terça-feira, 18 de novembro de 2014

Ilíada - Homero

Foi apenas na faculdade que eu descobri que não havia nos textos de Homero nenhuma descrição da história do Cavalo de Tróia, inventado por Ulisses para que os gregos pudessem invadir os muros de Tróia e acabar com uma guerra que já durava 10 anos. Eu sabia que a Odisseia era a epopeia que narra a volta de Ulisses para casa, se não me engano outros 10 anos, e aquela famosa história de Penélope, sua esposa que durante o dia costurava, e à noite descosturava, para poder esperar por Ulisses sem ser obrigada a se casar com um dos muitos pretendentes.
Quando estava no primeiro ano da faculdade de Estudos Literários, eu tive a matéria de literatura clássica I, e junto com o professor Mario nós estudamos algumas tragédias clássicas e a Odisseia, ele nos deu a opção de ler em versos ou em prosa. Eu muito estupidamente escolhi prosa. Não façam isso, dessa vez eu comprei a Ilíada em verso, e é muito melhor, existe um ritmo com ele. De qualquer forma, ambas as obras de Homero, as mais antigas conhecidas pela nossa sociedade são extremamente boas. Leiam. E como eu, aprendam a amar os clássicos.


O livro começa depois de já terem decorrido mais de nove anos da guerra de Tróia (guerra iniciada pelo rapto de Helena, a esposa de Menelau, irmão de Agamenon), os chefes gregos estão reunidos, e após interpretarem os presságios, decide-se por devolver a escrava de guerra do rei Agamenon, a filha de Crises. O rei grego fica irritado por perder o seu espólio, e para ser recompensado ele resolve retirar a escrava de Aquiles, o maior guerreiro grego, a bela Briseida, o que é claro irrita Aquiles, que não só se vê despojado de uma escrava de quem gostava, como também sente-se humilhado pela atitude de Agamenon, e por isso decide se abster da guerra. Não bastasse os gregos perderem seu melhor guerreiro, este ainda falou com sua mãe, a deusa Tétis, para quem pediu que junto a Zeus falasse da situação. Assim, Zeus decide que enquanto Aquiles não voltar para a guerra os gregos perderiam a guerra, para provarem o valor de Aquiles e se arrependerem do que haviam feito.
Com isso os troianos, liderados por Heitor, o grande filho de Príamo, o rei de Tróia, avançam na batalha, matando muitos gregos, e ganhando muito espaço. Os deuses olímpicos, muitos dos quais tinham sérios motivos para estar do lado dos gregos, tentam interferir por diversas vezes, mas Zeus mantem a sua resolução, até o momento em que o exército troiano chega aos navios gregos e tem a oportunidade de colocar fogo nas embarcações, então a sorte vira.
Patroclo, o grande amigo de Aquiles, é instigado a entrar na guerra, e convence Aquiles a permitir que ele, junto com os mirmídones,voltem para a guerra. O que lhe é consentido, Patroclo volta ao campo de batalha trajando a armadura de Aquiles, o que por si só causa grande terror nos troianos que começam a recuar, e dá ânimo aos gregos, que retomam as forças para lutar. No entanto, Patroclo não segue os conselhos de Aquiles e se afasta dos navios, e acaba sendo morto por Heitor.
Esse é o ponto crucial! Aquiles sofre imensamente. Ele quer vingança e volta a guerra, trajando uma nova armadura feita por Hefesto. Nessa nova fase da guerra os deuses escolhem os seus lados e participam, apenas por um tempo, mas o suficiente para quando todos os troianos arrasados se protegerem dentro dos muros de Tróia, Palas Atena convencer Heitor de que esse deve ficar e lutar contra Aquiles. Heitor morre, e seu corpo é ultrajado por Aquiles, no entanto nada lhe acontece pois ele é protegido por um deus.
O livro termina com Príamo, com a ajuda dos deuses adentrando no acampamento grego para implorar para Aquiles a devolução do corpo de seu filho, para que os troianos pudessem pranteá-lo e dar a ele o funeral adequado. Aquiles devolve o corpo. Príamo, ainda protegido, volta para sua cidade, as mulheres choram por Heitor e fim.

É claro que tem muito mais detalhes que eu poderia ficar aqui tentando descrever, como, por exemplo, a inutilidade de Paris, que só serviu para roubar Helena, ser salvo de duelo, repreendido por Heitor, e no final tentado se redimir em batalha... mas não! Que as pessoas leiam esse livro. Vale muito a pena.

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