sábado, 1 de novembro de 2014

A lentidão - Milan Kundera

Mais um dos livros fininhos do box que eu comprei. Na verdade, acho que os outros três já não são mais finos exatamente...



Quando eu li a sinopse do livro eu não entendi muito bem. Não sabia exatamente o que esperar. Quando eu comecei a lê-lo achei que era um ensaio, eu gosto de ensaios. Ele começa contando de uma viagem de carro, que ele e a sua mulher estavam fazendo pela França em direção a um castelo onde ficariam hospedado. No caminho ele questiona a velocidade do mundo atual, pensando em um livro do século XVIII, em que dois amantes passeiam pelo jardim, como um teatro pensado pela mulher, um adiamento da consumação, necessária para criar a expectativa. A lentidão ligada ao prazer, e a impossibilidade disso na atualidade, em que uma pessoa já não desfruta do tempo, todos estão sempre apressados.
Ele conclui que a velocidade está ligada à memória, "... lembrei a equação bem conhecida de um dos primeiros capítulos do manual da matemática existencial: o grau de velocidade é diretamente proporcional à intensidade do esquecimento. Dessa afirmação podemos deduzir diversos corolários, este, por exemplo: nossa época se entrega ao demônio da velocidade e é por essa razão que se esquece tão facilmente de si mesma. Ou prefiro inverter essa afirmação e dizer: nossa época está obcecada pelo desejo do esquecimento e é para saciar esse desejo que se entrega ao demônio da velocidade...".
Tudo isso me interessa e muito, e se o livro fosse apenas isso eu o teria lido lentamente, pois é assim que eu leio, mas, não tão lentamente.
No entanto, Milan Kundera, além das duas histórias paralelas, a sua viagem e do livro dos amantes, insere outra história, de um grupo de amigos (que no começo eu achei que existiam, agora eu já tenho minhas dúvidas), acho que boêmios, não sei defini-los. Um deles, Potevin, tem uma filosofia sobre "dançarinos", são as pessoas, da atualidade, que gostam de chamar a atenção para si, que fazem da sua vida uma arte... No final, conclui-se que todos que queiram fazer algo grande no mundo hoje tem que ser um dançarino, pois precisa-se da mídia para ter algum valor.
Isso ainda não é ruim. Mas, um desses amigos, vai à um castelo na França para um encontro de entomologistas, e ai para mim desanda. Não gostei, e demorei para conseguir passar por alguns poucos capítulos curtos.
No final, as três histórias se fundem, trata-se do mesmo castelo, e Milan Kundera quando está indo embora vê tanto o cavalheiro do século XVIII quanto seu amigo Vincent.


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