sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

As Cidade Invisíveis - Italo Calvino


Eu nem sei por onde começar com esse livro! Não acho possível descrevê-lo pois no fundo (ou nem tão fundo assim) não há um enredo. Marco Polo, o famoso mercador veneziano, narra ao imperador dos tártaros Kublai Khan as cidades do seu território que ele percorreu. São no total 55 cidades invisíveis, todas com nomes de mulher (alguns um tanto estranhos), e divididas em 11 grupos de 5, que estão espalhadas por 9 seções de tamanhos variados, sendo que alguns grupos estão acumulados no começo e outros no fim, e alguns dispersos pelo livro. Os contos/descrições são pausados por conversas entre Marco Polo e Kublai Khan, conversas em que fica impreciso o lugar onde estão, e se estão de fato conversano, mantando a atmosfera fabulosa.
- As cidades e a memória: Diomira, Isidora, Zaíra, Zora e Maurília
- As cidades e o desejo: Dorotéia, Anastácia, Despina, Fedora e Zobeide
- As cidades e os símbolos: Tamara, Zirma, Zoé, Ipásia e Olívia
- As cidades delgadas: Isaura, Zenóbia, Armila, Sofrônia e Otávia
- As cidades e as trocas: Eufêmia, Cloé, Eutrópia, Ercília e Esmeraldina
- As cidades e os olhos: Valdrada, Zemrude, Bauci, Fílide e Moriana
- As cidades e o nome: Aglaura, Leandra, Pirra, Clarisse e Irene
- As cidades e os mortos: Melânia, Adelma, Eusápia, Argia e Laudômia
- As cidades e o céu: Eudóxia, Bersabéia, Tecla, Perínzia e Ândria
- As cidades contínuas: Leônia, Trude, Procópia, Cecília e Pentesiléia
- As cidades ocultas: Olinda, Raíssa, Marósia, Teodora e Berenice
Calvino não se preocupa em descrever fisicamente todas as cidades, pouquíssimas são as que apresentam  algum aspecto específico da vida cotidiana,  ao mesmo tempo em que se tem a impressão de estar sobrevoando certas cidades, por saber o seu traçado, ou apenas adivinhá-lo, pode-se saber algo do costume local. Os contos são curtos, o que para mim é ótimo, pois assim o narrador deixa muito espaço para a criatividade do leitor, que não deve lê-lo de uma vez só, mas sim, imaginar cada cidade, o que acontece e como seria estar ali. Na verdade esse é um tipo de livro que deveria ser mais produzido, contado para crianças e trabalhado por adultos.
As cidades invisíveis foi o primeiro livro que eu trabalhei na faculdade, e veja bem, na faculdade de arquitetura, em projeto 2, as professoras escolheram algumas das cidades de Calvino e a sortearam entre as duplas da sala, para que nós fizéssemos maquetes, era uma matéria bem plástica. Eu e minha dupla tiramos Armila. Depois o professor de urbanismo 1, usou o livro como base nas suas aulas, cada aula começava com a leitura de uma cidade, que seria um resumo. Lembro de alguma vez ter conversado com alguém e eu acho que essa pessoa fazia Economia, e que um professor dela também havia usado esse livro em uma matéria. Afinal, o livro não é conclusivo e objetivo, deixando margem para todo tipo de interpretação.
Me dei o prazer de lê-lo uma ultima vez sem o olhar inquiridor. Pois decidi fazer minha monografia baseada nesse livro de Calvino e sua ligação com Arquitetura. É claro que não consegui deixar de fazer anotações e pensar no trabalho, mas ainda assim foi a primeira de muitas vezes que lerei esse livro esse ano! Então só elegerei as top 5 cidades invisíveis e deixarei um gostinho de quero mais.
Zaíra a cidade que apesar de ter o seu espaço físico de delimita pelo espaço das ações dos homens que ali viveram; Sofrônia é uma cidade dividida em dois, em que a parte fixa é aquilo que comumente é itinerário (o circo/parque de diversão), e aquilo que o povo espera é a nossa vida cotidiana; Eutrópia que na verdade são muitas cidades iguais, mas apenas uma é habitada por vez, a sua população muda para outra quando cansada da sua vida, assim de tempos em tempos as relações familiares e os empregos, assim como as casa se renovam; Otávia uma cidade suspensa entre dois cumes de montanha, que ao invés de elevar-se pende de algo como uma teia de aranha, e seus habitantes sabem o quanto essa é capaz de resistir; e Tecla uma cidade que está em eterna construção, pois seus habitantes acreditam que quando a obra parar começará a destruição, e o mais bonito o projeto em que se baseiam é o desenho das estrelas.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Crepúsculo - Stephenie Meyer


