Não faz muito tempo (acredito que no começo desse ano, ou no final do passado) eu encontrei esse e outros livros que ela guardava no seu quarto e peguei tudo para mim. E só agora eu tive a oportunidade de lê-lo.
O que eu mais gostei desse livro é o ponto de vista dele. Como eu já disse gosto muito do tema da Segunda Guerra Mundial, e O leitor trata não da gurra em si, mas da geração do pós-guerra, dos filhos dos agentes da guerra. Como conviver e aceitar as pessoas que participaram do holocausto, que contribuíram ou simplesmente aceitaram toda a atrocidade? Eu ainda não tinha lido nada sobre isso. E assumo que em muitas das reflexões do narrador eu me perdia, não acompanhava o pensamento ou até mesmo pela extensão das orações. Mas eu gostei da história, porém o melhor do livro pra mim foi o ponto de vista adotado.
O livro é a narrativa das memórias de um homem, Michael Berg, que na adolescência (15 anos) teve um relacionamento com uma mulher mais velha, Hanna Schmitz (26 anos), que se baseava em encontrar-se no apartamento dela, ele ler algo para ela, ela dar banho nele e então fazerem amor. O relacionamento tem um fim abrupto e o jovem Michael fica sem entender o porquê, e por muitos anos se culpa dos acontecimentos, além de fechar seu coração, tornar-se um homem distante.
O tempo passa, e Michael está na faculdade de Direito, ele faz uma matéria em que estuda o caso de um julgamento de crimes de guerra, no qual 4 mulheres, ex-guardas de campo de concentração, são julgadas por não prestar auxílio às judias que elas haviam prendido em uma igreja, que começara a pegar fogo depois de um bombardeio, tendo sobrevivido apenas duas de centenas.
Dentre a julgadas está Hanna, por causa disso Michael passa a acompanhar de perto o julgamento. E vê que Hanna prefere ser condenada à prisão perpétua a deixar que os outros saibam que ela é analfabeta e por isso não poderia ter escrito o relatório, que era a prova fundamental. Michael chega a cogitar interferir, mas deixa prevalecer a vontade de Hanna.
O tempo passa novamente, e Michael decide então voltar a ler para Hanna que está presa, para isso ele grava fitas com a leitura de livros. Algum tempo depois do começo da correspondência (que dura uns 10 anos) Hanna escreve um bilhete para Michael, dele seguem-se muitos outros, que nunca são respondidos. Ele apenas envia as gravações.
Um dia chega uma carta da diretora da prisão informando Michael de que Hanna será solta por causa de um indulto, e como Michael era a única pessoa com quem Hanna tinha contato, pedia-se que ele ajudasse na sua adaptação....
Vou parar, pois ninguém gosta de um spoiler!
Só uma observação nem por um momento o fato de eles terem uma diferença de idade enorme, e no início ele ser praticamente uma criança é visto de uma forma errada. Nada sobre esse tema. Por que dessa escolha se ela não faz diferença na narrativa? É apenas para dar certo o fato de ela ter estado na guerra, e ele só depois de alguns anos estar na faculdade? Isso me incomodou mais do que o necessário. Acho que ainda tenho as aulas de redação do colegial na cabeça. Mas eu realmente acredito que não deve-se colocar elementos que não serão explorados.... Talvez naquela época essa diferença não fosse um problema??
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