"Rileggere non è ripetersi, ma dare una prova sempre
nuova di un amore instancabile"
Moravia
"Que a segunda vez que você
vê uma coisa é na verdade a primeira vez.
Você precisa saber como a coisa termina
antes de poder apreciar a sua beleza desde o início"
David Gilmour - O clube do filme
"Ninguém desce duas vezes o mesmo rio,
porque as àguas mudam... Cada vez que
lemos um livro, o livro mudou,
a conotação das palavras é diferente"
Jorge Luis Borges
Na verdade eu poderia ficar eternamente aqui dando mil motivos diversos para a releitura. Não só de Senhor dos Anéis, que provavelmente é a minha maior paixão, mas de todo e qualquer livro, primeiramente por ser obrigada a concordar com David Gilmour, e porque cada releitura é um novo detalhe que lhe chama a atenção, e ao mesmo tempo é como rever velhos amigos. Então se tem um conselho que eu dou para as pessoas é: desligue a TV e vá reler um livro! Além de tudo isso ainda faz sentido as pessoas comprarem os livros... sendo assim emprestem livros também, mas jamais Senhor dos Anéis, vai que não te devolvem, que demorem muito para ler, que estraguem... não! ele é um bem precioso.
Como prova de que cada vez que nós relemos um livro algo novo nos surge, só dessa vez, provavelmente a sétima, é que eu percebi que ele tem por titulo o nome do vilão. nunca tinha reparado nisso. Tentei encontrar entre os livros que eu tenho aqui algum outro que fizesse isso, me deparei apenas com O Diabo veste Prada, e veja bem que ai teríamos que inferir que a chefe da mocinha é o diabo, que o diabo em si eu acredito que ande peladão por ai.
Como eu disse Senhor do Anéis é o meu livro favorito. Sou fissurada por literatura fantástica, e simplesmente não me canso da magia e do mundo criado por Tolkien, já li muitos de seus livros, sempre querendo saber mais sobre a Terra Média, talvez procurando algum furo, ou uma maneira de entrar. Quando fizeram os filmes eu fui logo assistir, todos no cinema, lembro que pelo menos um ainda foi em comemoração do meu aniversário... devo dizer que eu odeio os filmes. Não sei se são bons ou ruins (diferente do Hobbit que é uma merda, e visivelmente estão apenas atrás de lucro e foda-se a obra de Tolkien), mas o que me incomoda eu sei perfeitamente, claro que além dos cortes das melhores partes - até hoje não superei a omissão de Tom Bombadil, e é o simples fato de que da primeira vez que eu li Frodo não era Elijah Wood, nem Legolas era Orlando Bloom... as paisagens eram diferentes na minha cabeça, e a minha criatividade parece que ficou limitada pela visão de um diretor, ou de produtores... desejaria nunca tê-los visto, e assim ainda teria a possibilidade de ter os meus hobbits, anões, elfos e magos...
Me sinto meio idiota tentando resumir o livro que eu nunca me canso de ler, o livro que eu acho que precisa de cada palavra, por mais que já tenha entrado em intermináveis sobre o livro ser cansativo em suas descrições. Também não vejo sentido em resumir um livro que todo mundo já assistiu aos filmes, mas vamos tentar....
O livro começa no Condado, onde Bilbo Bolseiro, um hobbit muito diferente, está preparando sua festa conjunta de aniversário de 111 anos, com seu sobrinho e herdeiro Frodo Bolseiro que naquele ano estaria fazendo 33, que pe quando os hobbits se tornam adultos. Bilbo planeja uma festa enorme, convida metade do Condado, e também aparece Gandalf.... Sério não consigo!!
