quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A minha volta e as minhas desculpas: Lolita - Vladimir Nabokov



Não me lembro o ano exato em que meu pai me deu Lolita, definitivamente eu já estava começando a minha coleção de livros, e como ele ganhara da assinatura do jornal um exemplar dos clássicos da literatura, ele me deu. Não li logo de cara, me incomoda até hoje a sua capa, o papel que escorrega e amassa, e a verdadeira capa dura sem nada escrito, de um azul calcinha... Alguns anos depois decidi ler, interessante... mas não me pareceu interessante o suficiente para terminar, ficou anos na prateleira, com a página marcada esperando pela sua segunda chance. Um dia eu o abri, tirei o marcador laranja de borracha lá pela página 100 quando Humbert Humbert lê o nome de Lolita entre os dos seus coleguinhas de sala e me instiguei a começar tudo de novo e dessa vez terminar. Processo muito fácil, se você se dedica a essa leitura, se dá uma chance de entrar na mente do narrador, seguir seus pensamentos e quase considerá-lo inocente! Quase atrasei a minha viagem de ano novo para conseguir terminar, li durante o natal descaradamente... hoje o considero um dos melhores livros já lidos.


Há alguns meses recebi comentários no blog, coisa inédita. As mensagens ainda não foram respondidas e isso ficou me atormentando, todo esse tempo. Mas, verdade seja dita, eu preciso de rotina! Consegui durante mais de um ano escrever um pequeno comentário sobre todos os livros que eu lia. Mas quando chegou um fim de ano mais animado, no entanto repleto de leituras, sem tempo para escrever provavelmente sobre cinco livros, quase um mês depois de lidos, eu desanimei. Desisti. Aceitei que não teria mais um guia de todas as minhas leituras, se minha memória falhasse, o que infelizmente muito ocasionalmente ocorre, eu teria que reler o livro... tudo bem, eu sei que isso não é um sacrifício.
Contudo, eu voltei. Voltei para me organizar. Voltei para colocar também o blog dentro da minha rotina. Voltei para responder aquelas mensagens. Fica voltando na minha cabeça uma recomendação feita que eu não li...
Então, um básico resumo do que foi lido desde o dia 25 de dezembro quando eu terminei o inestimável Lolita. Não em ordem, que ai já fica mais difícil.