Enquanto eu relia o livro, eu oscilava entre postar essa leitura aqui ou não! Quero dizer, eu já o havia lido muitos anos atrás, incluindo todas as suas sequências, e naquela época, mesmo antes de assistir aos filmes (assiste o primeiro e ou o segundo ou o terceiro, não consigo me lembrar) eu já os considerava horríveis!
Então por que reler? O fato é que eu adoro reler livros, e todas as férias eu me sinto no direito de reler livros, eu comecei essa contando com reler algum dos da Jane Austen que eu nunca reli, depois cogitei seriamente O Senhor dos Anéis, para por fim me decidir por As crônicas de Narnia, contudo, eu encontrei um monte de livros da minha tia em casa e os recolhi para devolver, e deixei num lugar visível caso ela venha aqui e eu não esteja, porém Crepúsculo continuava me olhando da estante: você realmente vai me devolver e nunca mais me ler? Deve ter um motivo para você ter lido todos? Você deve ter gostado de mim? Vem, me pega! Dá uma chance de tirar as imagens sem expressão dos filmes da sua cabeça, das menininhas gritando... e ele acabou me convencendo! É um livro fácil de ler, eu gastei um dia, já voltei a narrações melhores!
E de fato acabei me lembrando o que me fez prosseguir na leitura!
Eu adoro romance! Adoro romance proibido! Adoro elementos fantásticos! E sinceramente sempre preciso de uma história bobinha para me fazer continuar acreditando no amor, não que eu acredite muito, acho que as mulheres são capazes de amar, os homens, para mim, fazem mais por necessidade, conheci apenas um cara que sofreu por amor, que realmente correu atrás e queria ficar com a garota... não deu certo! E olha que no total foram 7 meninos que passaram pela minha república, sem contar os outros homens que eu conheço! Então eu preciso de histórias açucaradas em que as pessoas se amem incondicionalmente e façam de tudo para estar juntos.
Mas sério, Crepúsculo, e toda a "saga" - como resolveram chamar, é ruim demais!!!!!
Em primeiro lugar a protagonista e narradora é sonsa! Ela coloca-se sempre como alguém que não fosse especial, mas ali por trás você sente que ela não acha isso e que ela não é isso, enquanto ela mesma narra! Ela acha legal ser deslocada, e por isso ela chama a atenção do cara mais lindo e rico da escola (filmes teen americanos!), mas BUM ele é um vampiro que não tem nenhuma característica de vampiro! Ele brilha ao sol!!! Que merda é essa?
Sério eu fico irritada só de começar a pensar! O livro poderia mudar o rumo quando eles estão em uma outra cidade em um restaurante após ele salvá-la de possíveis estupradores. Mantendo as histórias de terror, mas sem revelar isso. Pois em que mundo alguém estaria de boa em se relacionar com um vampiro? Sem medo? Fala sério...
Mas tudo bem, ela escreveu o que escreveu. Então ela poderia ter parado! O vampiro mau James a mordeu e ela poderia ter virado um vampiro e ter vivido feliz com o grande amor da sua vida! Apesar da relação deles se basear em afagos de mão gelada e perguntas. Pelo menos eles poderiam ter um pouco mais de ação. Mas não ele o maravilhoso Edward Cullen é forte e consegue chupar todo o veneno do corpo dela e parar para não matá-la pois ele não conseguiria viver a eternidade sabendo que a matou, ao invés de poder passar a eternidade com ela! Por causa de escrúpulos com relação a humanidade que ela já abrira mão, e que aparentemente ele não perdera de todo.
Assim Stephenie Meyer pode fazer toda uma "saga" (desculpa mais eu odeio essa palavra!). Eu li o segundo livro e achei ruim, mas como eu sabia que vinham mais quatro pela frente eu dei uma chance para o terceiro, que na verdade eu lembro de dentro dos limites estabelecidos, ter gostado e portanto comprado o ultimo livro. Bem, esse é o pior de todos! Quando eu cheguei no meio minha intenção foi colocar em uma fogueira e dançar em volta vendo isso queimar torcendo para que a minha memória queimasse junto! Mas eu sou materialista! adoro os meus livros! Mesmo os ruins.. não os queimei, e ainda por cima terminei de ler, me torturando a cada segundo! Sabe eu queria a história bobinha de adolescentes que se apaixonam e conseguem viver uma grande história de amor, não uma adolescente pervertida que só pensa em sexo e quebra camas e paredes.
Sério, quem gosta e espera o mesmo que eu ganha muito mais lendo os livros engraçadíssimos Marian Keyes... Prometo nos próximos 10 anos não voltar a querer ler esse livro!