terça-feira, 30 de outubro de 2012

HISTÓRIA UNIVERSAL DA INFÂMIA - Jorge Luis Borges


Este semestre eu peguei uma matéria na faculdade sobre o Borges, pois no semestre anterior eu tive uma outra sobre o Duplo na literatura (muito, muito boa - primeira vez que eu entrei em contato com a literatura fantástica sabendo que ela era fantástica!), na qual eu tive a chance de conhecer o Borges, que antes eu só conhecia por nome. Essa matéria atual me desapontou um pouco, pois eu só conhecia o Borges contista, foda pra caralho, e a professora quis que nós conhecêssemos o seu início, quando ele fazia parte de uma vanguarda chamada ultraísmo... ficamos nisso por muito tempo, e só agora no final do semestre chegamos nos contos! Principalmente através dos seminários!
Eu minha dupla ficamos com o conto O atroz redentor Lazarus Morell, do livro em questão, e O Desafio, que acho que está no livro Martin Fierro, apesar de ter sido escrito anos depois da primeira publicação. A separação que nós fizemos fez com que eu me debruçasse mais lentamente sobre o primeiro. E como eu num sei parar de ler, uma vez com o livro traduzido nas minhas mãos não parei de lê-lo até chegar ao fim.
Não que tenha sido difícil (na verdade também não li de uma vez só) afinal ele é bem curto e muito cativante. São diversos contos pequenos, escritos em estilo jornalistico e violento, em que Borges apresenta diferentes personagens reais,  famosos ou não, de todo o mundo que de alguma forma cometeram atos infames. O primeiro é o do Lazarus Morell, um branco pobre do sul dos EUA que supostamente estaria ajudando a emancipar os escravos; o segundo, que eu já lera, é sobre o impostor Tom Castro, que finge ser outra pessoa para ganhar a vida e consegue enganar a mãe do próprio morto; e tantas outras do oriente e também de Billy the Kid, tirado da história de Mark Twain .
A minha preferida é O Homem da Esquina Rosada, a única sobre uma figura argentina. O conto já tinha sido escrito anteriormente, mas foi reescrito e publicado junto com esses. Nele Borges volta a falar dos subúrbios de Buenos Aires, em que ocorria num salão um baile, quando de repente entram estranhos, e o chefe deles procura alguém especificamente, pois a sua fama como bravo chegara ao seu ouvido e ele queria poder lutar com ele, que se nega, perde a mulher e desaparece. Pouco tempo depois, o estrangeiro e a mulher que haviam saído do baile, vocês sabem bem para que, voltam para o salão, só que o homem havia sido esfaqueado e estava a beira da morte... Acaba morrendo ali mesmo, e é jogado no rio quando a policia chega, sem que ninguém saiba quem é o seu assassino. E então o final, o melhor!
Os contos desse livro foram publicados em um jornal argentino, e pelo que eu entendi, nessa mesma época Borges traduziu alguns contos e trechos para o mesmo jornal, e essas traduções encontram-se no final do livro, em uma parte denominada Etcetera. Alguns são bons, outros normais, mas teve um que eu simplesmente adorei, que eu acredito que se chama Os dois que sonhavam (desculpa, eu tive que devolver o livro na biblioteca), que foi traduzido das Mil e uma noites... Conta a história de um homem que sonha que encontraria riqueza se viajasse para outra cidade. A qual ele empreende, mas acaba sendo preso, e quem lhe prende após perguntar-lhe o que estava fazendo ali, diz para ele não se fiar em sonhos, pois ele sempre sonhava com o jardim de uma casa, em que em tal lugar havia um tesouro escondido. A descrição do quintal e da casa batiam com a do primeiro homem, que voltou para casa e desenterrou o tesouro!
Vamos lá, é importante perseguir os seus sonhos! Talvez não todos, mas ainda assim...

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sempre tive um grande problema com o futuro, não gosto de pensar nele, e quando faço é apenas fantasiando, coisas que de cara eu sei que são impossíveis, e que muitas vezes eu não gostaria que acontecesse tão pouco. Mas, uma hora ou outro nós temos que pensar pelo menos um pouquinho nele, essa é a hora maldita de escolher o curso da faculdade. E quem disse que a gente realmente sabe escolher?
Eu mesmo fui um fracasso! Comecei a pensar nisso tarde, e acabei decidindo por biologia marinha que se transformou em biologia, antes mesmo de prestar as segundas fases dos vestibulares já sabia que não queria isso, depois prestei arquitetura, fiz 3 anos, para garantir que não era aquilo o que eu queria, para então não me decidir pela profissão, mas sim por aquilo que eu gosto de fazer! E aqui estou eu agora, no majestoso curso de estudos literários!
Sem ironias! Quando eu bebo tendo a tentar convencer as pessoas disso, afinal são quatro anos de um curso em que apenas o primeiro semestre tem matérias obrigatórias, e depois apenas literatura clássica 2, 4 semestres de uma língua estrangeira e as duas monografias. Todo o resto é preenchido por matérias eletivas dentro do instituto e em outras faculdades! Nós dificilmente temos prova, e a maior parte é pra ser feita em casa, não cobram presença, e nós passamos os nossos dias discutindo literatura!
Tá, então você me pergunta: mas o que um graduado em estudos literários faz? Bem, como o meu amigo Nipo sempre diz, isso é problema pra Fabi do futuro! O que eu faço agora é o que me importa. Nesse momento to irritada com a vida e com o fim do semestre, mas enquanto eu estava lendo um dia desses eu pensei: mas e se eu esquecesse de tudo que eu li? E por isso me veio a ideia de escrever um blog, para que eu pudesse fazer consultas futuras, sem encher o meu computador de arquivos word! Contudo, apesar de não querer ser lida por ninguém, não consegui começar um blog sem uma apresentação, sério, seria estranho começar com um texto sobre o Borges assim, sem mais nem menos. Quando eu era criança eu comecei um diário supersecreto em que eu me apresentei a mim mesma, coloquei foto e tudo!
Eis a justificativa do primeiro post!