Apenas colocarei algumas correções com relação ao filme, quando Bilbo parte para sua última aventura deixando tudo para Frodo este não sai às pressas com Gandalf logo depois de descobrir que aquele é o Anel, eles têm um plano a longo prazo e se não me engano passam-se dez anos antes de Frodo abandonar o Condado. Ele não encontra por acaso Merry e Pippin na plantação do senhor Magote. Eles estão fingindo uma mudança de Frodo, que depois partiria apenas com Sam para Valfenda caso Gandalf não chegasse antes. Mas seus amigos percebem o seu plano e decidem ir com ele, e por causa da perseguição dos Cavaleiros Negros eles acabam adiantando tudo e indo pelo caminho da Floresta Velha para despistá-los. Então começa a minha parte favorita. A travessia dos quatro hobbits pela Floresta Velha onde as arvores têm vida e vontade própria. A mais poderosa delas é o Velho Salgueiro-homem que encata os hobbits para que eles durmam e depois tenta "engoli-los". É ai que aparece o velho Tom Bombadil, um homem, ou não, tão velho quanto a Terra Média que é senhor da sua terra e lá tudo o obedece, o Anel não tem qualquer efeito sobre ele. É um ser animado que canta e pula o tempo todo, e os abriga em sua casa, para depois indicar o melhor caminho pelas colinas tumulares até chegar em Bri. Mas é claro que não é uma viagem tranquila, e os quatro hobbits são pegos pelas criaturas tumulares e só são salvos por uma força que existe em Frodo que o mantem consciente, e ele canta para que Tom apareça. Mais uma vez salvos eles se dirigem para Bri e a hospedaria do Pônei Saltitante - praticamente toda essa parte do filme está alterada, há uma carta de Gandalf que explica muita coisa, e não faz dos pequenos seres ingênuos que seguem qualquer um em uma estrada perigosa!
Não é a Arwen quem vai ao encontro deles perto do vau do Bruinen. Jamais uma alta senhora elfica protegida pelo papai sairia a cavalo atrás deles. É um alto senhor elfico que sabe lutar. Frodo atravessa sozinho o rio, nada de corte na face branca. A estadia em Valfenda é muito maior do que a do filme, mas isso eu perdoo, quero dizer teria sido melhor uma série, veja o sucesso de Games of Thrones.
A partir disso já não vejo tantos problemas no filme. A não ser que o momento em que eles tentam passar pelo Caradhras não é Saruman quem faz a montanha vir a baixo, a montanha tem vontade própria. E também o tempo passado em Moria é um pouco mais longo, e um pouco menos de luta... Do momento em que eles saem da mina até entrar na cidade de Caras Galadhon em que os elfos de Lothlorien moram acontecem pequenas coisas que não são relatadas, como Gimli e Frodo olhando pelo lago espelho e a musica cantada por Legolas às margens do Nimrodel.
Então já estamos quase no final, a comitiva se despede dos senhores de Lothlorien, recebendo cada qual o seu presente, e rumam para o sul em barcos. Ninguém sabe qual caminho seguir, essa decisão cabe a Frodo, que quando eles precisam decidir, pede uma hora para pensar e lá é abordado por Boromir, que diferente do filme é um tanto mais sensato e tenta convencer Frodo antes de partir para a violência. Todos estão conversando nesse momento pensando no próximo passo, com medo mas dispostos a seguir Frodo até Mordor apesar de preferirem seguir Boromir. Quando este volta atordoado, eles saem a procura de Frodo, e apenas Sam é capaz de prever o que o seu amo vai fazer e volta para os barcos e eles vão embora. O ataque orc fica para o outro livro.
A partir disso já não vejo tantos problemas no filme. A não ser que o momento em que eles tentam passar pelo Caradhras não é Saruman quem faz a montanha vir a baixo, a montanha tem vontade própria. E também o tempo passado em Moria é um pouco mais longo, e um pouco menos de luta... Do momento em que eles saem da mina até entrar na cidade de Caras Galadhon em que os elfos de Lothlorien moram acontecem pequenas coisas que não são relatadas, como Gimli e Frodo olhando pelo lago espelho e a musica cantada por Legolas às margens do Nimrodel.
Então já estamos quase no final, a comitiva se despede dos senhores de Lothlorien, recebendo cada qual o seu presente, e rumam para o sul em barcos. Ninguém sabe qual caminho seguir, essa decisão cabe a Frodo, que quando eles precisam decidir, pede uma hora para pensar e lá é abordado por Boromir, que diferente do filme é um tanto mais sensato e tenta convencer Frodo antes de partir para a violência. Todos estão conversando nesse momento pensando no próximo passo, com medo mas dispostos a seguir Frodo até Mordor apesar de preferirem seguir Boromir. Quando este volta atordoado, eles saem a procura de Frodo, e apenas Sam é capaz de prever o que o seu amo vai fazer e volta para os barcos e eles vão embora. O ataque orc fica para o outro livro.