Adorei o livro, principalmente pela forma em que foi escrito e logo depois assisti o filme, que também dá pro gasto, possui umas sacadas que me admirou. Mas, não passou disso, talvez eu nunca voltasse a lê-lo, não fosse a minha já mencionada viagem pela Europa! Quando eu passei no vestibular em Estudos Literários ainda me lembro da minha mãe me ligando do Brasil, eu estava em Florença, tomando um gelato, em frente a igreja Santa Maria del Fiore (a mais linda possível), lembro de quando minha mãe me ligou avisando que estava fazendo a minha matrícula: que língua você escolhe? Eu estava no trem para Roma: italiano!
Mas a verdade é que o italiano é uma língua latina, parecida com o português, e porque eu não poderia aprender um pouco de italiano lendo? A única coisa que eu deveria fazer era escolher um livro que eu já havia lido: Il bambino con il pigiama a righe, foi o primeiro que eu encontrei!
Tentei ler durante a viagem, comprei junto um lápis e um apontador e fui anotando as palavras que não era obvias mas que eu conseguia, ou achava que conseguia tirar o significado do contexto. Li quase metade e depois nunca mais voltei para ele, nessas férias depois de dois anos e um curso de italiano quase completo resolvi lê-lo de novo. Ainda bem que o fiz, não só pelo estudo da língua, quanto pelo prazer da leitura.
O livro é sobre o holocausto sem jamais mencionar isso diretamente, pois o mundo da guerra é apresentado sobre a visão de um menino de 9 anos Bruno, que é filho de um comandante do exército alemão, que é mandado para a Polônia e comandar um campo de concentração.
Bruno de início odeia o novo lugar em que ele é obrigado a ir morar, deixando para trás seus 3 melhores amigos do mundo, e seus avós, a cidade de Berlim que ele tanto amava e sua casa de 5 andares cheia de lugares a explorar! A nova casa é pequena, tem apenas 3 andares, e não há cidade por perto, nem crianças com quem brincar, muito pelo contrário ele deve aguentar Gretel sua irmã mais velha, que é um caso perdido, e um monte de soldados que entra e sai da sua casa como se fosse deles. Além disso a casa era feia, fria, tinha um nome estranho Auscit (que dá pra fazer um jogo de palavras em italiano, mas eu num lembro como está na versão brasileira), e da janela do seu quarto lá longe do outro lado da cerca havia muitas barracas e homens viviam lá, e todos usavam pijamas listrados, assim como os soldados usavam uniforme. Ele pergunta a Gretel o que era aquilo, ela também não sabe explicar, e depois o pai diz para ele não se preocupar mais com isso.
O tempo passa e Bruno decide explorar o lugar, dentro de casa não há muito o que fazer, e acaba saindo, indo em direção a cerca, e anda por muito tempo até que encontra um menino, Schmuel, com quem trava amizade. Nesse momento da trama é que se sente a maior ingenuidade possível, pois Bruno acredita ser ele quem fez algo errado para estar do lado errado da cerca, e acredita que as crianças do outro lado estão sempre brincando, e todas as reclamações de seu amigo, como o a desaparecimento de seus familiares, ou a história de como ele foi parar lá, são sobrepostas as histórias mesquinhas de Bruno, de como ele não suporta viver em uma casa de 3 andares ao invés de 5, enquanto Schmuel vivera em um único comodo com outras famílias além da sua. Outro exemplo é quando Bruno levava comida para seu amigo que sempre parecia faminto, mas ele no meio da caminhada sentia fome e comia um tanto.
O tempo passa e a amizade deles aumenta, mesmo que durante todo esse tempo eles tenham passado em lados diferente da cerca apenas sentados conversando ao invés de brincarem como crianças de 9 anos. Mas a mãe de Bruno decide que não pode mais viver em Auscit, e que ela com as crianças irão voltar para Berlim. Bruno vai avisar seu melhor amigo, e esse está triste porque seu pai sumiu; E Bruno para se despedir e ajudá-lo decide que no dia seguinte ele irá passar por baixo da cerca e procurar seu pai com ele, para isso ele também precisava de um pijama listrado, que Schmuel trás para ele.
Bruno entra e se arrepende, pois aquele lado não era nada parecido com a sua imaginação, mas ele não podia voltar pois havia prometido a Schmuel que o ajudaria, e manteve sua palavra...
Estou num embate se continuo ou não. É o final do livro, eu não acho surpreendente, mas também não quero acabar com a leitura de alguém, mas ao mesmo tempo não acho que teria leitores... saco! Vou escrever mentalmente e tentar sempre me lembrar do ultimo capítulo, para me lembrar de minha própria infância e o meu relacionamento com a minha irmã.
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