Quando estava no primeiro ano da faculdade de Estudos Literários, eu tive a matéria de literatura clássica I, e junto com o professor Mario nós estudamos algumas tragédias clássicas e a Odisseia, ele nos deu a opção de ler em versos ou em prosa. Eu muito estupidamente escolhi prosa. Não façam isso, dessa vez eu comprei a Ilíada em verso, e é muito melhor, existe um ritmo com ele. De qualquer forma, ambas as obras de Homero, as mais antigas conhecidas pela nossa sociedade são extremamente boas. Leiam. E como eu, aprendam a amar os clássicos.
O livro começa depois de já terem decorrido mais de nove anos da guerra de Tróia (guerra iniciada pelo rapto de Helena, a esposa de Menelau, irmão de Agamenon), os chefes gregos estão reunidos, e após interpretarem os presságios, decide-se por devolver a escrava de guerra do rei Agamenon, a filha de Crises. O rei grego fica irritado por perder o seu espólio, e para ser recompensado ele resolve retirar a escrava de Aquiles, o maior guerreiro grego, a bela Briseida, o que é claro irrita Aquiles, que não só se vê despojado de uma escrava de quem gostava, como também sente-se humilhado pela atitude de Agamenon, e por isso decide se abster da guerra. Não bastasse os gregos perderem seu melhor guerreiro, este ainda falou com sua mãe, a deusa Tétis, para quem pediu que junto a Zeus falasse da situação. Assim, Zeus decide que enquanto Aquiles não voltar para a guerra os gregos perderiam a guerra, para provarem o valor de Aquiles e se arrependerem do que haviam feito.
Com isso os troianos, liderados por Heitor, o grande filho de Príamo, o rei de Tróia, avançam na batalha, matando muitos gregos, e ganhando muito espaço. Os deuses olímpicos, muitos dos quais tinham sérios motivos para estar do lado dos gregos, tentam interferir por diversas vezes, mas Zeus mantem a sua resolução, até o momento em que o exército troiano chega aos navios gregos e tem a oportunidade de colocar fogo nas embarcações, então a sorte vira.
Patroclo, o grande amigo de Aquiles, é instigado a entrar na guerra, e convence Aquiles a permitir que ele, junto com os mirmídones,voltem para a guerra. O que lhe é consentido, Patroclo volta ao campo de batalha trajando a armadura de Aquiles, o que por si só causa grande terror nos troianos que começam a recuar, e dá ânimo aos gregos, que retomam as forças para lutar. No entanto, Patroclo não segue os conselhos de Aquiles e se afasta dos navios, e acaba sendo morto por Heitor.
Esse é o ponto crucial! Aquiles sofre imensamente. Ele quer vingança e volta a guerra, trajando uma nova armadura feita por Hefesto. Nessa nova fase da guerra os deuses escolhem os seus lados e participam, apenas por um tempo, mas o suficiente para quando todos os troianos arrasados se protegerem dentro dos muros de Tróia, Palas Atena convencer Heitor de que esse deve ficar e lutar contra Aquiles. Heitor morre, e seu corpo é ultrajado por Aquiles, no entanto nada lhe acontece pois ele é protegido por um deus.
O livro termina com Príamo, com a ajuda dos deuses adentrando no acampamento grego para implorar para Aquiles a devolução do corpo de seu filho, para que os troianos pudessem pranteá-lo e dar a ele o funeral adequado. Aquiles devolve o corpo. Príamo, ainda protegido, volta para sua cidade, as mulheres choram por Heitor e fim.
É claro que tem muito mais detalhes que eu poderia ficar aqui tentando descrever, como, por exemplo, a inutilidade de Paris, que só serviu para roubar Helena, ser salvo de duelo, repreendido por Heitor, e no final tentado se redimir em batalha... mas não! Que as pessoas leiam esse livro. Vale muito a pena.
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