segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Visconde Partido ao Meio - Italo Calvino


Estou com problemas para começar a minha monografia, não tenho tema nem orientador! Conversei por email com uma professora que é especialista em literatura italiana, e consegui uma reunião. Para não chegar sem nada, fui na biblioteca sexta e li parte de um livro dela, e uma tese de mestrado em que ela era orientadora. Decidi que eu gosto mesmo é do Calvino, a ideia principal é com Cidades Invisíveis, mas achei melhor aumentar as possibilidades e peguei na biblioteca O visconde partido ao meio e também O castelo dos destinos cruzados (vou começar a lê-lo em 3, 2, 1...).
O que eu mais gostei em ler o Visconde? Fácil! Eu já o havia lido quando estava no colégio, ou talvez fundamental, mas não me lembrava ao certo dele. Enquanto eu o lia eu finalmente achei uma imagem que sempre ficara na minha memória e eu não consegui saber de onde, que é a vila em que moram os leprosos, Pratofungo. A leitura valeu por isso.
Não quero dizer com isso que não haja nada de melhor. Muito pelo contrário. Esse livro faz parte da trilogia Os nossos antepassados, que tem também O barão empoleirado e O cavaleiro inexistente. E para mim é como uma alegoria do mundo real.
A história começa com o visconde Medardo de Terralba indo para a guerra entre cristãos e turcos, e no primeiro combate (após a viagem para o campo de batalha em que ele e seu escudeiro passam por atrocidades, cuja imagem mais forte são as cegonhas, e não abutres, comendo a carne dos mortos) é acertado por uma bala de canhão que o divide ao meio. Sendo que os médicos do exército cristão encontram apenas a parte direita que volta para Terralba e prova ser o mais mau de todos os seres. Governando com terror e afastando todos de si. Força seu artesão construir máquinas engenhosas de tortura e para matar; divide tudo ao meio: flores, frutas, animais... Tenta matar seu sobrinho (o narrador) mais de uma vez, e ainda despacha sua babá para a vila dos leprosos apesar de esta não estar doente.
Quando depois de algum tempo de todo esse terror aparece a outra metade de Medardo, só bondade, que ajuda a tudo e a todos, acreditando que é possível criar um mundo utópico que se resume na máquina que ele quer criar que seria ao mesmo tempo um órgão, um moinho, um forno e uma rede para capturar borboletas. A pesar de fazer de tudo para que todos fiquem bem, também ele acaba cansando os moradores de Terralba, por falta de equilíbrio.
As  duas metades se apaixonam pela mesma pastora, Pamela, que eu não consegui entender se ela realmente gostava deles, ou se ela estava fazendo aquilo que era esperado pela sociedade. Apesar de ter algumas atitudes de revolta. Essa parte eu realmente não gostei! Ela estava disposta se entregar para o Infeliz, mas nos seus termos, e se entediava com o Bom mesmo confiando nele. Ela aceita a se casar com os dois deixando para a sorte o desenlace dessa sua ação.
Acaba se casando com o Bom, pois o Infeliz na pressa acabou caindo do cavalo. Mas chega à Igreja e diz que Pamela é sua esposa pois ele é Medardo de Terralba. Ambas as partes decidem duelar, ferindo-se depois de muito tempo na extremidade em que foram partidos. O médico os une, trazendo alegria e prosperidade para a região. Apenas o sobrinho/narrador é quem continua incompleto, sem nunca ter encontrado nenhum amigo de fato.

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