resolveu o problema, então seu pai, antigo amigo de escola de Crestomanci, resolve levá-la a ele. Lá ele consegue descobrir segredos dos sonhos de Carol, até chegar ao ponto os personagens dos sonhos estavam de greve por causa das condições de trabalho... bem ruinzinho!
O último é o Filósofo de Theare, conto que se passa em um outro mundo, a impressão que dá é que é de um mundo muito primitivo, onde os deuses (parecem os deuses gregos) são muito organizados e controlam cada movimento da humanidade. No entanto, essa organização está ameaçada por uma profecia que está para se realizar: o Filósofo de Dissolução nasceu! Os deuses então resolvem cuidar disso, e levam o menino para um outro mundo, para que ele quase a dissolução por lá. Quem o encontra é Crestomanci, que o leva de volta para seu mundo. O jovem pouco a pouco se desenvolve, primeiro se apaixonando pelas regras e ordens, depois descobrindo a existência do Filósofo (um pequeno erro causado pelos deuses ao levá-lo de lá), até a dúvida da existência dos deuses. Ele passa a procurar freneticamente por esse Filósofo e teria morrido se não fosse por Crestomanci, que o leva na presença dos deuses para explicar que eles não podem fugir da profecia, que isso causaria a destruição do seu mundo, que a se deixassem ele seguir dessa maneira o mundo se dividiria em dois da forma natural, coisa que os deuses vinham impedindo. Assim, o Filósofo está livre para ir pregar a Dissolução através de questionamentos quanto a existência dos deuses e sua organização. Mas como fazer isso agora que ele tem certeza da existência deles? Também o Filósofo não pode fugir da profecia... 

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