A triologia dos Jogos Vorazes - Suzzane Collins - Eu peguei esses emprestados com o meu primo durante o natal. Ele e meus outros primos falaram muito bem, disseram que não era exatamente como no filme, tinha um sentido por trás. E eu resolvi ler, ler nunca faz mal. Do primeiro eu gostei, o segundo também, nada de mais para nenhum dos dois, mas não fora tempo perdido. Já o terceiro, eu não sei, comprova a minha teoria, que poucos são aqueles que conseguem terminar, bem terminado, uma série de livros. Achei o último uma porcaria.
Terminei também Cidadela - Antoine de Saint-Exupéry - livro que eu comecei a ler por causa de sua referência em um dos textos para a minha monografia, terminada e apresentada muito antes de chegar ao meio. Sobre o livro eu não sei o que dizer. Acredito que talvez eu não tenha maturidade o suficiente para lê-lo e compreendê-lo. A cada dez páginas eu tinha que fazer uma parada para conseguir entender o que eu tinha lido, tentar filosofar e criar meu próprio ponto de vista... hoje, meses depois de ler, fico com a impressão de que eu não concordava muito com o que estava lá.
Outro livro que eu descobri quando estava pesquisando para a monografia foi Nós - Evgueny Zamiatin - uma distopia muito interessante, cujos personagens não possuem nomes mas códigos, como o narrador D-503, que sofre de uma doença, a paixão, e por causa de I-330, acaba se envolvendo com os revolucionários que querem escapar do Benfeitor e ir para o outro lado do muro.
Falando em muro, estou já do meio para o final do último dos livros das Crônicas de Gelo e Fogo - George R. R. Martin, publicado A dança dos dragões. Desesperada como qualquer leitor dele de que ele morra antes de publicar os outros dois. Tentei assistir a série, fui até o final da primeira temporada, não me cativou!
Li, para não perder o costume, e para matar a saudade Orgulho e Preconceito - Jane Austen. Para me manter romântica comecei também Emma, mas ainda não terminei, estou lendo por e-book e isso cansa. Como eu já o li uma vez antes em inglês, já vi o filme com a Gwyneth Paltrow e umas outras versões, assumo que estou deixando ele para depois.
Li também como e-book A culpa é das estrelas - John Green, li em menos de um dia, e logo em seguida fui ao cinema. Morri de chorar no livro, derrubei poucas lágrimas no filme. É aquele romance meloso que toda garota precisa de vez em quando, o suficiente pelos próximos dois anos. Reli, acho que meu livro infantil, lido apenas aos 24 anos de idade, favorito de novo O Castelo Animado - Diana Wynne Jones, e também mais um da coleção dos Mundos de Crestomanci, A semana dos Bruxos, que infelizmente nem é tão bom quanto os outros quatro que eu já li dela, mas fazer o que ninguém é perfeito, nem mesmo Diana Wynne Jones! Resolvi dar uma relaxada com os livros sempre divertidos de Marian Keyes - Casório?! O livro vei tão cheio de erros ortográficos e a narradora era tão estupida, se arrastando por um cara que ela mesma descrevia como o maior babaca do mundo, que eu fiquei mais triste do que feliz, de novo um ruim depois de três muito engraçados. Li também o fantástico e recomendadíssimo Grandes Esperanças - Charles Dickens, a história de Pip que quando criança após ajudar um fugitivo nos pântanos, e passar a visitar a casa de miss Havisham, adquire grandes esperanças ao herdar uma fortuna anônima. Comecei também, mas ainda não tive tempo de terminar Ana Karenina - Tolstói. Comecei a lê-lo no mesmo dia em que assisti o filme com a Keira Knightley, parabéns Joe Wright! A cena no filme do baile em Moscou, enquanto Ana Karenina dança com Vronski, sem ela a cena no livro seria simples demais, sem metade da emoção. Estou amando o livro, uma pena que esteja em e-book.
Finalmente, depois de mais de um ano, talvez até dois, eu terminei A montanha mágica - Thomas Mann, o livro é bom, o final especialmente, no entanto é muito filosófico, e assim como Cidadela, não me permitia avançar muito por vez. É um livro muito longo e por vezes muito cansativo, no entanto aos corajosos eu recomendo, me sinto mais completa, ou inteligente, não sei a palavra ao certo para isso... bom, mas pouco provável que seja relido.
Talvez um dos melhores lidos até agora seja Peter e Wendy - J. M. Barrie, a versão em romance da esterna história de Peter Pan. A primeira coisa a dizer sobre esse livro é que eu gostaria que todos os meus amigos lessem para discutir comigo. Eu sempre tive a impressão que eu sofria gravemente da síndrome de Peter Pan, medo de crescer e ter que me encaixar na sociedade... no entanto esse Peter não é como o da Disney, ele é muito mais complexo, as coisas que acontecem na ilha são muito mais fortes. Eu gostaria de um amigo para conversar.
Em um dia que eu tirei para mim, e só para mim, eu fui almoçar no shopping, ao cinema, comi um brownie delicioso e comprei O rei de amarelo - Robert W. Chamber, um livro de contos, os primeiros fantásticos, os últimos não. Adorei. Não tinha como não gostar. Os meus contos favoritos foram o Emblema Amarelo e A Demoiselle d'Ys, mas pelo que eu lembre todos foram bons, fantásticos, por assim dizer.
Tive também uma vontade repentina de reler Harry Potter, li os três primeiros, chegando no começo do quarto, eu resolvi ler livros inéditos, o guardei na prateleira, e quando a vontade surgir de novo eu começo pelo Cálice de Ouro, mas sem nunca chegar no infeliz As relíquias da morte.
E por último, mas na verdade eu li em janeiro, muito provavelmente O dia de um escrutinador - Italo Calvino. Colocado aqui como o último que eu consegui lembrar, e o último que eu estou disposta a listar. Não deveria ter lido tanto, que eu já teria terminado, e estaria estudando agora... mas fazer o que ler é o modo mais barato de viajar, como andam dizendo por ai!
Um pouco menos de 20 livros em um pouco menos de nove meses. Logo mais eu estou de volta.

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